51 › Baile Ackerman Reiss | Parte II

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Sigo o olhar de Kento, que para nas portas pelas quais passamos poucos minutos atrás. É Finger e uma mulher extremamente bonita que aparecem.

Ela é imensamente alta, mas ainda usa saltos, tem um cabelo vermelho como sangue e usa um curto vestido branco. O traje parece ter sido feito de cetim, considerando o brilho forte à iluminação. Argolas prateadas pendem de suas orelhas e ela articula as mãos com unhas pintadas de branco enquanto conversa com Pieck, que está semelhante a Lena quanto as roupas.

— Eu não acredito! — Ouço Satoru gargalhar. Ele me olha com os olhos arregalados, como se estivesse rindo de mim. — É, caralho, eu não acredito!

Finger e a mulher misteriosa vão diretamente até os militares, agindo como se não tivessem visto os Cinco e eu aqui. Mas Kento ainda está mudo, Satoru ainda gargalha enquanto Aizawa e Levi conversam um pouco mais distante de nós — não sei para onde foi Kakashi em tão poucos segundos. Se eu não os conhecesse, diria que estão tensos.

— Nanami. — Minha voz é firme. Não mais um chamado carinhoso.

Ele pisca como se tivesse acabado de sair de um encanto, então me encara com as sobrancelhas franzidas.

— Pode me explicar o que está acontecendo?

Ele respira fundo, esfrega o rosto com uma das mãos, olha novamente para aquela mulher e toma um longo gole do Bourbon servido por Satoru enquanto ainda me apresentava a Toman.

— Aquela mulher. Ela... É Marie Lehmann.

Minhas sobrancelhas se erguem. Marie Lehmann, uma das maiores ladras de jóias já conhecidas. Ela deve ter no máximo quarenta anos, mas aparenta ser tão jovem quanto eu.

— Sim. Incrível. Mas por que tanto espanto?

É Gojo quem surge ao nosso lado, como se estivesse esperando o momento exato para aparecer.

— Porque ela é a ex desse homão aqui. — Ele bate no peito de Kento. — Eles quase se casaram.

De repente, eu perco a voz.

O loiro se apressa em falar, negando repetidamente a afirmação de Satoru.

— Sweetheart. Não é bem assim.

Eu não sei porquê, mas estou com raiva. Ah, é tão imaturo da minha parte... Mas como eu deveria me sentir após saber que o meu primeiro amor em 26 anos vivendo um inferno já esteve prestes a casar com outra? Já disse "eu te amo" para outra, já planejou uma família com ela. E nem mesmo pensou em me falar isso.

Mas não explodo. Muito menos choro ou grito ou o ignoro. Me obrigo a respirar, a olhá-lo como se não passasse de parte da decoração.

— Por favor, me explique.

Ele olha para os dois lados. Sua mão envolve meu cotovelo e logo ele está me guiando a um corredor após lançar um olhar furioso para Satoru.

— Lembra da Ponte Bragation? — Ele questiona, apoiando a taça numa mesa pelo caminho.

— Lembro.

— Certo. Eu não estava lá para destruir os carregamentos de Erwin ou matar seus soldados, eu estava atrás de Marie. — Franzo minhas sobrancelhas. Ele toma meu silêncio como um incentivo para continuar. — Ela havia roubado uma jóia valiosa para mim e eu ousei invadir esse país para recuperá-la. E matar Marie no processo.

— Mas Satoru disse que você ia casar com ela.

— Não ia. Ela colocou na própria cabeça que esse casamento iria acontecer. — Ele umedece os lábios. — De fato, passamos meses juntos na Inglaterra, mas não era nada além de algumas noites e jantares. Eu... eu gostava da companhia dela. Mas não a amava. Nunca a amei e nunca sequer dei um fio de esperança que denunciasse o contrário.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora