Capítulo 44

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Cinco dias depois...

Após a cerimônia de Lulu no quartel, todos estavam reunidos na casa de Bárbara jantando. Fernanda estava em um canto da sala junto com Luz brincando com a afilhada e rindo com ela.

— Devia parar de guardar isso pra você e ir falar com ela  — Lulu sussurrou para a mãe que observava Fernanda de longe.

— Do que você está falando, Lucrécia?

— Sabe muito bem do que estou falando, mamãe. — cruzou os braços.

— Ela é hétero e uma das minhas melhores amigas.

— Você também se dizia hétero. — arqueou a sobrancelha sendo encarada pela mãe e saiu andando pela sala.

— Sua filha tem razão. — Bárbara falou enquanto tomava o vinho calma.

— Bárbara...

— Não adianta mais esconder, já sei que você está gostando de Fernanda. — sorriu — E ela te quer, toda brincadeira de duplo sentido que você faz, ela responde.

— São só brincadeiras. — a olhou e Bárbara balançou a cabeça em negativa.

— Abre os olhos, Edite. — apertou seu queixo e caminhou até o sofá, onde se sentou e cruzou as pernas.

Fany viu a mãe sozinha e decidiu ir atrás de um pouco de atenção dela, a adolescente se aproximou e sentou ao lado já abraçando a mesma.

— O que foi, meu amor? — sorriu alisando seu cabelo.

— Bom, Luz está com a Tia Fer... assim ela não vem... pensei que com ela lá, eu posso ficar um pouco mais com você.

— Oh, minha vida. — a apertou nos braços — Eu sei que é difícil conviver com a sua irmã pequena, que ela sempre quer atenção e você fica na sua, sem querer se meter e muitas vezes se afasta do seu pai e eu. Ela logo para com isso.

— Eu sinto saudades de quando era só a gente, mas também não consigo viver sem a Luz.

— Isso é ciúmes de irmã, filha. Tá tudo bem. Acontece. — sorriu carinhosa — Me respondeu uma coisa. — cheirou o cabelo dela.

— O que?

— Quer aprender a dirigir?

— Eu não tenho idade ainda, mãe.

— Eu sei, eu também não tinha quando aprendi. Me deixa te ensinar, filha. É legal.

— Tá falando sério? — olhou para a mãe com encanto.

— Sim, meu amor. O que você acha? Amanhã, de manhã. Você e eu saímos juntinhas, escondidas, toma café fora e aí quando voltar, eu te ensino.

— Eu vou amar, mãe.

Eduardo observava a esposa do outro lado da sala, seus olhares se encontraram e ela cruzou as pernas, deixando o vestido que usava, marcando suas coxas, o homem olhou e riu de lado balançando a cabeça, saindo da sala.

— Fany, olha. — Luz correu até a irmã com alguma coisa na mão.

— O que é isso?

— Docinho, roubei na cozinha pra gente. — subiu ao lado da irmã sussurrando e passou na mão dela tentando disfarçar. Bárbara havia visto tudo porém fingiu que não notou para deixar aquelas duas naquele momento.

— Eu amo você, pestinha. — Fany sorriu e beijou o rosto da irmã — Vai brincar, vai, meu amor. — desceu ela do sofá e Luz voltou correndo para a madrinha.

— Eu amo tanto como você cuida da sua irmãzinha. Você me dá orgulho, Fany. — Bárbara puxou o rosto da filha para sua direção — Graças a você eu voltei a ter um motivo pra viver, sabe que é você o pilar da nossa família, não sabe? Você me uniu ao seu pai, você trouxe felicidade pra vida Luna quando ela mais precisava, você é a heroína da Luz, a protegida da Aurora.  — enquanto a mãe falava, a garota derramou algumas lágrimas escutando tudo aquilo — Não chora, meu amor. — sorriu carinhosa e beijou sua testa — Você foi o motivo pelo qual Edite não desistiu, foi a desculpa que a Fernanda usava para vir em casa.

Reaprendendo a CaminharOnde histórias criam vida. Descubra agora