Capítulo 47

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Sinto dores em meu corpo, meus olhos permanecem fechados como se algo os impedice de abri-los, consigo sentir a presença de Víctor, e sei que ele está ao meu lado, mesmo assim estou com medo, não consigo acordar e isso me atormenta.

Pareço permanecer em um mundo inerte, mais agora já consigo ouvir algumas vozes, entre elas a de meu esposo, ele conversa comigo o tempo todo e ao me esforçar para acordar consigo mover alguns dedos das mãos, sinto a euforia dele e seus gritos chamando os médicos, vou abrindo meus olhos aos poucos, as pálpebras estão pesadas e isso dificultam um pouco, meu corpo dói e sinto um desconforto na região do meu abdômen. Abro meus olhos e encontro os dele me olhando sorrindo mais com os olhos cheios d'água.

- oi... ele diz em tom baixo e acaricia minha mão.

- oi... que bom te ver... eu tive tanto medo... - falo pousadamente, minha  boca está seca e sinto um pouco de dificuldade.

- não se esforce minha linda, eu estive sempre aqui ao seu lado. - sua voz está embargada, seu rosto está pálido, seus olhos profundos são sinais que ele não dorme direito alguns dias.

- quanto tempo eu estou aqui? - pergunto confusa.

- duas semanas minha linda... você ficou em coma induzido por duas semanas que pareceram uma eternidade. - vejo ele respirar fundo, e sinto um aperto no peito.

Logo os médicos entram no quarto, são quatro ao total, eles fazem anotações enquanto me analizam clinicamente, em seguida saem do quarto deixando apenas uma enfermeira que me prepara para levar a outra sala, eu irei fazer uma ressonância magnética e outros exames.

Víctor parece impaciente e se movimenta no quarto andando de um lado para o outro, quando os maqueiros entram para me levar ele faz uma cara de bravo.

- deixa que eu mesmo carrego minha esposa! - sua voz potente ecoa pelo quarto e observo o temor nos olhos dos dois homens.

- Senhor Baruk por favor! Deixe os maqueiros fazer o trabalho deles ou terei que chamar os seguranças mais uma vez. - a enfermeira fala firme me deixando curiosa.

- mais uma vez? - pergunto curiosa.

- sim senhora Angel, seu esposo teve epsodios de fúria nesse hospital sendo contido por seguranças. - ela fala o observando.

- senhor Víctor Baruk andou aprontando? Na volta iremos conversar - falo e sou retirada do quarto seguindo em direção a sala de exames.

No caminho a enfermeira me conta algumas coisas, sinto vontade de sorrir com algumas situações, já outras meu olhos enchem d'água e não consigo imaginar o quanto meu esposo sofreu ao me ver entre a vida e a morte.

Quando volto para o quarto encontro Víctor de banho tomado, seus cabelos estão um pouco molhados, seu rosto continua lindo apesar das olheiras, ele parece um pouco mais magro mas consigo enchergar seus músculos por trás da sua camisa social.

- voltei lindo... sentiu minha falta? - digo sorrindo, estou me sentindo melhor.

- demorou esses exames hein? Pareceram uma eternidade, já estava indo procurar essa sala. - ele fala sério e se aproxima de mim dando um bjo em minha testa em seguida.

- obrigado por ficar o tempo todo ao meu lado... eu sentia sua presença, e isso é tão incrível! - fico pensativa lembrando desses dias.

- eu nunca irei te deixar sozinha minha Angel... sempre estarei aqui para segurar sua mão, te proteger com meu abraço e te amar com todas as minhas forças. - ele beija meus lábios suavemente e com todo carinho.

- te amo! - falo sorrindo depois do beijo

- eu te amo mais minha doce Senhora Angel Baruk.

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