07 › Companheirismo

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Ackerman Levi

Aquelas luzes insuportáveis piscavam tanto que eu senti que ficaria cego. O tumulto e o som estridente me incomodavam em um nível que eu jamais conseguirei descrever; odeio boates, lugares cheios e todo esse barulho. Eu, Aizawa e Kakashi estávamos parados em uma escada, no interior da One For All — Gojo realmente não viria e Kento optou por ficar com ele.
Nós poderíamos ter simplesmente mandado desligar a merda do som e expulsar as pessoas, mas não queríamos chamar tanta atenção; mesmo que cada canto do Japão seja vigiado por nós Quatro, ainda seria possível que alguns dos ratos de Erwin ou de qualquer outra gangue/organização estivessem infiltrados em lugares públicos como esse. Apenas ficaríamos mais expostos.

— Onde ela está?

— Na cobertura, senhor. — Um dos nossos subornidados me respondeu e eu olhei para os meus irmãos atrás de mim, concordando silenciosamente que iríamos acabar logo com essa cena ridiculamente infantil da S/n.

Subimos aquela mesma escada, passando por poças de vômito e bebidas, pessoas se beijando, dezenas de garrafas quebradas e até algumas roupas íntimas enfeitando o corrimão que eu fiz questão de não encostar. Eu estava à um fio de atirar no teto e mandar todos limparem cada milicentímetro daquele lugar — tenho certeza que se eu ousasse, eles obedeceriam.

Chegamos à cobertura e pudemos ver sete agentes no corredor, todos com pistolas em mãos e se esgueirando pelas paredes.

— O que diabos está acontecendo aqui? — Kakashi perguntou.

— A srta. Volkov, senhores. — Uma deles respondeu. — Ela está armada, do outro lado daquela porta. — Olhamos para a porta de madeira, incontáveis furos de balas a perfuravam.

— Não haviam dito que ela estava bêbada? — Shouta se pronunciou e a mulher à nossa frente franziu o cenho.

— Mas... ela está, senhor.

No mesmo tempo em que eu escutava os xingamentos murmurados por Kakashi, eu pensava no que iria fazer com S/n depois que ela voltasse para a mansão.
Não podia simplesmente demití-la — ela já sabia demais e o nosso contrato não permitiria.
Vi Shouta caminhar em passos pesados até a porta, parando ao lado dela com uma arma na mão.

— S/n! — Ele gritou. — Eu vou passar por essa maldita porta, se você ousar apontar uma arma para mim, eu não hesitarei em descarregar uma submetralhadora no seu crânio.

Como esperado, nada lhe foi respondido.
Era quase como um desafio.
Eu estava prestes a puxar Aizawa de volta mas ele se forçou contra a porta já acabada e entrou no cômodo.
Nenhum som de arma, nenhum som de ossos se quebrando. Sequer uma voz.
Eu e Kakashi nos aproximamos e eu senti uma vontade indescritível de matá-la ali mesmo.

S/n dormia tranquilamente encima de um sofá.

Ela não acordara.
Mesmo depois dos gritos e puxões.
Passamos por todo aquele som, por alguns minutos de carro, até pedimos para Alissa limpá-la com toalhas mornas e ela nem mesmo resmungou algo. Eu quase cogitei pensar  em ficar preocupado, mas a raiva que eu estava sentindo falava mais alto. Gojo estava mil vezes pior e se Kakashi não tivesse impedido, ele teria avançado encima de S/n — que subiu para o seu quarto, ainda desacordada, sendo carregada por Alissa e outra agente.

Se ele tivesse tido a coragem de realmente ferí-la naquela situação, eu teria o matado.
E matado ela, em seguida.

De qualquer maneira, a primeira coisa que eu fiz após voltar para casa, foi tomar um bom banho — apenas de pensar naquelas pessoas suadas e sujas de sabe-se lá o quê, meu desejo é de tomar um banho a cada uma hora durante três semanas.
Shouta e Kakashi ficaram conversando na sala, possivelmente pensando no que fazer com S/n e/ou ligando para Mikasa, Iori e Sakura, tentando explicar o que aconteceu e buscando uma solução.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora