Capítulo 39

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Passei a noite inquieta, sem sono e pensando em tudo que Víctor tinha me falado, não entrou na minha cabeça o fato de meu pai querer matar Víctor depois do meu casamento, quais os motivos para ele querer recomeçar uma guerra que foi selada a paz quando planejaram a união das famílias com o nosso casamento.

Sinto que ainda existe lacunas que Víctor deixou quando me contou essa história, tem algo a mais que ele não quis  dividir comigo por algum motivo ele não confia totalmente em mim e constatar isso bate uma tristeza, sei que  deve ser dificil pra ele mais tudo que vivi antes de o conhecer não deveria ser posto em uma balança, eu aprendir a confiar nele e gostaria muito que fosse recíproco.

Levanto da cama e resolvo tomar um banho enquanto ele ainda dorme, hoje irei na casa de meus pais, preciso saber tudo que aconteceu, pretendo questionar tudo para minha mãe, não sou mais a garota marionete que eles criaram, e hoje irei mostrar isso a eles.

Depois do banho desci para a cozinha, preparei uma chá de hortelã com limão e subi para o quarto, no caminho encontrei a senhora Harad que ficou surpresa por eu está na cozinha as 5 da manhã, a tranquilizei dizendo que estava com vontade de tomar um chá e subir de volta para o meu quarto. Tomei o chá pensativa e observando Víctor durmir, ele parecia está bem cansado pois a essa hora ele já estaria levantando.

Me arrumo e antes de sair o beijo sutilmente que sorrir com os olhos ainda fechados, ele é tão lindo que fico ali o admirando por um tempo, acredito que sou uma mulher abençoada por Allah, caso contrário eu não seria agraciada com esse homem em minha vida.

Saiu do quarto com uma determinação nunca sentida por mim antes, estou segura e ter uma conversa seria com aqueles que se dizem meus pais.

Peço ao motorista para me levar e dispenso os dois seguranças, acredito que meus pais não seriam capazes de fazer mais mal do que já me fizeram um dia.

Dou um longo suspiro quando o carro para em  frente a casa, é estranho saber que esse é o lar da minha família a décadas mais eu nunca estive aqui, a mansão dos Ibrahim nunca foi morada para mim, e constatar isso bate uma certa tristeza. O carro passa por um portão que está com dois seguranças na frente, me apresento e então eles liberam a passagem do carro.

Desço do carro e vou em direção a entrada da casa, ainda são 8 da manhã mais sei que devo ter essa conversavo mais rápido possível, sou recepcionada por uma senhora com um sorriso, ela parece se emocionar quando me vê, seus olhos enchem de água e eu fico sem entender.

- olá minha criança! - sou surpreendida com seu abraço e retribuo mesmo não tendo idéia de quem ela seja.

- bom dia senhora. - falo tímida

- eu sou sua tia Zarad, eu sempre quis te conhecer... você é tão linda minha sobrinha, tão linda como um verdadeiro anjo. - fico envergonhada com suas palavras e feliz por conhecer ela.

- prazer em conhece -la tia, obrigada. - um silêncio paira na sala enorme enquanto ela me observa.

- olha quem lembrou dos pais... - diz minha mãe descendo as escadas num tom irônico.

- eu vou deixar vocês duas sozinhas, - diz minha tia se retirando da sala de cabeça baixa.

- Zarad traz um chá para nós por favor, com mel, pois a conversa que irei ter com Angel tem tudo para ser bem amarga. - com sarcasmo ela me olha e eu me mantenho firme.

- onde está meu pai? Ele está bem? Eu quero o ver.

- seu pai esta no quarto, se recuperando da surra que seu estimado marido deu nele... presumo que você já esteja sabendo não é mesmo? - mais uma vez sua ironia prevalece em suas palavras.

- porque meu pai queria apunhalar Víctor? Que história é essa de querer matar meu marido? Vocês estão loucos? Como podem querer me fazer tanto mau assim mãe? - pergunto segurando minhas lágrimas, não quero parecer fraca mas tenho feridas que ainda estão  cicatrizando, e meus pais são os causadores da maioria delas.

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