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Allina

11:I never liked Kate
anyway

Ao voltar para casa, notei que o ambiente estava gelado, e me perguntei o porque de estar assim.

Então, me lembrei que os aquecedores da casa estavam quebrados. Tivemos este azar deles quebrarem justo na temporada de inverno.

Também notei que a TV estava ligada, mas não havia ninguém na sala. Havia uma taça de vinho no braço do sofá, borrada de batom vermelho.

Mamãe estava de volta.

        — Mãe? — Gritei entrando pela cozinha, e me deparei com uma cena de cortar o coração.

        — Mãe? Pôr que está chorando? O que aconteceu?

Me sentei ao seu lado enquanto ela se acabava em lágrimas.

        — Droga, você não podia ter me visto assim. — Ela falou em meios ao soluços em que dava.

        — Deixe de ser orgulhosa! Vamos, me conte o que houve!

Ela limpou seus olhos, ajeitou sua coluna e me olhou profundamente.

        — Você não é mais uma criança, Allina. Então quero que saiba a verdade, antes que fique sabendo por outros.

        — Pode falar, mãe.

        — Sabe que seu pai trabalha muito, e quase não temos tempo para ver ele, não sabe?

        — Sim mas, aconteceu algo com ele? Ele está machucado?

        — Calma, Allina. —  Ela exclamou, e eu assenti, ansiosa.

        — Também se lembra daquela secretária que trabalhava ajudando seu pai com as viagens, não é?

        — Ah, claro, a kate. Mas o que tem eles? O que a kate tem haver com isso?

Ela se encolheu na cadeira, como se pensasse em uma resposta para mim. Enquanto seus olhos se encheram de água novamente eu esperava pela sua resposta imediata.

        — Eu encontrei seu pai e a kate... Bom... como posso citar isso sem lhe deixar traumatizada?

Arregalei meus olhos, e logo ela se calou.

        — Não precisa falar mais nada, eu já entendi... — Sussurrei.

        — E por causa disso vou precisar passar um tempo fora, para resolver umas coisas sobre o divórcio e relaxar minha cabeça, entende?

        — Claro, claro que entendo. Você precisa ir. Tenha o tempo que for!

        — Não sei se essa é a melhor maneira de resolver isso, mas foi a única que encontrei. O que acha?

        — Eu acho incrível, mãe. Saiba que estou ao seu lado nessa, nunca gostei de kate mesmo!

Ela riu e se levantou.

        — Mas não quero você se preocupando com meus problemas, ouviu? Vá curtir o inverno, e não se lamente. Eu vou voltar ok?

        — Está indo agora?

        — Sim, eu apenas vim pegar algumas coisas. Mas eu também preciso que me faça um favor.

        — Claro, o que a senhora quiser!

        — Preciso que explique nossa situação para louis. Sabe que ele é muito apegado ao pai e acho que se eu for contar à ele eu posso acabar infartando!

        — Eu conto, não se preocupe. — Exclamei. — A senhora tem certeza de que vai ficar bem?

        — Claro, vou mostrar para Kate que ela não passa de uma secretária idiota. E pro seu pai também, é claro.

Olhei à sua volta, e vi duas malas ao seu lado.

Ela iria dizer algo a mais, porém foi interrompida pelo som da vizinha ecoando pela rua vazia.

        — Ah, olha! Meu táxi chegou!

À acompanhei até à porta, tentando não deixar mais lágrimas molharem meu rosto vermelho e nervoso.

        — Eu voltarei logo, minha filha. E por favor, não deixe de se alimentar, ouviu?

        — Claro mãe, eu prometo.

        — Em 2 semanas estou de volta. Te amo. — Foi a ultima coisa que ela disse antes de entrar no taxi e sumir pelos horizontes.

Meus olhos.

Droga, estavam encharcados de água.

Minhas pernas estavam bambas e eu não sabia o que fazer agora.

Preciso de consolo, apenas disso.

Meu irmão, onde está o meu irmão?

Ele não está aqui.

Peguei meu celular e disquei o numero de chosen.

Chamou, chamou, chamou e....caixa postal. Seu celular estava desligado.

Tentei várias outras vezes, mas não tive resultados.

         — Droga chosen, eu não queria ter que encarar Millie agora. — Falei para o celular, entrando no contato de Millie.

Liguei, e para minha surpresa, nada. Apenas chamadas perdidas.

        — Grandes amigos, claro.

Me sentei no sofá, tentando pensar em alguém que pudesse me acalmar nesse momento. E quem me veio na cabeça foi....

        — finn? — perguntei ao ver que ele atendeu minha ligação.

        — allina? Porque está chorando? O que aconteceu?

         — você ainda está aqui por perto? Eu estava precisando de algo....

        — claro, eu estou na casa de meus tios-

        — então não precisa se incomodar. Fique por ai com sua família

        — Não! Claro que não, eu já estou chegando ai, está sozinha?

        — é, eu estou

        — entao tente se acalmar,estou à caminho

Desliguei a ligação e me sentei ao chão, esperando por Finn, que à qualquer momento entraria por aquela porta e provavelmente me acalmaria um pouco.

Festa dos sinais, Finn Wolfhard.Onde histórias criam vida. Descubra agora