Estou Aqui

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Valentina.

Juliana ergueu seu rosto do meu pescoço, seus olhos estavam vermelhos, suas bochechas molhadas. Eu nunca a vi desmoronar assim. Nas raras ocasiões em que ela chorou, ela ainda estava no controle, seu orgulho não podia permitir que eu visse completamente sua dor.

Peguei os lenços de papel que Aiden tinha deixado cair ao nosso lado e limpei o rosto de Juls, segurando suas bochechas.

—Ei. _eu sussurrei, olhando para ela de onde eu estava agachada entre suas pernas.

—Acho que depois dessa cena passei a ser uma idiota sentimental. _ela murmurou.

—Duvido. Aiden estava chorando abertamente antes mesmo de você terminar de andar, e Maddox teve que sair da sala.

Ela franziu a testa em confusão.

—Por que?

—Eles estão tão orgulhosos de você quanto eu, Juls.

—Onde estão?

—Aiden se certificou de que você estava de volta em sua cadeira, e eles foram embora. Ouvi o carro se afastando, então presumi que eles saíram para nos dar um pouco de privacidade.

Ela olhou para baixo, surpresa.

—Não me lembro de ter me sentado.

Eu suavizei minha voz.

—Você está muito emocionada.

—Val, eu tenho muito a dizer. Há tantas coisas pelas quais me desculpar.

Fui até o pufe e me sentei, estendendo a mão.

—Estou escutando.

Juliana parou o mais próximo possível e eu me agachei para que ficássemos no mesmo nível.

Ela agarrou minha mão e a segurou contra seu peito.

—Eu não sei por que você está tão orgulhosa de mim. Eu fui horrível com você. Eu gritei com nossas meninas. Eu disse a Leon para ir embora. O tempo todo em vez de ser grata por estar viva e aceitar a ajuda de que precisava, agi como uma imbecil. Principalmente com você... O meu comportamento não é motivo de orgulho.

—Você estava com dor.

—Eu deveria ter te contado sobre isso. _ela engoliu em seco.
—Eu estava tão ocupada sendo egoísta e pensando em mim mesma, que esqueci como isso afetava você e as meninas. Esqueci de ser a esposa que prometi ser. Ser uma mãe para minhas filhas. Em vez de pensar em como era grata por estar aqui com você, concentrei-me no negativo. _ela fez uma pausa, seus olhos focados em nossas mãos.
—Randy disse que estou lutando contra a depressão.

Eu esperei até que ela erguesse o rosto.

—Alan disse que isso acontece muito. _admiti.
—Eu nunca lidei com alguém com depressão. Não estava preparada e não reagi como deveria. As mudanças de humor e temperamento me intrigaram, mas agora eu entendo mais. _eu fiz uma pausa.
—Randy está ajudando?

—Sim. _ela hesitou.

—Esta?

—Bem, todos eles estão. Pensam que a dor que às vezes sinto está na minha cabeça.

—O que você acha disso?

Ela encolheu os ombros.

—De alguma forma, eu entendo o que eles dizem, mas parece impossível para mim. Mas eles estão certos, sempre acontece quando não tenho certeza e estou prestes a fazer algo novo. Como se meu corpo já estivesse antecipando a dor e reagindo.

O ACORDO 2/JULIANTINAOnde histórias criam vida. Descubra agora