- Louca saudade #

Cap.12

" querido precisamos conversar, vamos jantar? Beijos te amo"

Depois de apagar milhares de vezes eu aperto enviar para Miguel que me responde na hora. E agora estou aqui na sua casa, sentada na bancada da cozinha o olhando.
- quer vinho?- ele oferece e eu recuso - cerveja?- assinto.

O silêncio me corrói, eu já havia contato pra ele sobre o cara que quebrou meu coração, mas nunca contei quem era.

- precisamos conversar - digo e ele me encara, senta na minha frente.- lembra quando eu contei pra você sobre quem havia me magoado? - ele afirma com a cabeça - então, esse cara era o Edu irmão da Brenda.

Ele não me interrompe e me deixa contar tudo, não escondo nada. Quando termino ele me olha fundo nos olhos.
- é isso significa alguma coisa pra nós? Pra você em específico?
- não. Isso não muda nada do que aconteceu entre nós. Somos noivos e quero me casar com você.
- e você tá morando na mesma casa que ele...- ele respira - não tem como não me sentir ameaçado.
- querido, nós não estamos ameaçados, você confia em mim?- ele confirma - então não tem o porque se preocupar.

Conversamos muito sobre todo esse assunto, eu sei que eu causei um baque no nosso relacionamento com essa novidade.

Depois de jantar ele me pediu que dormisse lá, e eu aceitei. Estávamos no sofá eu em seu colo nós beijando, o beijo sempre foi bom, o sexo também. Dormimos juntos, e enquanto acariciava meus cabelos Miguel disse que iria viajar esse final de semana pra operar uma paciente que ele estava acompanhando o caso e provavelmente iria retornar somente no dia anterior ao casamento da Brenda.

- acho que você devia da uma chance e conversar com o Edu, ser pelo menos amiga dele - Beck falava enquanto aguardávamos o restante do pessoal no nosso encontro sagrado de sábado.
- nós precisamos conversar primeiro e hoje vai ser a primeira vez que vou dormir em casa, Miguel viajou hoje de manhã.
- entendi.- ela diz-  você vai ser madrinha com ele Helo, precisam pelo menos fingir - ri.
- ruivinha - Bruno se aproxima - trouxe uma gelada pra você - me entrega um chop.
- obrigada - sorrio- não vai sentar?
- sim estava somente servindo a mesa favorita da casa - ele brinca.
Não demora muito Brenda é João chegam.
- cara tô sabendo que tem uma maluca lá do hospital atrás do Edu - Bruno ri fazendo com que o João também risse.
- pois é o cara me falou! Parece que tá cercando ele - João brinca - galo velho voltou!- eles brindam.
Beck e Brenda me olham. E nesse momento, meus olhos encontram ele entrando pela porta.
- por falar em galo velho olha ele aí - Bruno o chama.
- eita qual é o papo?- ele chega cumprimentando todo mundo.
- você irmão - Brenda revira os olhos.
- o que eu fiz?- ele abre a cerveja. Me encara.
- já chegou arrasando o coração das mulheres - Bruno fala rindo.
- pois é o cara mal chegou e já tem fila querendo da pra ele - João brinca.
- vocês esqueceram que tem mulheres na mesa?- Beck diz.
- eles estão viajando, não é nada disso.- me encara. Desvio meus olhos dos seus.

A noite foi divertida, bebemos, e por incrível que parece o clima pesado de semanas atrás havia amenizado, que no fim estávamos rindo e relembrando nossa adolescência. Mais precisamente minhas brigas com o Edu.

Na hora de ir embora, fui até a frente do restaurante estava prestes a chamar o uber quando Edu se aproxima.
- Não precisa Helo eu te levo - ele diz.
- você tá tão bebado quando eu, sem chance de eu entrar em um carro com você dirigindo - ergo uma sombrancelha.
- tá legal ruivinha certinha - brinca - vamos dividir um uber então já que vamos pro mesmo lugar.
- quem disse que vamos pro mesmo lugar?
- seu querido noivo viajou - ele faz careta o que me faz sorrir - o que? Pera eu preciso registrar isso! Você abriu um sorriso!
- cala a boca seu cuzao - digo batendo em seu ombro- vem o uber chegou.

Me jogo no sofá assim que chego em casa, Edu sentando meu lado, e como se nossos corpos quisessem se fundir porque o clima muda instantaneamente, a eletricidade ainda está lá. Tenho certeza que ele também sente pois eu o sinto me olhando. Minhas bochechas estão queimando.

- Helo..- ele diz com a voz rouca.
Levanto e ele me acompanha, não consigo olhar em seus olhos, quando estou próximo do meu quarto ele me para.
- será que a gente pode conversar?- ele diz.
- amanhã edu - falo o encarando.
- amanhã então - me olha.

Não nos movemos, seus olhos descem até minha boca, descem e vão até meus seios que com a blusa fina eu tinha certeza que evidencia ali.. ele abre a boca e sobe os olhos novamente até encontrar os meus.
O desejo tava ali, nítido e exposto a quem quisesse ver.
Ele se aproxima, eu sinto minhas pernas amolecerem, e sua mão toca meu rosto, acaricia e desce até meu pescoço, seu toque me causa uma corrente elétrica tão poderosa, que quando dou por mim, nossos lábios estão próximos.

Olhos nos olhos, a boca a milímetros. A boca dele encosta na minha, e um fogo me incendeia,  ele geme rouco que me deixa excitada na hora, minha boca abre e nossas línguas entram em ação, uma disputa de quem necessita mais, o beijo e incrível, mas dessa vez tem um misto de saudade e desejo.

Seu corpo pressiona o meu contra parede e sua boca continua faminta pela minha, solto um gemido quando ele morde meus lábios, minhas mãos exploram por debaixo da sua blusa, meus dedos estão ansiosos. Nossas bocas não param, ele desce os lábios até meu pescoço trilhando vários beijos e chupadas.

- eu senti tanta saudade - ele diz rouco sem voz.
- ahhh- solto um gemido e sua boca toma a minha de novo, ele aperta minha bunda, me mantendo firme contra seu corpo e sua ereção evidente.

- Edu...- digo quando paramos o beijo sem fôlego.
- isso... não pode acontecer - digo sem ar.
- você também queria, eu sei que você sente isso também Helo - ele fala com a boca no meu pescoço.
- eu vou me casar- falo e sinto seu corpo tensionar.
- eu sei...
- nós bebemos demais, amanhã conversamos - me desvencilho dele e entro no meu quarto.

Meu corpo ansiando por mais, por ele.

Eu não posso me deixar levar por sentimentos do passado mal resolvidos.