“Essa é a minha oportunidade de fazer o certo, de me sacrificar pelos outros...”
Bianca
Ordenei que Alice fechasse os olhos e tapei seus ouvidos desde o instante que saímos de casa, disse a ela que era uma brincadeira que estávamos participando. Minha mãe me olhava desesperada.
Estávamos no carro dos seguranças de Rafaella. Os dois estavam no banco da frente, e atrás desses respectivos bancos estavam três capangas, sendo que dois deles apontavam uma arma perto das costas dos seguranças.
— Qualquer gracinha todos vão morrer! — dessa vez quem falou foi o que mais parecia o chefe deles, que estava no meio e sem arma em mãos.
Estávamos todos apertados, já que éramos seis pessoas no banco de trás.
Chegamos em poucos minutos na mansão de Rafaella. O vidro do carro é muito escuro, e sei que pelo lado de fora não dá para ver praticamente nada.
Bem em frente ao portão principal, um dos seguranças que trabalhava na mansão acenou para que o motorista abaixasse seu vidro. Isso é de praxe para entrar na mansão.
— Abaixe só o necessário para que ele possa te ver, se não teremos grandes problemas. Pode apostar. Se perguntarem o porquê voltaram, diga que a chefe de vocês pediu, se não as mulheres irão morrer aqui bem na frente de vocês.
Depois que o carro parou um dos seguranças abaixou o vidro.
— Aconteceu algo para que voltassem?
— Rafaella pediu. Foi uma ordem direta. — disse de um jeito firme.
— Certo.
Os portões se abriram e o carro foi liberado logo em seguida.
Os quinze minutos seguintes se passaram como um raio em minha mente.
Praticamente todas as pessoas na casa foram rendidas, mas tudo foi feito em um inquietante silêncio. Dois dos três homens vasculharam a mansão, enquanto o outro ficou perto de todos os empregados da casa.
Não avistei Rafaella em um primeiro momento, e deduzi que ela estava em seu quarto.
Mais alguns minutos se passaram, e vi ela caminhando em nossa direção, com um dos capangas em suas costas, com uma arma apontada para ela.
As nossas crianças foram vendadas, mas permaneceram ao nosso lado o tempo todo. Não entendi o motivo de mantê-las conosco, mas tanto eu quanto Rafaella estávamos tapando os seus ouvidos. Elas não precisavam passar por uma situação dessas, isso seria um trauma muito grande.
— Mamãe, essa brincadeira vai acabar que horas? — Alice questionou.
— O que tá acontecendo? — foi a vez de Gabriel perguntar.
— Está tudo bem, Alice. — falei, ao retirar minhas mãos de seus ouvidos.
— Filho, vai acabar em breve. — foi a vez de Rafaella fazer o mesmo gesto que eu.
— Hadson, leve todos para a academia e os tranque, menos eles. — apontou para mim, Rafaella, Alice e Gabriel. — Se alguém fizer qualquer gracinha, você tem autorização para matar o engraçadinho.
— O que pretende com isso tudo? — Rafaella interveio e fez menção de dar um passo na direção dele.
— Calma aí! — a arma foi apontada na direção do seu peito. — Quem fala aqui sou eu, você fica quieta.
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THE LOST
FanfictionCom qual olhar você encararia a vida se perdesse sua esposa e filha em um acidente de carro? Rafaella Kalimann é uma mulher marcada por uma das piores dores do mundo: a dor de enterrar um filho. Após a grande tragédia em sua família, ela se fechou p...