Lute

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Valentina

O tempo na sala de espera do hospital parecia ter parado. Parecia que havia se passado horas ou até mesmo dias que eu estava alí esperando. O ar circulando estava estagnado e tinha um cheiro medicinal que eu não conseguia tirar do nariz. As cadeiras de plástico eram desconfortáveis ​​e frias, e o piso estava gasto por quilômetros devido o ritmo interminável enquanto as pessoas esperavam para saber de seus entes queridos. As máquinas de venda automática chiavam e rosnavam, cuspindo café intragável e latas quentes de refrigerante ou suco. O baque surdo de uma garrafa de água rolando para dentro do dispensador era quase constante, já que a temperatura ambiente era sufocante.

No entanto, apesar do calor, eu estava congelando. Mesmo com o suéter que Eva colocou nos meus ombros, após insistir em comprar para mim na loja de presentes. Eu estremecia constantemente, tremores correndo pela minha espinha.

Por medo ou frio, eu não tinha certeza.

Eu continuei orando a Deus para que ele não tire a Juls de mim, de nossas meninas. Eu não podia imaginar a vida de Dulce sem o pai que ela adorava. Ivy nunca conheceria Juls e cresceria sem seu amor. Eu não conseguia imaginar a minha vida sem a Juls.

Isso era impensável.

Andreas voltou ao escritório para adiantar o trabalho. Leon, Lucia e Eva ficaram ao meu lado. Eles murmuraram garantias sobre a força, determinação e teimosia de Juliana. Eles repetiam várias vezes que ela iria superar e ficar bem. Ela iria voltar para casa e se recuperar.

Eu não tinha certeza se era verdade ou se só estavam tentando me acalmar.

Ao meu redor estavam famílias, como eu, esperando por novidades. Observei os pais aliviados serem conduzidos à sala de recuperação. Acompanhantes devastados desabando em cadeiras duras, oprimidos pela dor.

Que pessoa eu seria?

Meu peito se contraiu quando a dor passou por mim.

Como eu faria sem a Juls?

Eu mal conseguia me lembrar da vida antes dela. Resumidamente, eu me lembrava de trabalhar como sua assistente e desprezá-la, mas então aceitei seu plano maluco de um casamento falso para conseguir um emprego com o Grupo Smith. Aos poucos, fomos nos descobrindo e vi a pessoa real que ela escondia, aquela que é tão capaz de amar quem a rodeia. Ela me cercou com esse amor. Apesar do nosso começo difícil e das circunstâncias do nosso começo, Juliana se tornou o núcleo do meu mundo. O centro da família que criamos juntas.

Sem ela, não funcionávamos.

Um soluço angustiado vindo do outro lado da sala fez com que o medo percorresse minha espinha quando ouvi a dor da mulher.

Isso não pode acontecer comigo.

Lute, Juls. Lute, meu amor.

Abaixei minha cabeça e orei mais.

O Dr. Fletcher entrou pela porta com o cansaço estampado no rosto. Ele tirou a touca cirúrgica e passou a mão pelos cabelos. Leon, Lucia, Eva e eu éramos todos como uma unidade quando ele se aproximou. Lucia e Eva envolveram suas mãos nas minhas, com seu aperto forte. Elas tinham sido uma rocha para mim o tempo todo, recusando-se a ser qualquer coisa além de positivas.

Tentei ler o rosto do Dr. Fletcher. Eu não tinha idéia do que ele iria me dizer, mas sua expressão era séria. Meu estômago apertou, e eu tive que me apoiar em Eva para evitar cair.

Dr. Fletcher parou na minha frente.

—Ela está lutando. _afirmou simplesmente. Lágrimas quentes escorreram pelo meu rosto.
—Ela ainda não acordou, houve muitos danos. Ela recebeu um golpe severo na coluna e na cabeça.

O ACORDO 2/JULIANTINAOnde histórias criam vida. Descubra agora