14 › Primeira Missão

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Quando chegamos em casa, todos se dispersaram pela mansão e ela voltou a ser dominada por um silêncio quase insuportável. Desejei ouvir Levi reclamando sobre as roupas no varal, ouvir Kento arrebentando os equipamentos da academia, ver Shouta dormindo tranquilo em qualquer lugar que ele julgue confortável, Satoru bebendo e pulando e soltando piadinhas e me chamando de "Kitty" e passar horas falando sobre livros com Kakashi... Mas agora... Apenas silêncio. Eco. Vazio.
Eu não sabia mais o que fazer.

Então Shouta bateu à porta do meu quarto.

Eu estava de toalha, acabara de sair do banho, mas nenhum de nós dois se importou quando eu girei a maçaneta e Aizawa entrou, como se fosse habitual.
Seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo, ele usava uma camisa preta de manga comprida, uma calça da mesma cor e estava descalço. Simplesmente entrou e sentou-se na minha cama com alguns papéis em mãos.

— Boa tarde, querido Shouta. — Eu debochei.

— Eu, Levi, Sakura e Mikasa conversamos sobre você e esse tempo se escondendo da CIA... — Ele ignorou minha piada, folheando os documentos. — E chegamos à conclusão de que precisamos de você. Agora mais do que nunca.

— Como? — Eu indaguei. Minha entonação denunciou a surpresa e confusão.

— É o que você ouviu. E já temos uma missão para você.

— Porra, explica isso direito! Você simplesmente chega assim e diz isso e acabou?

— Não, claro que não. — Ele revira os olhos. — Só é um pouco difícil me concentrar quando você está... Assim. — O mafioso apontou para a minha toalha.

— ...Idiota. — Eu resmunguei. — Vou vestir uma roupa, então conversamos melhor sobre isso na sala.

— Ok. — Disse Aizawa.

— Agora saia!

Enquanto eu descia as escadas até a sala de estar, avistei Levi e Shouta sentados no sofá, ambos em silêncio e me observando enquanto eu me aproximava dos dois. Desta vez, Ackerman era quem segurava algumas folhas e um envelope preto; Shouta apenas descansava o rosto no próprio pulso e esboçou um sorrisinho preguiçoso quando eu sentei no sofá adjacente à eles e cruzei as pernas.

— Detalhes da missão, por favor. — Exigi, e Aizawa soltou um pequeno riso de escárnio antes de Levi começar a falar.

— Não vai ser apenas uma missão. Será em torno de cinco.

— E o que eu precisarei fazer?

— Assassinar cinco pessoas. — Shouta esclareceu. — E os que interferirem também, é claro.

— Nome. Motivo. Quando. Onde. Como.

— O primeiro da lista é Papa Dino. Ele é um velho protegido por algumas gangues americanas, mas está aqui no Japão por algum de seus motivos nojentos. — Levi quase rosnou enquanto falava deste homem. Eu já ouvi falar dele na CIA, mas já fazia muito tempo. Não me lembrava de nada. — Ele é tudo de ruim que você pode imaginar; tem relações com tráfico de crianças, é um estuprador desgraçado, assassino... Entre várias outras coisas.

— Assassino até eu sou, gatinho. — Pisquei o olho para o criminoso e ele soltou um riso nasal. — Quando, onde e como. Alguma restrição...?

— Você sairá amanhã, nesses papéis têm o endereço e os detalhes da missão. — Levi estendeu a mão com as folhas e eu as agarrei, lendo o conteúdo de cada uma.

— Mas o básico é: apenas o mate de uma forma bem dolorosa e faça questão de deixar claro que foi em nome dos líderes da Yakuza. Nós.

— Certo. — Respondi à Shouta. — E esses nomes? — Estendi a folha que numerava uma lista com cerca de 15 nomes.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora