twenty three · death.

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Por Taehyung

— Então o senhor está dizendo que o pai de sua namorada esteve aqui e assassinou a melhor amiga da menina? – O policial pergunta pela milésima vez e olha para Hyu.

Ela estava com as mãos ensanguentadas, com a feição dura, fria e séria. Não expressava emoção nenhuma.  Enquanto paramédicos tentavam conversar com Hyu, ela permanecia inerte ao que acontecia em seu redor.

— Senhor, entendo que queira proteger sua namorada, mas precisamos interrogá-la. – O homem a minha frente me absorve aos meus pensamentos.

— Eu sei, mas ela está em estado de choque. Acabou de ver a melhor amiga morta, não pode esperar um pouco? – Tento convencê-lo com calma.

— Sua namora-

— Pare de chamá-la assim. – O interrompo, começando a perder minha calma.

De fato, não estamos juntos, por mais que de umas semanas para cá, vivemos grudados.

Depois de trocar mais algumas palavras com o homem, ele volta para a viatura, conversando com outros oficiais e me deixando sozinho.

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Há duas horas atrás...

Hyu correu na minha frente, e tive que subir por outro elevador.

No caminho até lá, o elevador parou duas vezes em andares abaixo, e cinco senhoras gentis, ao todo, entraram nas paradas do elevador.

Trocando palavras comigo, questionando minha pressa e ansiedade visíveis talvez por estar batendo os pés algumas vezes no chão, ou a ponta dos dedos nas paredes de metal, dou graças aos céus por finalmente chegar no andar de Hyu.

Não é preciso andar muito até chegar ao apartamento com a porta escancarada.

A garota que trajava minhas roupas, estava com as mãos ensanguentadas e com algumas manchas agora em minhas peças.

Imóvel ao lado do corpo sem vida, ainda com os olhos abertos.

— Taehyung, acho que ela está... – Ela não termina a frase, e uma lágrima solitária faz o caminho desde debaixo de seus olhos até seu queixo, de forma lenta.

Me aproximo devagar, tentando afastar Hyu do corpo, mas ela não se mexe.

— Hyu, vamos. Precisamos ligar para a polícia. – Ela inclina o rosto para o lado, ainda olhando para o rosto da melhor amiga.

Examinando-a com mais atenção. Até que desvia o olhar para o chão e assente, confirmando o que havia dito.

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Hyu não disse mais nada até então, e essa ausência de reação me preocupa. O quão chocado e desesperado você tem que estar para se manter assim diante de uma situação como essa?

Me sento ao seu lado na traseira de uma das ambulâncias.

O vento frio da madrugada faz com que Hyu abrace o próprio corpo e vendo isso, uma das paramédicos caminha até nós com um daqueles cobertores térmicos e coloca por cima dela.

A mulher me lança um meio sorriso, como se quisesse dizer para eu me aproximar de Hyu para oferecer conforto.

Com um dos braços, puxo Hyu até mim e a sinto tremer.

Seus pés se elevam apenas alguns centímetros do chão repetidas vezes e coloco uma de minhas mãos em seu joelho para transmitir calma.

Poucos segundos foram necessários para que ela começasse a chorar copiosamente em meu ombro. Tremendo, molhando toda minha camisa com suas lágrimas, me fazendo a abraçar mais forte enquanto ela se permitia ser frágil por um momento.

Ela tosse algumas vezes e agradeço por não estar vendo seu rosto. Saber que ela estava chorando já me destruía demais e ativava em mim um instinto de querer devolver a paz para ela de forma desesperada.

Ela passa minutos chorando, despejando toda a dor que sentia e imaginar o sofrimento que ela sentia, me fez chorar também.

Não tanto quanto ela e muito menos pelos mesmos motivos. Akira era minha funcionária, mas era melhor amiga de Hyu.

É egoísta, mas o que me causa dor, é a perturbação que ela sente e não o que de fato aconteceu.

Ela levanta o rosto, com o nariz avermelhado e os cílios juntos pelas lágrimas. Respira fundo e olha para o céu.

— Podemos começar o interrogatório? – A delegada propõe e sorri de forma reconfortante para Hyu, que assente devagar.

— Bom... – A mais nova começa a falar – Eu estava na casa dele quando recebi uma ligação. Era o meu... pai, dizendo que havia encontrado Akira e pedido do telefone dela para falar comigo. Ao fundo ouvi alguns suspiros de dor vindos dela e então não lembro de muita coisa. Foi tudo rápido, em um minuto eu estava dentro do carro apreensiva e no outro... estava tocando o rosto gélido e pálido da minha melhor amiga sem vida. – Ela diz tudo de forma rápida e direta, sem fraquejar ou tropeçar nas palavras.

Sua expressão fria havia voltado ao contar o que havua acontecido para a mulher que transmitia calma, segurança e me atrevo a dizer que até um pouco de paz para Hyu.

A garota continuou mantendo a expressão fria dentro do carro, até chegarmos em minha casa.

Ela se lavou rapidamente para tirar o sangue de seu corpo e perguntou baixinho se podia se deitar na mesma cama que eu, hesitante.

Afirmou que não sabia se conseguiria dormir e que se sentiria melhor se não estivesse sozinha.

Enquanto velava o sono frágil o suficiente com um mínimo movimento da garota abraçada por mim, meu coração ardia com um sentimento que nunca havia sentido antes por mais ninguém.

O que é esse instinto tão forte de proteção, cuidado e preocupação? De querer estar perto, de querer blindar o coração dela de todas as coisas negativas que existem?
De querer beijá-la, e me manter abraçado para sempre ao corpo que no momento era frágil, mas carregava a mulher mais forte que eu já conheci?

É isso que chamam de amor?

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OI, GENTE😭😭😭😭

que saudade de escrever, sério! esse capítulo foi pesado, tentei não dar muitos detalhes da cena para não causar muitos sentimentos negativos em vocês, eu prometo que tudo vai dar certo, ok?

MUITO OBRIGADA PELAS LEITURAS, EU TÔ FELIZ DEMAAAAIS! estamos em mais de 1k de leituras e eu nem sei quantas pessoas são, uau! continuem lendo, votando e compartilhando, eu amo vocês demais!

deixem o feedback de vocês do capítulos até hoje, se vocês estão gostando, o que pode melhorar e etc...
beijinhos!

até breve 💖

- Blue Wood | kthOnde histórias criam vida. Descubra agora