Capítulo 47

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— Você... é... — Bárbara não tava sabendo falar — Mas você não era o neném da mamãe?

— Eu continuo sendo, mãe. Só que agora eu... né, transei. — mordeu o interior da boca.

— Transou. — Bárbara se levantou soltando ela devagar e passou a mão no cabelo — E... com quem foi?

— Juan. — também se levantou.

— Juan? — se virou encarando ela — O ajudante da biblioteca? Que usa óculos?

— Anhan.

— Calma, é muita informação pra minha cabeça de velha. — observou o brilho nos olhos da filha — Há quanto tempo estão juntos?

— De beijinho já tem três meses, mas ele tá tentando me conquistar tem quase ano, me escrevendo poesias, dando presentes fofos... e foi mágico, mamãe. — sorriu — Ele respeitou meu tempo, meu corpo.

— Quando foi?

— Ontem de noite. Ele me chamou pra ajudar ele a estudar para a prova da faculdade, ficamos algum tempo com a cara nos livros, nós dois e mais um casal de amigos que depois foi embora, deixando nós dois sozinhos. — ela contava tranquila e Bárbara prestava atenção atentamente — Aí a gente foi cozinhar e foi tão legal aquele momento, depois que comemos, ele me beijou e as coisas começaram a esquentar e...

— E aí rolou. — Bárbara completou ainda sem expressão — Vocês usaram preservativo?

— Anhan, eu tinha na bolsa.

— Você tinha??? Estefânia, pegou de quem?

— Seu. — sorriu sem graça e Bárbara fechou os olhos segurando o nariz.

— Então você já sabia que ia acontecer.

— Eu tava sentindo e eu queria e tava curiosa. — falou com rapidez balançando as mãos — Ele tava com vergonha porque a casa dele é muito simples, disse que eu merecia um lugar bom, que fui criada como uma princesa...

— Ele parece ser um bom menino.

— Ele é, mãe.

— Bom, vamos ter que marcar médico pra você, sempre bom fazer exame e... o médico vai passar anticoncepcional. — ficou em silêncio por uns segundos — E seu pai vai ver na fatura do cartão, vai questionar o anticoncepcional e o exame...

— Você vai contar pra ele?

— Ele vai me perguntar, Fany.

— Tá... — balançou a cabeça — E você tá decepcionada? Papai vai ficar chateado?

— Não, não meu amor. — balançou a cabeça sorrindo — Estou feliz por você e orgulhosa, só que eu ainda acho que você tem dois anos de idade e vai ficar atrás de mim pela casa agarrando na minha perna, pedindo colo...

— Não seja por isso, posso agarrar em você agora e pedir colo. — riu e abraçou a mãe que retribuiu beijando a cabeça dela.

— Você gostou pelo menos? — encarou a filha passando a mão no cabelo dela.

— Eu adorei, aquele menino é metido a nerd, mas esconde muita coisa. — as duas caíram na risada.

— O que me deixa tranquila é saber que foi tudo no seu tempo, que ninguém te forçou, te obrigou a nada, passei minha vida toda com medo de que você passasse pelo mesmo que eu...

— Oh, mãe... — a olhou com carinho — Juan é incrível, até mesmo medroso.

— Parece seu pai do jeito que você tá falando.

Reaprendendo a CaminharOnde histórias criam vida. Descubra agora