Capítulo 45

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O inverno entrou em seus dias mais frios, a temperatura de -4 graus me fizeram dá um tempo nas aulas de piano, aproveitei esse tempo para compor algumas canções, entre elas aquela que deixei inacabada, faltando apenas alguns ajustes, não a terminei pensando no passado triste que tive e sim no presente maravilhoso que  vivo hoje graças ao passado que tive.

Soube que meu pai já está melhor, e ontem Víctor soube que ele se aliou a alguns inimigos da Família Baruk, estou decepcionada com ele, e fico tentada a ir querer conversar e tentar entender seus motivos, mas Víctor não permite pois tem medo de meu pai me usar para o atingir.

Mas minha teimosia e a vontade de querer de algum jeito ajudar ambos eu decidir voltar naquela casa e tentar por algum juízo na cabeça dos meus progenitores.

Sair escondida de todos me aproveitando que Víctor iria passar o dia em outra cidade um pouco longe de Istambul resolvendo negócios da empresa. Me sinto mal e pareço está fazendo algo errado mais preciso tentar só mais uma vez.

Cheguei na casa de meus pais de taxi, um frio gelado percorre minha espinha, me causando um mal pressentimento mais não posso recuar e caminho até a porta tocando a campainha. A porta se abre e sou recepcionada pela minha mãe, seu olhar indiferente só me faz constatar o quanto ela me despreza.

Ao entrar na sala vejo meu pai que logo se levanta vindo ao meu encontro com um sorriso e me abraça me causando estranheza. Foi o primeiro abraço que ganhei de meu pai, e me segurei para não chorar.

- que visita boa filha! Allah ouviu minhas orações! Ele diz alto fazendo sua voz ecoar pela sala.

- eu vim para conversar com vocês... eu preciso muito tentar te entender pai...

- certo Angel, vamos sente- se conosco e  eu conversarei com você. - ele diz solicito me espantando com sua atitude.

- seu marido sabe que você veio nos visitar Angel? - minha mãe pergunta friamente.

- não... Víctor está viajando. - respondo sem a olhar e observo meu pai da um sorriso de lado.

- ótimo filha, eu irei no escritório pegar uns documentos para te mostrar e volto logo, querida faz um chá de flor de laranjeira para nossa filha por favor. - ele diz trocando olhares cúmplices com minha mãe e sai em direção a outro cômodo da casa.

Depois de alguns minutos ele volta com pastas nas mãos, e sou servida com o chá enquanto eles tomam café, ele começa a me mostrar documentos e diz que Víctor estava fazendo transações nas costas dele, e acusando meu marido de tentar criar provas falsas contra ele, mas eu tenho certeza que tudo isso não passa de um mau entendido.

- pai o Víctor não é assim... ele é correto e responsável, concerteza existe algo que não bate ai. - digo firme e vejo o semblante dele transformar.

- A família Baruk não vale nada! São uns desgraçados assassinos que destruiu nossa família. - sua voz está carregada de raiva e rancor e ele continua. - a oportunidade que eu sempre almejei para destruir essa corja é agora, você foi criada para isso e se casou com ele para esse propósito, mas parece que minha querida filha se apaixonou não é mesmo? - seu olhar de fúria me olha me deixando com medo e fico sem reação com a revelação que eu tive.

- sempre patética né Angel? Você parece ser uma pobre carente que se entrega aos homens pelo simples fato de ansiar o carinho que sempre te faltou, eu tenho tanta pena de você querida filha... - minha mãe destila seu veneno mais uma vez mas eu não irei cair dessa vez.

- a senhora pode falar o que quizer sobre mim, eu não sou mais aquela adolescente controlada por vocês, eu cresci e sei muito bem me defender de vocês dois. - minha voz sai num tom alto e meu pai me olha surpreso.

- será mesmo queridinha? - ela começa a rir desdenhando.

- Angel você é uma Ibrahim e nada vai mudar isso, e sua obrigação e de nos ajudar e ficar ao nosso lado. - meu pai fala irritado.

- o que adianta pertencer a uma família que nunca me acolheu e me amou de verdade? Vocês nunca foram realmente meus pais... eu nunca fiz parte dessa família, eu fui usada por vocês, criada para servir de instrumento para uma vingança idiota que só fez manchar essa terra com sangue. - começo a chorar mesmo tentando segurar o máximo eu não consigo.

- Você continua a mesma garota fraca e frágil, você sempre será manipulável Angel, e hoje você nos mostrou isso, nos ajudando a trazer seu querido marido para uma emboscada. - minha mãe tem um sorriso maléfico nos lábios  e derrepente começo a sentir minha cabeça rodar me deixando tonta e sem controle do meu corpo.

Minha visão fica turva e a última cena que vejo é um vulto do meu pai se aproximando enquanto sinto meu corpo indo em câmera lenta ao chão.

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