𝐂.𝐈.𝐀 || 2d × Reader (PT-BR)

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S/n só pôde sair do hospital após 23 dias internada. Eles tiveram que fazer várias cirurgias na mão quebrada, nos pulsos cortados, curativos para os ferimentos no rosto e exames para determinar o estado de saúde do bebê. Nanami foi liberado no 5° dia, embora tivesse recebido instruções claras para descansar — estas que ele ignorou completamente.

Para o japonês, a pior parte da recuperação foi quando ele teve que passar onze dias sem ver sua sweetheart. Ela passou onze dias em um coma induzido, foi o que os médicos o disseram; porque ela não iria aguentar a dor e a fraqueza de seu próprio corpo, além de que seu estado emocional não era lá o melhor e isso poderia acabar piorando as coisas.

Então ele esperou. Ele usou os onze dias para ter uma reunião com Endeavor, que era o sub-chefe de Erwin; Suguru, o segurança pessoal; Konan, a economista; Yahiko e Sukuna, os líderes da Akatsuki... E todas as outras pessoas que tivessem sido designadas a cargos importantes por Erwin. Ele não sabia porque todos o obedeceram sem contestar, mas ficou aliviado por isso — a última coisa que queria era uma briga com todas essas pessoas, ainda mais quando a Ackerman-Reiss estava desacordada.

Sendo assim, Kento se deu a liberdade de escolher por S/n o que fazer com o corpo encontrado de Erwin. E ele mandou que o enterrassem junto com o de Sarah Reiss em uma área ainda mais privada logo após alguns hectares de terreno atrás da Casa. O medalhão estava com Kento, e ele entregaria a S/n quando fosse a hora certa.

Sobre o corpo de Ymir, ele mandou que fosse dado a Abraxos como um lanche. E apesar das expressões duras, obedeceram.

O de Historia... As partes do corpo de Historia foram guardadas numa caixa de ferro. S/n escolheria o que fazer com aquilo. Mas o coração, o coração foi enviado ao pai da jovem Reiss como a Ackerman havia pedido.

E no fim dos onze dias, Kento retornou até o hospital em que S/n permanecia internada e pediu um relatório ao médico. E aquele foi um dos piores dias da sua vida. Ele sentiu que iria morrer ali. Nenhuma de suas missões, nenhum de seus maiores pesadelos ou traumas jamais teriam mais poder sobre ele do que aquele dia. Jamais o fariam tremer tanto.

— Fizemos muitos exames. — Disse o médico. — Repetidas vezes. Foi difícil, mas conseguimos um laudo...

— Seja objetivo, Doutor.

O profissional encarou S/n antes de responder, como se soubesse quem ela era. E ela o encarou de volta; fraca, mais sedada do que consciente, ela apertou a mão em torno da de Nanami e ouviu tudo o que ele tinha a dizer.

— Eram gêmeos, o que já torna a gravidez ainda mais delicada. — O médico disse. — Mas, por causa dos últimos acontecimentos... Um dos fetos não resistiu. — Nanami sentiu o próprio coração parar de bater naquele momento. — O outro está vivo, mas não podemos garantir que-...

— Saia da sala. — O japonês o interrompeu. O médico continuou parado, balançando a cabeça como se tivesse esperanças que ele pudesse voltar a falar. — Se você não sair agora, o seu cadáver vai.

S/n soluçou na maca, levando a mão ao peito como se pudesse arrancar a dor que a dilacerava por dentro. Mas não conseguia. E a única coisa que Nanami pôde fazer, após a enfim saída do médico, foi chorar ao seu lado.

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Dois dias se passaram após a notícia e ela ainda não estava bem. Sua rotina no hospital era comer coisas das quais nem sentia o gosto, olhar ao redor com a visão embaçada por lágrimas, implorar às enfermeiras para seda-la novamente — mas elas nunca faziam —, dormir e ter pesadelos. Esse era o tipo de limbo onde ela passou a existir. E Kento era uma figura não muito melhor ao seu lado, abraçando-a quando tinha pesadelos, levando a comida até a sua boca e limpando suas lágrimas mesmo quando as dele não paravam de cair.

Ela nunca o vira daquele jeito. Já pensou que nunca veria. Que nunca o veria chorar e tremer e se encolher mas ele fez e aquilo foi quase tão insuportável de se ver quanto a própria dor que corroía sua existência.

Os últimos dias tinham esgotado-a completamente.

Tinham reduzido sua alma a cinzas.