twenty five • running.

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Por Taehyung

Hyu, não insista, não vamos ficar. – Digo calmo para a  garota no banco de passageiros do meu lado

— Taehyung, nossa vida está aqui! Trabalho, os poucos amigos, nossos compromissos, tudo! – Respiro fundo para não explodir.

— E de que adianta isso se não estivermos seguros, amor? – Retruco.

— E vamos viver fugindo?! Como se isso fosse bom?! – Ela exaspera.

— Hyu... – Tento, e ela me interrompe.

— Não estou disposta à isso! Pra que serve a polícia, afinal?! Não é para proteger?!

— Hyu, olha... – E mais uma vez, me interrompe.

— Vamos abandonar tudo por causa dele?! É nossa vida, Taehyung! – Sinto toda minha paciência se esvair de mim quando finalmente chegamos ao aeroporto.

— Do que servirão nossas vidas se a gente morrer, Hyu?! Nosso trabalho vai nos salvar?! Vamos ressuscitar pelos amigos que restaram?! Estamos em perigo, vamos morrer se ficarmos lá, morrer! Igual a Akira! É isso o que você quer?! – Grito, me estilhaçando em meio a área particular onde um jatinho nos esperava.

Hyu respira fundo e seus pequenos olhinhos brilham com as lágrimas que ameaçam cair, então a primeira cai e com ela, um pedaço do meu coração cai junto.

Ela apenas anda em direção ao jatinho e adentra o mesmo enquanto eu tento digerir o que disse e o que fiz.

Ela está chorando por minha culpa.

Volto à mim ao ouvir uma comissária de bordo me chamar e quando entro na aeronave, Hyu está sentada no fundo dela secando o rosto com as mãos.

Me sento nos primeiros bancos, decidido a esperar que ela se recupere um pouco para que eu me desculpe.

Tê-la feito se sentir assim, me despedaçou.
Já dói quando ela chora por algo que não fui eu quem fiz e agora, minha alma foi minada junto com as lágrimas que ela seca.

Essa vai ser a viagem mais longa da minha vida.

********************

A comissária de bordo vinha pela sétima vez, em uma viagem que, de avião dura apenas 30 minutos, me oferecer água.

Ela na verdade me oferecia o decote que era levado até a altura do meu rosto em todas as vezes que ela se abaixa para falar comigo.

— Obrigado, estou bem. – Respondo desinteressado, fingindo ler as pequenas letras na tela do tablet.

Ela apenas sai com um bico nos lábios e com a saia que foi visivelmente puxada para cima, subindo ainda mais.

Hyu olhava pela janela com um olhar triste, como se estivesse fora da realidade de onde estávamos e desde meu descontentamento exposto, não trocamos mais nenhuma palavra.

— Não está com fome? – Pergunto e como resposta, obtenho um balançar negativo de cabeça. — Nem sede? – Mais uma vez, um "não".

Respiro fundo e coloco meu aparelho na mesa de suporte a minha frente, tirando alguna fios do rosto buscando contato visual.

— Me perdoa. Eu não quis... gritar com você. Deveria ter entendido que você já estava sensível o suficiente, e que eu não precisava ter falado daquele jeito. É culpa minha... não quero que pense que sou insensível ou indelicado, é só que eu não quero que você corra mais riscos do que já corre, atualmente, e eu-

— Você fala demais. – Ela me interrompe ainda sem me olhar, e quando seus olhinhos finalmente cruzam os meus, recebo um pequeno sorriso. Que salva minha alma todos os dias.

— Nossa, que seca. – Brinco, fingindo fazer um bico decepcionado e pego novamente meu tablet.

Ela apenas ri, e vejo toda a tensão palpável se dissipar.

A comissária vem novamente em nossa direção, e percebo Hyu bufar. Lá vem...

— Meu Deus. Você ainda não entendeu? Não queremos nada, querida. Aliás, se quiser chamar a outra aeromoça, quem sabe poderemos pedir alguma coisa além dos seus peitos que estão quase saindo dessa blusa? Pode se retirar. – Hyu termina de despejar toda a sua falta de paciência de uma vez só, o que é quase cômico.

A mulher se retira com o nariz em pé, brava e descontente pela resposta nada delicada que recebeu.

— Pensei que jogaria o livro nela. – Aponto para o amontoado de folhas em sua frente.

— Ela já estava me enchendo demais, que irritante. Não deu cinco minutos que veio e ela já voltou.

— Talvez ela só quisesse um aumento. – Provoco.

— Um aumento do que tem na sua calça, né? Cínica. – Ela responde e ao mesmo momento, começamos a rir.

Esses momentos com ela são importantes, me fazem esquecer do caos que nos envolve, como se nada fosse tão importante quanto essas risadas e brincadeiras juntos.

— Então... para onde estamos indo, mesmo? – Ela me desvia dos meus pensamentos.

— Rússia.

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meu.deus.do.céu.

será que gratidão consegue descrever tudo????? acho que não, viu???? MEU DEUS DO CÉU!!!! obrigada, do fundo do meu coração, obrigada! cada leitura, cada comentário, cada mensagem, cada coisinha mínima que vocês fazem... obrigada por tanto, gente!

vou tentar voltar a postar com mais frequência, eu prometo, ok? vocês são incríveis!
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- Blue Wood | kthOnde histórias criam vida. Descubra agora