twenty eight • love.

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Por Hyu

Quando abro os olhos ao acordar, sinto o cheiro familiar de colônia cara e de menta.
Ao meu lado, Taehyung dorme pacificamente com o rosto entre meu ombro e meu rosto, sem nenhuma preocupação ou aflição.

Tem tantas coisas acontecendo, que não me lembrava de ele ser tão lindo assim.

Me desvencilho dele cuidadosamente e vou até o banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes. O creme dental repousava aberto sobre a pia.

Será que ele acordou antes, me esperou e acabou dormindo de novo?

A ideia aquece meu peito em meio uma manhã fria.

Arrumo meu cabelo, apenas o ajeitando e volto para a cama. Agora, o cheirinho de menta parece se anunciar ainda mais e o homem ao meu lado se espreguiça devagar. Ainda sem abrir os olhos, a voz rouca preenche o ambiente... e meu coração.

— Bom-dia. O que acha de ficarmos aqui o dia todo, dormindo? – Ele me puxa pelo braço e me faz deitar novamente.

Deixo uma gargalhada escapar e ele sorri. Como com apenas um sorriso, ele consegue provocar uma desordem inteira dentro de mim?

— Aparentemente, você já tinha acordado e voltou a dormir. E não tínhamos combinado de passar esses dias nos divertindo antes de voltar?

— Não fui bom escondendo as provas, né? – Ele abre os olhos e duas bolinhas castanhas brilhantes apontam para mim — Tem alguma coisa mais divertida do que dormir?

— Taehyung! Está agindo como um idoso, e existem milhões de coisas mais legais para se fazer – Protesto.

— O que, por exemplo? – Diz sugestivo.

Me inclino com cuidado e selo seus lábios. Uma, duas, três vezes.
Até que ele segura meu rosto com uma das mãos enquanto a outra passeia por minha cintura.

Senti-lo é uma das melhores coisas que existem. A delicadeza que se cruza com a intensidade que ele possui me impulsiona a sempre me manter por perto dele.

Ele faz menção de se levantar e se coloca suavemente sobre mim sem deixar meus lábios. Quanto mais nos aprofundamos um no outro, mais dá vontade de nos afogar.

Quando nos separamos por inciativa dele, percebo que ele está hesitando. Fecha os olhos com força, respira fundo e volta a se deitar do meu lado. Ele parece afetado, sensível e tem o rosto um pouco ruborizado.

— Tae? – O chamo e fico sem respostas – Por que você...

— Me desculpa. Tá? É que – Ele bufa — Você me desarma e eu não sei como me controlar. Me desculpa, Hyu. De verdade.

Sem entender direito, tento me aproximar dele, que permanece imóvel.

— Por que está se desculpando? Eu... gostei. Gosto de você, de tudo que faz.

Ele se vira pra mim e percebo do que ele falava. Imediatamente, sinto meu rosto queimar, e uma sensação de formigamento se concentra em minha bochecha.

Seu rosto brilha por uma fina linha de suor, e é perceptível os poros de sua pele aguçados; arrepiado.

— Ah, meu Deus! E-era isso? Está tudo bem, eu acho... – E de repente, pareço uma criança.

Ele se levanta da cama e eu faço meu melhor para não olhar para o volume em sua calça. Rapidamente, ele sai do quarto se desculpando e pouco tempo depois, ouço o chuveiro do quarto ao lado ligar.

Assim como ele, um arrepio percorre minha coluna. Não de excitação, de prazer ou felicidade. Cenas borradas do passado correm por minha mente e antes que um sentimento de medo passe por mim, fecho os olhos com força e tento esquecer isso tudo.

- Blue Wood | kthOnde histórias criam vida. Descubra agora