UMA VIDA, DOIS DESTINOS.

Capítulo 46

Acordei horas depois com barulhos intensos de tiros, eu estava num quarto trancada e pela janela vi vários homens correndo no portão, na casa pude vê um pouco de um homem parecido com Víctor, gelei e meu coração acelerou, ainda estava com a vista um pouco turva e pouca força nas pernas mais eu queria sair dali o mais rápido possível.

Os tiros não cessam e escuto um estrondo do portão ser destruido, algumas balas acertam a janela me obrigando a me jogar no chão com o susto, olho para baixo e consigo vê meu marido entrando na casa com vários homens atirando contra a casa fazendo meu desespero aumentar.

Corro em direção da porta tentando abri-la mais não consigo, me sinto fraca e começo a chorar desesperada, grito pedindo socorro, implorando para alguém abrir a porta mais parece ser em vão, estou com medo de acontecer algo com Víctor, eu nao conseguiria viver sem ele.

Fico rouca de tanto gritar desesperada, minhas mãos sangram de tanto que bato na porta e quando estou perdendo minhas esperanças ouço um estrondo na porta, e para minha alegria avisto o rosto de Víctor que me levanta do chão e me abraça forte.

- Você está bem meu amor? Eles te machucaram? - ele me abraça forte e depois se afasta me analisando.

- sim, sim estou bem... eu tive tanto medo de te perder... - choro copiosamente em seus braços.

- Você nunca vai me perder minha Angel... eu estou aqui, acabou. - suas duas mãos seguram meu rosto e ele me olha com lágrimas nos olhos depositando um beijo carinhoso em meus lábios e voltando a me abraçar forte.

- vamos sair desse lugar, quero ir pra casa e tentar esquecer esse dia. - ele me olha mais uma vez e sem dizer nada apenas afirmando com a cabeça seguimos em direção a escada.

Não escuto mais tiros, na sala tem varios corpos cobertos de sangue, procuro meus pais mas não consigo acha-los, a casa está bagunçada, o chão branco agora parece que foi pintado de vermelho e passamos pela porta encontrando mais corpos, houve de fato uma guerra nesse local.

Quando estou passando pelo portão descido olhar para trás pela última vez, e para minha surpresa vejo meu pai apontando uma arma em nossa direção, não penso em nada apenas me atiro na frente da bala direcionada para Víctor, sinto algo queimando em meu corpo, e olho para o sangue que começa a escorrer na minha barriga.

Escuto a voz de Víctor gritando, e seus seguranças atirando em direção a porta, vejo o rosto preucupado do meu marido pressionando o local que levei o tiro, e choro em pensar que essa poderá ser a última vez que eu vejo seu lindo rosto.

- Angel fique comigo! Por favor não dorme... vai ficar tudo bem por Allah! - ele diz desesperado e continua. - porque você fez isso meu anjo? Porque se jogou na frente? Você não merece essa dor... você não deveria meu amor, aguenta firme por favor... - ele me carrega no colo me colocando no banco traseiro do carro.

- eu te amo tanto meu lindo... pena ter vívido tão pouco ao seu lado, demorei demais para descobrir o quanto te amo, eu... eu... - minha boca fica seca, estou vendo tudo escuro.

- xiii! não se esforce meu amor, eu sei do seu amor não precisa falar eu sinto...
Você vai ficar bem, por Allah. - sua voz está embargada, não consigo enchergar seu rosto, e ouço ele apressar o motorista gritando aflito.

As vozes ficaram longe, eu perdir os sentidos, tudo se apagou, algo em mim parecia querer se esvair, me vi em um mundo escuro e vazio, estava sozinha e sentindo frio, mais algo me dizia que eu não pertencia aquele lugar.