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O peito descia e subia de nervosismo. Hades estava encostado na cômoda, de braços cruzados e um sorriso perverso no rosto. Ele usava um colar extremamente brilhante no pescoço, como um fogo ardente. Ela afastou-se, temendo-o.

— Enfrentou meus irmãos e se saiu muito bem — disse depois de um tempo. —, mas você tem dado trabalho ao mundo sobrenatural. Todos sabem seu nome e quem você é.

Hades desencostou da cômoda, dando um passo à frente.

— O que você quer? — Apertou a mandíbula. As luzes piscavam e podia jurar que um pequeno terremoto estava presente de forma quase imperceptível no quarto.

— Me dê o livro e tudo isso acaba. Será uma jovem normal novamente e poderá seguir com seus desejos sem se preocupar com demônios na sua cola.

Não confie nele.

A voz disse suavemente a sua orelha. Ela se afastou, negando com a cabeça. Jamais faria isso.

Não será o bastante, ele irá matá-la. Não confie nele.

— Não! Eu sei o que você irá fazer, destruirá o livro e acabará comigo! — Não tinha para onde correr. Se perguntava onde os rapazes estavam.

Hades sorriu.

— Bom, não diga que eu não avisei.

Estava tremendo de raiva. Dessa vez, se aproximou dele aos poucos, vendo a faceta sorridente tornar-se séria.

— Se eu fui capaz de enfrentar Miguel, pode ter certeza de que posso enfrentar você, Hades.

Hades mostrou os dentes, não gostava de insolências.

Não diga que eu não avisei.

As luzes piscaram e ela olhou ao redor, sem saber o que iria vir dali. Quando voltou o olhar para Hades, ele havia sumido. Suspirou fundo e tentou se acalmar.

Foi quando se levantou em um susto. Estava deitada no sofá de sua casa e os rapazes estavam em sua frente, a encarando preocupados.

— O que? — Olhou para os lados, visivelmente apavorada. — O que houve? — Wooyoung pedia calma com as mãos, sentando-se na ponta do sofá.

— Você chegou aqui, parecia em transe, foi quando desmaiou do nada e desde então estávamos esperando você acordar.

— Está pálida, querida. O que aconteceu? — perguntou Hongjoong, trazendo um pedaço de pano molhado em mãos. Colocou a mão na testa da garota, verificando se estava febril.

Tinha sido um sonho.

Não sabia se deveria falar aos rapazes sobre isso ou não. Entretanto, se manteu quieta. Falaria com Ellén, já que os rapazes já têm muita coisa no que se preocupar.

— Não foi nada, bem, não me lembro — mentiu, com peso na consciência. Não gostava de mentir, mas não era como se eles contassem tudo o que sabem também.

— Está tudo bem, deve ser cansaço. Vai lá para cima descansar que eu e os rapazes cuidamos das coisas antes que sua mãe chegue. — Hongjoong sorriu para ela.

San a observava quieto. Talvez fosse pedir demais, mas precisava do abraço dele. Entretanto, da forma como ele reagiu da última vez, decidiu que nunca mais arriscaria se aproximar.

Olhou-o com olhos triste e se levantou, seguindo para a escada e subindo. Yeosang estava ao lado de Jongho no sofá, vendo de relance a garota subir e logo alguns minutos San subir também.

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