“Não há como se controlar quando o corpo não pensa em outra coisa...”
Bianca
Antes de Rafaella entrar em seu escritório particular, resolvi conversar um pouco com ela. Ou tirar um sarro, como preferirem.
— Viu? Não foi tão difícil.
— Do que está falando? — franziu o cenho.
— Sair um pouco. Respirar o ar fresco. Essas coisas que pessoas normais fazem. — cutuquei a mulher, que só balançou sua cabeça em desacordo.
— Bobeira! — continuou andando e eu a segui.
— Há quanto tempo não saía assim? Se divertia e tal...
— Não me diverti, se é o que quer saber. Fiquei mais preocupada em deixar vocês seguras.
— Você é uma mulher complicada, hein? — cruzei os braços, estreitando meus olhos. De maneira alguma estava nervosa com a maneira que ela fala comigo, mas a cada dia que passa gosto mais de provocar Rafaella Kalimann. Isso é fato.
— Sou complicada por querer seu bem?
Estávamos no corredor “proibido” em frente a uma das portas. Não me dei conta que havia ultrapassado os limites, mas agora pude ver.
— Me desculpe por estar aqui.
— Não!
— Sério?!
— Por que está fazendo isso comigo? — seu tom nervoso veio à tona.
— Do que está falando? Eu não fiz nada.
— Por que me provoca? Por qual motivo não consegue ficar longe de mim e eu também não consigo ficar longe de você? Me responda!
Suas palavras me pegaram desprevenida, e não sabia o que Rafaella queria ouvir da minha boca. Pior, nem eu mesma sabia o que responder.
— Sei lá... A gente deve gostar uma da outra.
Eu sei, foi a pior resposta possível, e a mais infantil também.
— Não tenho sentimentos por você!
Pegou meu corpo, e passou uma das mãos em meus cabelos, não tirando seus olhos de mim.
— Sério?
— Muito sério.
Depois sua outra mão desbravou minha pele próximo a barriga, subindo um pouco mais...
— O que está fazendo é um pouco contraditório, não acha?
Ela não falou nada, somente observou meu corpo ao levantar um pouco mais a minha blusa.
— Rafaella...
— Quieta. Hoje eu realmente preciso te admirar.
Habilmente suas mãos foram em minhas costas, retirando o meu sutiã tão rapidamente que não tive ação alguma.
— É melhor nós duas...
— Já disse para ficar quieta!
Após me repreender novamente, abriu uma porta qualquer, o que julguei ser um quarto de hóspedes depois que vi uma cama no centro do cômodo.
— Deite-se. — ordenou.
Seus olhos brilhavam, e uma sensação estranha tomou conta do meu corpo, já que não entendi o que ela quis dizer com “me admirar.”
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THE LOST
FanficCom qual olhar você encararia a vida se perdesse sua esposa e filha em um acidente de carro? Rafaella Kalimann é uma mulher marcada por uma das piores dores do mundo: a dor de enterrar um filho. Após a grande tragédia em sua família, ela se fechou p...