Noite de Natal

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Juliana.

A casa estava em silêncio. As meninas finalmente adormeceram e nós as colocamos na cama, depois terminamos de tirar os presentes e colocá-los todos debaixo da árvore. Nós nos sentamos, admirando a maneira como as luzes brilhavam no papel brilhante e a maneira como ele havia escondido o cavalo de balanço que Dulce tanto amava atrás da árvore. Eu sabia que depois que ela o visse, nada mais importaria.

Eu mal podia esperar para ver a expressão em seu rosto, ouvir seus gritos excitados e sentir os beijos que choveriam em meu rosto quando eu a entregasse a ela. Ivy ainda era muito pequena para entender do que se tratava aquele dia, mas ela adoraria as cores e os sons. Já previa que o grande ursinho de pelúcia seria o seu favorito. Ela amava as coisas macias que podia segurar.

Bebi um uísque enquanto Val bebia uma xícara de chocolate quente. Ela parecia sonolenta, seus olhos se fecharam mais de uma vez.

Eu ri.

-Vá para a cama, querida. Vou preparar as meias e encontrar você em breve.

As meias eram minha parte favorita. Valentina fazia a maior parte das compras para as meninas e cuidava das minhas meias, mas eu fazia o resto. Eu adorava comprar coisas pequenas para encher as meias de natal. Eu sempre comprava algo extra para cada uma das minhas garotas e todos os presentes de Valentina, mas as meias eram uma coisa minha.

Antes de Valentina entrar na minha vida, o Natal era apenas mais um dia do ano. Eu não tinha ninguém com quem comemorar, nenhum conceito do significado da temporada, a não ser um "Boom" para o mundo da publicidade. Ela mudou tudo isso para mim e me mostrou o que esta data significava. Como isso é especial.

Quando Dulce apareceu, o significado ficou mais claro do que nunca. O Natal era sobre família.

E este ano, era mais especial do que nunca. Eu estive tão perto de perder tudo, e minha gratidão não tinha limites.

Valentina sorriu com a minha insistência e passou a mão pelo cabelo, parecendo sonolenta e sexy ao mesmo tempo.

-Eu poderia tomar um banho primeiro.

-Tem certeza que não vai adormecer na banheira?

Ela fazia muito isso. Eu frequentemente subia para encontrá-la cochilando na banheira. Foi bom que o novo Kindle que dei a ela no ano passado fosse à prova d'água, pois ela acabava no banheiro com ele de vez em quando.

-Não, vou manter o banho bem curto.

Ela se levantou e parou ao lado da minha cadeira, inclinando-se e beijando minha boca.

Eu levantei minha mão para suas coxas, acariciando a parte de trás de suas pernas, beijando suas costas. Foi um beijo suave, cheio de amor e doçura.

-Eu vou em breve.

Ela passou os dedos pela minha bochecha.

-Está tudo bem, Mamãe Noel.

Eu capturei sua mão na minha, pressionando um beijo em sua palma.

-Eu amo Você.

Seus olhos se arregalaram, o azul ainda tão cativante como tinha sido a primeira vez que me apaixonei por ela. O calor e o amor que encheram seus olhos derreteram minha alma, aqueceram meu coração frio e ainda podiam acender um fogo dentro de mim com um único olhar.

-Eu te amo, Juls. Venha para a cama logo.

Eu balancei a cabeça.

-Eu vou muito em breve.

O ACORDO 2/JULIANTINAOnde histórias criam vida. Descubra agora