Capítulo 48

420 33 9
                                    

Depois de 5 dias eu tive alta do hospital, Víctor me contou tudo que aconteceu com meus pais, eles fugiram e apesar de tudo que me fizeram passar eu sentir um alívio por estarem vivos, a vontade de vingar algo que aconteceu no passado deixou meu pai cego, e a influência de minha mãe sobre ele não deixa ele despertar dessa loucura, a alma deles está envenenada pelo ódio os deixando aprisionados.

Agora a minha casa possuí mais seguranças que antes e eu sei que tudo irá ser diferente, Víctor está com um semblante preucupado e eu só sinto ele relaxado quando estamos sozinhos, na frente dos outros sua postura de homem frio deixa todos com medo, inclusive Sula que desde quando cheguei quase não conversa comigo mesmo eu iniciando vários assuntos.

- Sula? Estou triste com você. - digo a observando, enquanto ela escolhe uma roupa para mim.

- triste comigo senhora? Eu fiz algo que a desagradou? - ela responde demostrando preocupação.

- acho que você não quer ser mais a minha amiga, aconteceu algo? - a observo e percebo seu nervosismo.

- não Senhora, quero sim ser sua amiga, nada mudou entre nós. - ela dá um sorriso e volta a escolher minha roupa.

Depois de aproximadamente 4 semanas eu voltei dar aulas na escola de música, agora as crianças também tinham aulas de violino e canto, e olhar nos olhinhos delas me faziam querer acreditar num amanhã melhor, todas ali tem um sonho, a música os possibilitou de sonhar.

Não tenho notícias sobre meus pais, sumiram, parece que não estão na Turquia, o restante dos parentes que ficaram para trás morreram, não sei explicar o que sentir quando soube dessa notícia, apesar de não conhece-los eram meu sangue, e doi saber que o responsável por isso é o meu marido.

Víctor tem passado essas últimas semanas com uma áurea obscura, ele quer se vingar de meu pai pelo tiro que me acertou, ele quer fazer justiça pelo acordo que foi quebrado entre as famílias mas acho que ele esquece que tudo isso me machuca.

- amor vamos viajar? - falo quebrando o silêncio do nosso quarto, estou deitada no peito dele e suas mãos acariciam meu cabelo suavemente.

- viajar pra onde minha doce Angel? - ele pergunta com uma voz baixa e doce parecendo estar pensando.

- Itália... ou talvez Suíça, sei lá, quero sair um pouco da Turquia, descansar dessa loucura que vivemos nos últimos meses, o que você acha?

- agora eu não posso me afastar da Turquia querida, mas daqui a uns meses quem sabe... Você pode me entender? - suas mãos tocam o meu rosto me fazendo direcionar para o olha-lo.

- nós precisamos de paz Víctor, eu necessito disso e você também... - o olho nos olhos e percebo sua inquietação.

- eu preciso terminar o que começei Angel, e depois vamos para onde você escolher, eu prometo.

- Você mudou Víctor, algo em você mudou em relação a mim, talvez o peso de eu ser uma Ibrahim... - ele não deixa eu terminar de falar colocando seus dedos cubrindo minha boca.

- não fala isso, você não tem nada haver com aquela família, você é uma Baruk e nunca ninguém vai questionar sobre isso. - sua voz demostra raiva e algo em mim diz que eu ainda sofreria muito por ter o sangue dos Ibrahim correndo em minhas veias.

UMA VIDA, DOIS DESTINOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora