Capítulo 7

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Voltamos para casa quando os primeiros raios de sol apareceram, foi uma noite inesquecível, aliás todos os momentos que passei ao lado de Rafael se tornaram inesquecíveis para mim. Não rolou beijo igual aquela noite, mas passamos o tempo inteiro trocando carinhos e fazendo planos para um futuro incerto, pois eu sabia que nunca teria a chance de viver o que planejamos naquela noite.

Rafael me deixou em casa e voltou para a cidade que ele estava morando com sua família, eu sabia que ele enfrentaria uma barra com a doença da mãe, mas eu ficaria mandando energias positiva para a cura dela, era o único apoio que eu poderia dá estando distante dele.

Tomei um banho demorado e me joguei na cama, estava cansada mas feliz, e desejei que o ano que estava iniciando me trouxesse mais experiências como essa e se for possível ao lado dele.

Durante os dois primeiros meses do ano fiquei sem saber notícias sobre Rafa e sua família, por muitas vezes tive medo do pior ter acontecido com a mãe dele, e começei a ter pesadelos relacionado a isso, nem lembro quantas vezes acordei na madrugada e levantava assustada para olhar a janela do quarto dele, outras vezes eu acordava com esperanças de vê aquela família tão feliz de volta para casa deles.

Voltei a escrever minha música e já tinha alguns versos soltos que eu tentava encaixar na melodia, mas sempre que eu tentava evoluir o coração apertava e lágrimas molhavam o meu rosto sem parar.

Palavras não bastam Não dá
Pra entender, e esse Medo que cresce
E não para, é uma história que se
Complicou e eu sei bem o porquê.

Qual é o peso da culpa que eu
Carrego nos braços...

Sou surpreendida por minha mãe entrando no meu quarto sem bater, ela sempre fazia isso, meu quarto nunca teve chave e eu nunca pude ter privacidade, ela me dá um oi sem vontade enquanto coloca sacolas em cima da minha cama, eram mais roupas como sempre, eu não entendo o motivo dela fazer compras para mim se eu nunca teria permissão para sair e vestir as roupas de grife que eram compradas.

Esse ano eu começaria a faculdade e seria a distância,com uma professora me auxiliando, eu teria acesso a internet somente no período das aulas, não reclamei pelo menos faria o curso de design que eu escolhi.

(...)

O ano já estava pela metade quando eu ouvi barulhos na casa ao lado, senti um arrepio que percorreu todo meu corpo em fração de segundos, me escondi atrás da cortina enquanto observava o carro do pai de Rafa sendo estacionado, a família saiu do carro conversando entre eles e uma felicidade tomou conta de mim quando vi a senhora Sara sair do carro, ela parecia um pouco debilitada e a perca de peso era nítida. O último a descer do carro foi Rafael, ele olhou brevemente para minha janela e meu coração acelerou, ele soltou um sorriso ao me vê escondida e entrou em casa. Naquela tarde de inverno o Sol parecia voltar a brilhar como uma manhã de verão para mim.

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