Capítulo 15

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Quase no final dos meus 8 meses de gravidez eu começei a ter fortes dores, e as freiras me levaram para o ambulatório, tive um parto complicado, e mesmo não tendo condições fui forçada a ter um parto normal, no momento do nascimento eu desmaiei, não me recordo de ter ouvido choro, eu nem tive a chance de olhar o rostinho do meu bebê.

Quando acordei fui informada que a criança nasceu morta, e nem me deixaram vê seu corpinho ou fazer um enterro para me despedir, apartir desse dia entrei em uma depressão profunda, meus seios ficaram cheio de leite e tive noites com febre alta pois o leite empedrava no peito, eu não conseguia durmir e só me alimentava forçada.

Aquele lugar era horrível, e as freiras inúmeras vezes me tratavam mal, eu não poderia ter contato com outras garotas, nossos quartos eram trancados, não tinha visitas e pelos corredores passava um frio gelado acompanhados de susurros macabros.

Nos meus aniversários elas me arrumavam e tiravam fotos me obrigando a ostentar uma felicidade falsa, e por esse motivo eu conseguia ter uma pequena noção do tempo.

3 anos depois...

Faltava três meses para os meus 21 anos quando minha mãe apareceu para me tirar daquele lugar, mas eu não estava feliz por isso, eu me sentia vazia e aquele lugar parecia ter feito eu desligar minha humanidade, tirando todos os meus sentimentos.

Fui levada a uma clínica, iria fazer uma espécie de cirurgia plástica na minha parte íntima chamada himenoplastia, um procedimento cirúrgico que visa reconstituir o hímen da mulher, que teoricamente volta a ser virgem. O procedimento foi rápido e no dia seguinte fui levada para casa.

Eu sabia de todo os planos de minha mãe, mas eu permitia e consentia, eu não queria lutar, as coisas não deram muito certo quando eu tentei no passado, tenho feridas abertas que ainda sagram sem parar, não valia apena, nada que eu fizesse mudaria o meu destino.

Morando na Alemanha eu tinha permissão para sair, fiz um curso rápido de culinária e passeava pelas ruas livremente, por muitas vezes só voltava para casa na hora de durmir. Eu sentia ódio de minha mãe, eu tinha nojo de meu pai, evitar o convívio com eles era a melhor coisa a ser feita.

O casamento estava bem próximo, e faltando apenas uma semana para a cerimônia viajamos para a Turquia, e foi ai que eu assimilei um pouco as coisas, meu futuro esposo era um turco, talvez meu inferno de vida entraria na pior fase, mas pra falar a verdade eu já não me importava com nada.

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