13 › Funeral

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Um dia se passou desde a notícia da morte de Iori e eu ainda não tinha visto Satoru.

Kento e Kakashi haviam levado o café da manhã para ele - assim como o almoço e o jantar -, enquanto os outros iam falar com ele uma vez ou outra. Eu não imaginava que pudesse, alguma vez, ver Gojo ou qualquer outra pessoa, dessa maneira. Levi continuava um pouco distante, embora executasse as tarefas diárias quase que normalmente - provavelmente que tem a ver com aquele assunto de inteligência emocional.
Acho que eu gostaria de ter aprendido a controlar minhas emoções e sentimentos, enquanto jovem, ao invés de simplesmente escondê-los - não que eu ainda não fosse jovem.

Eu também estava apreciando muito a forma como esses cinco cuidam um dos outros. Como eles são sérios na maior parte do tempo, mas não hesitam ou sentem vergonha de demonstrar afeto entre si - mesmo que às vezes esse afeto seja uma ameaça de morte. Era quase que terapêutico vê-los zelando uns pelos outros, como verdadeiros irmãos fariam.
Eu desejei ter alguém para cuidar dessa mesma maneira; alguém que estivesse comigo em todos os momentos, alguém que se importasse comigo e que me protegesse - bem, não é como se eu precisasse de proteção, mas é sobre a intenção. Não estava falando de um namorado ou algo assim, mas talvez um irmão.

Ou irmã.
Será que eu poderia me sentir amada daquela forma com Mikasa, Sakura ou Historia?

Falando em Historia, nós não conversamos muito desde que ela me disse seu verdadeiro nome. Na verdade, a única outra interação que tivemos foi ontem, quando ela me pediu para continuar chamando-a de Alissa e que se acabasse citando Historia, eu nunca deveria falar sobre o seu sobrenome, o Reiss. Já que, de acordo com ela, esse sobrenome era de sua mãe e ela não tinha boas lembranças sobre a mulher. Algo a ver com trauma de abandono ou algo assim...

Nesse momento, eu estava na sala, esperando os cinco para o funeral de Utahime. Desta vez, eles concordaram sobre eu sair, já que estaria em sua companhia e por consideração à Iori.
Eu usava uma calça preta de cintura alta, um pouco colada, uma regata branca e um blazer também preto. Calçava um salto azul-escuro mediano e fino, tendo uma pistola, dois punhais e uma adaga espalhados disfarçadamente pelo meu corpo.

Quase disse "uau" quando vi os cinco mafiosos descendo as escadas, todos de ternos pretos, provavelmente armados até os dentes.

Quando olhei para Gojo, ele apenas focou em mim por poucos segundos e abaixou o olhar, com um semblante exausto apesar de ter passado tanto tempo deitado no quarto. Ele ainda estava bonito, sempre estaria, mas seu rosto conseguia expressar quase que perfeitamente o seu coração partido e alguma parte do luto.

Eu me aproximei dele, ainda calada e lentamente, alheia à qualquer movimento que recomendasse distância, mas prossegui à medida que Gojo comprimia os lábios, voltando a me olhar e pedindo silenciosamente por aquele abraço.
Então eu o abracei e ele segurou a respiração, provavelmente tentando não chorar quando eu fiquei de ponta de pé e alisei seus cabelos platinados, idênticos aos meus.

- Sei que não fará diferença... Mas eu sinto muito. - Sussurrei, sentindo os braços fortes me apertarem ainda mais intensamente. - Irei vingá-la com você. Eu prometo.

- ...Obrigado. - Ele sussurrou de volta, desfazendo o abraço.

Eu tentei sorrir para Satoru, antes de Kakashi passar o braço por cima dos ombros do irmão e resmungar alguma coisa sobre nos apressarmos.

Eu e Shouta entramos numa Lamborghini Huracan roxa, tão escura que eu achei que fosse preta; Levi e Kakashi adentraram uma Bugatti Veyron branca, enquanto Satoru e Nanami usavam uma McLaren P1 amarela. Todos carros luxuosos, esportivos e absurdamente caros - ainda assim, eu não sabia quem valia mais, a mansão ou os três automóveis.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora