Por Taehyung
Que sorriso lindo. E daí que foi pequeno, simples? É um dos mais lindos que eu já vi.
Estar perto da Hyu me acalma. Sinto como se já a conhecesse há séculos, como se pudesse confiar nela, e aparentemente, eu posso.
Tê-la por perto me faz querer estar vivo, e isso é tão estranho...
É a primeira vez que me sinto tão interessado em alguém que acabei de conhecer.
Geralmente, as pessoas têm que lutar para conseguir minha atenção, mas com a Hyu, parece que minha atenção sempre foi dela.
Parece que eu esperava por ela.
Quando chegamos ao restaurante, me senti quase frustrado. Ela parecia estar acima daqui, de alguma forma, como se merecesse algo melhor.
Mas não existe restaurante melhor em Seul.
Ela se encaixava perfeitamente aqui, e eu suponho que ela não frequente lugares assim tantas vezes, mesmo que tenha mantido a expressão fina e indiferente – mas sempre educada – esse restaurante é bem exclusivo.
Após conferir nossa reserva, nos direcionamos para nossa mesa, com ela indo à frente.
— Já quer pedir ou quer esperar? – Pergunto. Escolhi uma mesa mais afastada, com uma grande janela de vidro que ia do chão ao teto, dando visão da cidade em vários espectros.
Hyu estava focada ali desde que nos sentamos, e eu entendo, é realmente uma vista linda.
Voltou a atenção para minha pergunta, balançando a cabeça devagar para os lados.
— O que você acha? – Ela pede minha opinião.
— Vamos esperar, assim posso te conhecer melhor. –- Ela revira os olhos mas assente. Chamo o garçom, e peço um vinho para começarmos.
— Você sempre faz isso? – Hyu levanta o rosto quando o garçom deixa nossas taças cheias.
— Isso...?
— Chama as garotas que conhece na empresa para sair e deixa de ir pra casa para ficar em outro país só para levá-las para sair? – Não é possível. Ela está tentando me provocar? Hyu...
— Não. Inclusive tem muito tempo que não saio com ninguém. – Ela parece surpresa, entreabre os lábios e depois os fecha novamente. Ela não baixa a guarda nem por um segundo.
— Por que não? – A garota parece estar bem interessada em me tirar do sério.
— Um dia eu te conto. Mas a intenção de não comermos agora, era eu te conhecer, não o contrário.
— Tem problemas com conhecimento? – Suspiro irritado.
— Sim. Quantos anos você tem, Hyu? – Decido mudar de assunto rápido.
— 22. E você?
— 25. Nasceu em Seul?
— Nasci em Hwasun, vim pra Seul com dois anos. Você...?
— Meus pais são coreanos, mas sempre moraran em Tókio. Quando minha mãe ficou grávida, vieram para cá, nasci aqui, fiquei um tempo e depois fomos para Osaka. – Não pude deixar de sorrir quando notei a expressão de foco e concentração nela.
Ela parece ter percebido, porque quando viu meu sorriso, jogou o cabelo para o lado e desviou o olhar para longe, como se fosse para disfarçar o leve interesse.
— Vamos... pedir? – Ela volta a olhar para mim e pega o cardápio.
— Vamos.
• • •
O jantar foi tranquilo, Hyu e eu conseguimos conversar mais e ela ainda parecia hesitante em manter contato visual ou uma conversa.
Aos poucos, ela deixou de estar sempre em defesa e se acostumou comigo ali.
Me senti aliviado por não precisar mais criar uma situação ou uma atmosfera confortável. Fizemos isso juntos.
Hyu estava terminando a sobremesa e empurrou o pratinho para frente, com metade do doce intocado.
Ela tinha comido tão pouco, e menos ainda do doce.
— Não está bom? – Perguntei preocupado. Ela sorriu com minha preocupação aparente.
— Está sim, mas eu comi bem. – Balanço a cabeça negativamente. Ela não tinha comido quase nada. — Comi sim! –Neguei com a cabeça mais uma vez. — Taehyung...
— Só mais uma garfada, aí eu fico satisfeito.
Ela ponderou a opção por um tempo, balançou a cabeça, riu nasalado e pegou o garfo de sobremesa, comendo mais um pedacinho do doce.
— Pronto? – Abri a boca para protestar, mas ela foi mais rápida. — Você disse uma garfada, não quanto tinha que ser.
— Você quase não pegou nada. – Nós dois rimos.
— Podemos ir? Preciso dormir, eu acordo cedo demais para não me atrasar. – Ela diz.
— Você também? Hoje eu quase me atrasei por ficar pensando demais.
— No que pensava?
— Em como eu... – Não vou contar do meu vazio interno para ela, não quero assustar ninguém. – Em como eu precisava sair para ter uma noite agradável. Obrigado por isso.
E novamente, ela sorriu. E que sorriso... É impossível me concentrar com ela dando esses sorrisos lindos que me fazem derreter.
— Vamos? Não quero que se atrase amanhã. – Ela assente e vai para o carro enquanto eu pago a conta.
Eu queria que essa noite não tivesse fim.
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- Blue Wood | kth
Fanfiction- Promete que nunca vamos nos perder? - O pergunto, tentando absorver tudo. - Prometo. Nada nunca vai me afastar de você. - Ele tira do bolso a pequena placa de madeira azul, que abrigava nossas iniciais. - Você guardou isso? - Pergunto surpresa e l...