Não tão alto

1.1K 82 11
                                    


Juliana.

Pouco antes das quatro Léon chegou e Lucia veio com ele. Valentina estava os cumprimentando quando eu entrei na sala, olhamos uma para a outra em silêncio enquanto ela e Dul eram abraçadas e Lucia perguntava sobre Ivy. Eu movi a cadeira para frente e estendi minha mão.

—Leon.

Ele apertou minha mão com firmeza e Lucia se inclinou e roçou minha bochecha com os lábios.

—Você parece bem.

—Me sinto bem.

Valentina colocou a mão no meu ombro e apertou, eu a agarrei como um colete salva-vidas.

—Fiz café. _disse ela.

—Nós assamos biscoitos! _Dul exclamou, puxando a mão de Lucia.
—Vem, vamos comer biscoitos!

Lucia hesitou e eu sorri severamente.

—Eu gostaria de um momento com Leon, se estiver tudo bem pra vocês. Talvez vocês possam sair com as meninas por um tempo e depois se juntar a nós? _suspirei.
—Eu também tenho algo que gostaria de dizer a você, Lucia.

Ela cruzou os braços.

—Eu também.

León me seguiu até a parte de trás da casa, ele parou na sala dos fundos e olhou para o equipamento.

—Impressionante. _disse ele. Ele caminhou até as barras paralelas, passando a mão ao longo dos trilhos.
—Pelo que vejo você pode usá-las.

—Sim, mais a cada dia. _eu exalei, esfregando minhas coxas distraidamente.
—Espero que um dia não precise do apoio, mas até então... _minha voz sumiu.

Ele acenou com a cabeça e se dirigiu para o meu escritório. Eu o segui, deixando a porta aberta atrás de mim. Ele se sentou na beira da minha mesa, cruzando os braços sobre o peito e esperando.

Eu tinha um discurso preparado. Palavras cuidadosamente escolhidas de pesar e arrependimento. Elas voaram pela janela quando eu olhei para ele.

—Droga, isso está se tornando um hábito, não é?

Ele ergueu uma sobrancelha.

—Hábito?

—Para me desculpar por qualquer decisão importante que tomei em minha vida pessoal que afete a empresa. Você tem que vir até mim para que eu possa rastejar e pedir perdão e torcer para não ter arruinado todo o meu relacionamento com você, tanto pessoal quanto profissional.

Ele acariciou o queixo pensativamente.

—Se aconteceu uma outra vez, Juliana, e eu direi isso. Além do mais não tenho certeza se seu comportamento foi uma decisão consciente. Mais como uma reação inesperada a uma situação de merda em que você estava.

Suas palavras de alguma forma aliviaram a tensão.

—Leon, me desculpe.

—Por?

Passei a mão pelo cabelo.

—Por tudo. As palavras que disse, a maneira horrível como agi, a dor que causei e a responsabilidade que coloquei em seus ombros.

—É muita culpa para carregar. _ele disse suavemente.
—Eu acho que você já tem o suficiente para lidar.

Eu balancei minha cabeça, chegando mais perto.

—Não. Eu mereço a culpa, eu reagi muito mal. Eu estava com medo, León. Assustada e presa na minha própria cabeça. Eu pensei que minha vida tinha acabado.

O ACORDO 2/JULIANTINAOnde histórias criam vida. Descubra agora