Capítulo 2

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— Solta??? — Aurora se levantou da cadeira com o telefone na mão — Como minha mãe foi solta e vocês não nos avisaram?

Santiago, Fernanda e Gonçalo arregalaram os olhos surpresos e assustados. Eduardo apenas fingiu o baque já que ele ficou sabendo da história antes de todos, mas não disse a ninguém.

— Recorreram à sentença dela? Quem recorreu? — se apoiou na mesa — Como vocês não podem me dizer? Ela é minha mãe e eu tenho direito de saber quem a tirou da prisão.

— Como assim a Bárbara está solta? — Fernanda segurava o sobrinho no colo.

— Ah, por ordens dela e do tutor dela vocês não podem me dizer? — Aurora voltou a se sentar decepcionada — O que é que eu posso dizer então, né? — respirou fundo — Tem algo que eu precise saber? — apoiou a cabeça na mão — Ela foi pra Miami fazer tratamento dermatológico, ok... Obrigada. — desligou o telefone — Minha mãe foi solta e não deu autorização de me dizerem!

— Mas também, você nunca se importou com a vovó direito. — Santiaguinho falou pegando todos de surpresa — Nunca me levou pra ver ela e agora eu nunca mais vou ver a vovó.

— Não é isso, filho... É que...

— É isso sim, a vovó fez coisa errada, mas eu gosto dela, a vovó é linda e o tio Edu disse que ela me ama muito. — desceu do colo de Fernanda — Ele me contou que ela chorou muito por você e por mim, isso não é justo. — foi chorando para Eduardo que o abraçou.

— Mas a sua vovó machucou muito o vovô e toda nossa família, inclusive sua vovó Monserrat. — Santiago tocou no filho.

— Eu não tenho culpa, eu nem pedi pra nascer... — chorava inconsolável no ombro do tio.

— Já chega, Santiago! Você é pequeno demais para entender as coisas e não sabe o que é maldade, a sua avó é uma assassina! Uma criminosa! — o pai do menino levantou puxando o braço dele com força fazendo o mesmo quase cair do colo de Eduardo e se assustar.

— Vai machucar ele, para com isso! — Fernanda voltou a pegar o sobrinho e foi na direção do marido que voltou acolher o garotinho — Justamente por não enxergar maldade que ele tem direito de amar e gostar de Bárbara, não vai ser você, Aurora e nem ninguém que vai impedir ele de gostar de alguém com toda essa pureza no coração que carrega. — beijou as costas do sobrinho — Não chora, meu amor.

— Me tira daqui, titio... — ele pediu e Aurora assentiu dando autorização para Eduardo sair com seu filho.

Eduardo foi até o jardim com o pequeno caminhando entre as árvores com ele, a relação que dois tinham despertava no homem cada vez mais a vontade de ser pai, mas do jeito que as coisas andavam, seria meio impossível, Fernanda não demonstrava interesse em ser mãe.

— Não pode falar assim com seus pais, campeão. — colocou o menino em um galho baixo de uma árvore.

— Mas eu queria muito ver a minha vovó e a mamãe só quer ficar mandando cartinha. Eu não quero cartinha, eu quero a minha vovó. — abaixou a cabeça.

— Ai, Santiaguinho... — acariciou o cabelo dele — Quem sabe um dia sua vovó não venha atrás de você, não é?

— Será, tio Edu?

— Não custa ter um pingo de esperança, certo?

— É. — sorriu.

...

Semanas depois...

— Matias, tô saindo pra buscar a Luna. — Bárbara falou pegando as chaves do carro.

Reaprendendo a CaminharOnde histórias criam vida. Descubra agora