Epílogo

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Se você veio por causa da notificação de atualização, dá uma olhada lá no fim do capítulo!

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Um ano depois...

Senhora Ackerman Nanami Reiss


Como sempre, eu acordo de 04:30am.

Ainda está escuro, considerando que nesse época do ano costuma-se amanhecer entre as oito e as dez da manhã. Viro a cabeça para a esquerda, onde vejo, pela pouca luz do abajur ligado — Kaos não consegue dormir no escuro absoluto, mesmo tão novo —, meu filho dormindo tranquilamente em seu berço. Respiro com alívio, por mais uma noite tranquila sem interrupções de choro, e então olho para a direita, onde o meu marido dorme tão serenamente quanto o filho. Ele gosta de acordar às seis, considerando que, normalmente, seu único trabalho é cuidar de Kaos e dos assuntos internacionais, o que estão mais amenos, considerando a turbulência de um ano atrás.

Ajeito o medalhão em meu pescoço e me ergo para ficar sentada no colchão. O braço musculoso que antes cobria meu tronco, agora desliza para as minhas coxas, dificultando meu trabalho em me levantar. Agarro a mão enorme e a empurro para baixo, levando o braço consigo, até que isso se torna movimento o suficiente para acordar o famoso Kento Nanami Reiss.

Ele pisca algumas vezes, então se ergue ainda de costas e se senta sobre as próprias pernas. Leva o lençol consigo, porque tudo o que se torna visível do seu corpo nu é o peitoral trincado. Eu me encosto na cabeceira da cama, analisando-o com as mãos inertes sobre minhas próprias pernas. Ao contrário dele, uso um babydoll de renda preta.

— Bom dia, Senhora Nanami. — Ele pega minha mão, acariciando o topo do meu anel de casamento.

Se trata de um anel feito inteiramente de diamante azul, com arabescos detalhados ao redor e três elevações do diamante, em forma de losango, no topo. É uma relíquia da Casa Nanami, segundo ele, e foi por causa dessa jóia que Kento atravessou países atrás da falecida Marie Lehmann.

— Bom dia, Senhor Reiss. — Entrelaço meus dedos nos seus, ainda encarando cada detalhe de seu ser. — Algo me diz que você não dormiu muito bem...

Claro que não. Faz meses que não dormimos bem; fosse pelo choro noturno de Kaos ou seja pelos pesadelos que nos perturbam, mesmo após tanto tempo.

— É, eu... — Ele engole em seco. — Estava pensando sobre a Aliança e não consegui dormir muito bem.

Eu poderia ter acreditado se não soubesse que é mentira. Desde algum tempo atrás, estamos tentando ganhar lugar no Tratado de Paz entre a China, Japão e Coréia. Está sendo pesadamente difícil, considerando a história entre o Governo de cada um desses países, mas é uma estrada que temos que percorrer.

— Devia ter me acordado. — Balanço a cabeça. — Poderíamos ter conversado sobre isso.

— Eu tentei. — Ele me olha com uma aura conspiratória. — Mas você estava dopada o suficiente para não abrir os olhos, então...

Nanami e eu temos táticas diferentes para lidar com nossos pesadelos. Ele optou por enfrentar seus medos fantasiosos e terapia; eu, optei por calmantes ou álcool assim que tive Kaos. Mas os meses de gestação eram difíceis, porque além de não poder tomar os calmantes, algumas vezes eu sequer dormia pelas contrações, efeitos colaterais ou pensamentos autodestrutivos fornecidos pela minha própria mente.

— Sei, entendi. — Mordo meus próprios lábios. — Continue pensando na Aliança ou descanse por essa manhã. Kaos e Sarah estão dormindo, e eu tenho alguns assuntos para resolver com Maki.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora