Capítulo 34

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Bárbara lavava a louça perdida nos próprios pensamentos, Eduardo secava as louças olhando ela.

— O que foi?

— Nada...

— Se não fosse nada, você não estaria assim... — segurou o braço dela e a puxou secando as mãos da mesma.

— A Luna... ela não tá bem... ela saiu meio se culpando por ter ido estudar no exterior e não ver a Fany crescer.

— Mas a neném já foi atrás dela...

— De qualquer forma, eu conheço a Luna, Edu.

— Vai ficar tudo bem. A Fany ama a Luna, sempre vai amar, ela só tá se acostumando com a presença repentina dela. Aposto que em dias elas vão estar coladas e vai ser impossível separar. — colocou o pano de prato no ombro e segurou os dedos dela alisando.

— Me abraça.

Eduardo chegou mais perto e a abraçou com força e cuidado ao mesmo tempo, pondo a mão no nuca dela alisando. Fany ia entrando na cozinha, mas parou para observar os pais unidos naquele abraço gostoso. Ficou sorrindo e voltou pra trás na sala sentando no sofá.

— Nossa, você tá muito cheirosa. — Eduardo apertou o quadril dela e desceu o rosto para o pescoço da mulher.

— Ai... — suspirou — Pode parar por aqui, a Fany ainda está muito bem acordada, no quarto você me procura. — mordeu os lábios se afastando e Eduardo encostou na pia com um sorriso malicioso.

— Sabe de uma coisa?

— O que? — parou na porta antes de sair.

— Gosto de maneira que você manda em mim, é sexy. — saiu andando e passou por ela fazendo questão de alisar o bumbum da mulher lentamente antes de se retirar para o escritório.

— Mãe. — Luna chamou vindo do corredor dos quartos e Bárbara inclinou a cabeça para ver ela — Cadê meu pai?

— Qual deles?

— Matias...

— Na Angélica, amor. Ele passa o fim de semana lá, vem amanhã de manhã. — caminhou até ela.

— Tô com saudades dele. — cruzou os braços e abaixou a cabeça — Foi... tão estranho ver a reação da Fany... Eu não sei o que eu tinha na cabeça quando fui embora e deixei ela... Eu fui tão egoísta pensando só em mim... — parecia um pouco desesperada, só não sabia que Fany estava deitada no sofá escutando tudo.

— Ei, calma, minha princesa. — afastou o cabelo dela para atrás da orelha — A Fany continua tão doce como quando era bebê, mas ela era tão pequena que vai ser mesmo difícil pra ela ter lembranças dos momentos de vocês duas juntas.

— Eu deixei os meus problemas passarem acima de tudo, eu perdi as primeiras palavras dela, primeiros passos... — encheu os olhos de lágrimas — O que foi que eu fiz? — começou a chorar.

— Não, não, não. Não chora, meu amor. — abraçou-a.

— Eu amo muito a Fany. Mais do que eu posso amar qualquer outra pessoa, ela é a melhor coisa que já me aconteceu. Ela é pequena demais pra entender isso. — se refugiou na mulher.

— Calma, Luna... — afagou as costas dela — Você precisa descansar.

— Eu queria tanto que a Fany se lembrasse de mim... Mas isso é exigir demais da minha pequena... — se aconchegou no peito de Bárbara.

— Vem, vamos para o seu quarto. — caminhou abraçada com Luna para o quarto da jovem moça, a mesma deitou na cama e engatinhou para deitar — Seca o rosto, respira fundo. — sentou na ponta da cama e segurou no pé dela — Eu te amo.

Reaprendendo a CaminharOnde histórias criam vida. Descubra agora