Uma só.

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Juliana.

Um grito que veio da casa me assustou quando vi Valentina saindo correndo pela porta dos fundos. Eu não tinha pensado na dor ou esforço dos meus movimentos, eu fiquei de pé e me dirigi para a água. Em segundos, eu estava na piscina, agarrando Ivy e levantando-a para fora da agua. Valentina se ajoelhou na borda, puxando-a para longe de mim.

Eu me levantei da água, pingando, em pânico e apavorada.

Valentina ergueu Ivy de joelhos e deu um tapinha em suas costas.

—Precisamos de uma ambulância, Val. Onde está meu telefone? _perguntei saindo da piscina.
—ONDE ESTÁ MEU MALDITO TELEFONE? _eu gritei.

Dul sussurrou ao meu lado.

—Mami isso é um palavrão!

Eu vi meu telefone atrás de Valentina e o alcancei quando Ivy começou a tossir e balbuciar, esguichando água pela borda da piscina. Então ela começou a chorar alto.

Foi o barulho mais doce que já ouvi.

—Oh meu Deus. _eu murmurei.
—Graças a Deus. Vou ligar para a Sra. Thomas e vamos levá-la ao médico.

—Ela está bem, Juls. Ela apenas engoliu um pouco de água. _Valentina ergueu Ivy por cima do ombro e a tranquilizou. Os olhos de Valentina ficaram enormes de repente.
—Juls... _ela sussurrou.

—Sinto muito, Val. Eu estava distraída e ela se moveu muito rápido. _eu passei as mãos nos meus cabelos molhados e me levantei devagar. O movimento era estranho e irregular.
—Ela estava ao meu lado em um minuto e na piscina no minuto seguinte. Sinto muito.

—Juls...

—A roda daquela maldita cadeira escorregou... Dulce estava me chamando... eu olhei para ela e Ivy se moveu. _gaguejei.
—Como você se moveu tão rápido? _Inclinei-me sobre minha esposa.
—Ela vai ficar bem? Por favor, Deus, faça com que ela fique bem. Vou chamar o médico e pedir que venha aqui, ele pode me cobrar a porra do dinheiro que quiser, mas nossa filha precisa ficar bem.

—JULIANA. _Valentina praticamente gritou na minha cara.

Ei me assustei

—Que?

—Primeiro, pare de praguejar. E em segundo lugar, você não percebe o que aconteceu?

—Sim. Minha negligência quase matou nossa filha. _eu bufei.
—Como pude ser tão descuidada?

Valentina balançou a cabeça.

—Os bebês nadam instintivamente melhor do que os adultos. Ela engoliu um pouco de água e sua fralda está molhada, mas não é disso que estou falando.

Corri minha mão sobre o cabelo úmido de Ivy, pressionando um beijo de remorso em sua cabecinha e interiormente agradecendo a Deus, ao céu e a qualquer força superior que manteve minha garota bem. Eu pressionei Dul ao meu lado, mantendo-a segura.

—Do que você está falando, Val?

Ela agarrou minha mão.

—Você caminhou Juls. Na verdade, você correu. Você entrou na piscina e a tirou da água antes mesmo que eu pudesse chamá-la pelo nome e agora você está de pé. _ela balançou a cabeça.
—E você nem percebe.

Olhei para os meus pés, depois para a cadeira de rodas que estava deitada de lado, virada pela maneira como me joguei. Senti os braços de Dulce em volta da minha coxa.

Senti a cobertura, quente e áspera, sob meus pés.

—Meu Deus. _eu exalei.

—Você está caminhando, meu amor. O que quer que estava prendendo você, saiu da sua cabeça quando nossa filha estava em perigo. _ela agarrou minha mão.
—Você conseguiu, Juls. _Lágrimas brilharam em seus olhos.
—Você fez isso.

O ACORDO 2/JULIANTINAOnde histórias criam vida. Descubra agora