Capítulo 10

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A madrugada já tinha chegado e continuávamos conversando, ele nunca me revelou por onde estava nos dias que ficou sumido, as vezes eu percebia que não o conhecia direito, ele tinha segredos que nunca eram revelados a mim, já eu me abria para ele como se fosse um livro me permitindo ser lida do começo ao fim.

Adormeci deitada em seu peito enquanto ele me contava sobre suas histórias malucas que viveu numa noite de rave, era uma realidade tão distante da minha que eu escutava como se fosse uma história de contos de fadas. Ao acordar ele não estava mais presente mais seu perfume marcante se fazia presente nos lençóis da minha cama.

Minha cabeça estava confusa enquanto meu coração parecia não aguentar mais tentar esconder meus sentimentos por ele, mas como eu poderia dizer ao meu amigo gay que eu estava apaixonada por ele.

Pela tarde Rafael me mandou mensagem, hoje iríamos a um lugar diferente, seria mais uma das nossas saídas loucas, fugindo na noite como se fôssemos dois ladrões aproveitando da escuridão da noite para cometer delitos, mas a adrenalina que eu sentia me trazia um pouco de felicidade.

Dessa vez tive um pouco de dificuldade para sair, um dos seguranças passeava pela lateral da casa constantemente, geralmente eles não costumavam fazer isso. Já estava impaciente quando parei de ouvir os passos dele, dei um tempo e enviei mensagem para Rafael. A janela não era muito alta mais eu nunca tinha tentado descer sozinha, seria a primeira vez de muitas que surgiram depois.

Rafael estava a minha espera dentro do carro, eu entrei rapidamente, o carro tinha a película escura nos vidros impossibilitando uma visão interna do carro, passamos pelos seguranças e meu coração quase saia pela boca mas essa sensação era boa.

No som do carro tocava Stay de Rihanna e a letra parecia resumir o que eu estava sentindo naquele momento, começamos a cantar alto e desafinados e quando a música acabou ficamos sorrindo um para o outro, pareciamos dois loucos fugitivos buscando a liberdade mais presos um ao outro.

- chegamos Angel, hoje iremos acampar e curtir esse céu estrelado. - fico sem reação quando ele fala isso, mas logo dou um sorriso e saímos do carro.

- amigo eu não posso ficar muito tempo fora de casa... e se alguém perceber que não estou em casa? Eu nem quero pensar na merda que vai ser. - minha voz sai um pouco trêmula.

- fica tranquila querida, antes de amanhecer nos voltamos ta bom? Confie em mim. - ele tira varios objetos do porta mala incluindo um violão e começamos a arrumar o lugar para montagem da barraca.

Minha confiança em Rafael era tanta que eu seria capaz de andar em uma corda bamba entre dois prédios altos de olhos vendados, talvez eu estivesse exagerando muito mas eu já tinha perdido a capacidade de controlar meu coração.

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