O ACORDO 2/JULIANTINA

Fica Comigo

Juliana.

Todos os meus dias se tornaram iguais. Fortalecimento, alongamento e pesos. Trabalhei até que o suor escorresse pelas minhas costas e a exaustão se instalasse em mim. Fiquei grata por ser jogada na piscina, o líquido frio que me cercava fazia meu corpo relaxar. Eu não sentia o peso do meu corpo, estava suspensa na água e, por aquele breve período, quase me senti normal.

—Randy estará aqui em uma hora. Eu reservei uma massagem para você depois disso. _Aiden me informou.

—Eu realmente preciso disso?

Ele assentiu.

—Temos trabalhado muito. Você precisa de uma massagem profunda e francamente, Juliana , prefiro não fazer isso sozinho.

Eu ri da cara dele.

—Ah eu também, Aiden. Você já tem suas mãos sobre mim tempo demais.

Ele riu e, por alguns momentos, eu flutuei feliz.

—Merda, está funcionando. _disse Maddox.

—Eu te disse.

Eu olhei para eles.

—Do que estão falando?

—Olha para baixo, seus pés estão se movendo.

Baixei a cabeça e olhei para a água. Foi mais uma contração, mas meus pés se moveram.

—Merda. _repeti as palavras de Maddox.
—Não estou fazendo isso conscientemente.

—Eles estão acordando. _Aiden encontrou meu olhar incrédulo.
—Os músculos estão reengajando.

—Que? Porque agora?

Ele sorriu.

—Porque você acreditou, Juliana.

***

Duas horas depois, Eu estava esperando o elevador, me sentia cansada. Falar com Randy me exauriu. Investigar minhas emoções com alguém que não fosse a Valentina foi difícil, mas comecei a ver o benefício. Eu podia dizer qualquer coisa, e não havia julgamento ou reação, porque isso não o afetava. Mesmo sendo honesta com a Val, eu sempre estava observando minhas palavras para ter certeza de que o que eu dissesse não a machucaria. Com Randy, não importava. Mesmo quando eu estava com raiva, ele ouvia com calma e oferecia sugestões para ajudar ou simplesmente deixava as palavras passarem. Foi estranho.

A massagem subsequente foi um bom calmante para o estresse e, embora me tenha deixado mais relaxada, garantiu-me que sentiria mais tarde.

Abri a porta e entrei, pensando na reação de Aiden quando viu o elevador pela primeira vez.

—Isso é incrível. Você e Dulce devem se divertir muito subindo e descendo. Aposto que ela adora!

Eu olhei para ele. Nunca me ocorreu tornar isso divertido. Ela adorava fazer isso no escritório quando a Val a levava para me ver. Eu estava tão atolada em minha própria miséria que não pensei em tentar tornar isso mais fácil para as pessoas ao meu redor. Na verdade, eu gritei com Dulce quando ela tentou vir comigo, envergonhada por precisar de ajuda para me locomover em minha própria casa. Eu havia cometido tantos erros.

Eu planejava fazer melhor da próxima vez.

Eu ouvi vozes enquanto fazia meu caminho para a cozinha e me perguntei quem estaria aqui. Era uma voz masculina, então eu sabia que não era Valentina. Eu esperava que ela viesse. O desejo de vê-la crescia a cada hora e, embora ela tivesse falado comigo ontem à noite, ainda estava com medo de pedir-lhe que voltasse para casa para que eu pudesse falar com ela pessoalmente. Eu não tinha certeza do que faria se ela dissesse não.