eighteen · missing your touch.

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Por Taehyung

Inconstante. Poderia definir meu dia de trabalho assim.

Sempre que eu passava mais de cinco minutos sem olhar para Hyu em sua sala do outro lado do corredor, minhas mãos começavam a suar e eu olhava para ela, sempre concentrada no que fazia. Algumas vezes, ela notou meus olhares e olhou de volta, sorrindo.

O sorriso dela é tão lindo...

Mais uma vez, me peguei olhando para ela com cara de idiota, mas não notei quando ela se virou para mim, com a expressão confusa.

Quando volto à minha consciência, ela está vindo em direção a porta da minha sala.

- Senhor Kim? - Balanço minha cabeça para os lados e ela intensifica o cenho marcado com várias interrogações.

- Hyu, achei algo de errado aqui, em um dos relatórios que me enviou. - A garota se assusta com minha fala e parece querer desmaiar.

- Oh! Eu não -

- Venha cá, me explique. - A interrompo, e alguns funcionários que passavam pelo corredor noa olharam com espanto. Pelo que ouvi, Hyu nunca havia cometido um erro sequer. - Feche a porta. - Disse ao vê-la se aproximando da mesa.

Ela se volta para a porta e a fecha, quando estamos sozinhos, sorrio. Ela me olha confusa, logo entendendo o que acontecia ali.

Não tinha nada errado nos relatórios, mas precisava ver a garota mais perto.

- Seus relatórios estavam impecáveis, só queria estar com você de novo. - Me aproximo dela, acariciando uma de suas bochechas com o polegar.

- Tae... Não combinamos de sermos profissionais aqui? - Rio, selando a testa dela.

- Sim, por isso pedi pra você fechar a porta. - Mudo o selar de sua testa para seu nariz rapidamente, assistindo a garota corar e sorrir.

- Eu gostaria muito de ficar aqui com você, mas... Você tem três reuniões e eu tenho relatórios, vamos, trabalho!

Hyu sai da sala tão rápido quanto havia entrado, me fazendo suspirar e ficar sem reação, sem nem conseguir me despedir.
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O dia se arrastou e de tempos em tempos, olhava na direção da sala da Hyu, que estava sempre séria e concentrada, mas ao percever que estava a encarando, sorria e apontava a caneta para meu computador, me fazendo voltar ao trabalho.

Nas últimas duas horas do turno, o tempo parecia correr mais lento ainda. Claro que eu poderia sair mais cedo, mas eu não veria a Hyu, e não quero ser controlador ou chato mas... quero que ela volte em segurança.

Depois de tudo que ela me contou, imaginar que alguém poderia se aproximar dela com intenções ruins, me parte por dentro. Proteger a Hyu.

Não que ela precise da minha proteção, ela se tornou uma mulher muito forte e isso é lindo. Pareço ter esse instinto em mim, e sempre que eu puder impedir o mal dela, eu vou fazer.

- Taehy... senhor Kim. O senhor ainda está aqui? - A mulher que tomava meus pensamentos aparece no canto da porta da minha sala, me olhando com os olhos abertos além do normal.

- Sim.

- E...? Vai ficar aqui? - Balanço a cabeça negativamente. - Então vamos.

- Juntos?

- Não sei, você quer? Podemos jantar ou tomar um caf-

- Hyu. Feche a porta. - Ela franze o cenho ao ser interrompida e faz o que eu peço.

Caminho em direção a garota devagar, sério. Ela levanta os olhinhos para mim, parecem ter galáxias inteiras neles.

Conheço a Hyu há pouquíssimo tempo, mas ela é tão familiar. Parece que ela sempre esteve aqui, que eu sempre a conheci, que ela sempre fez parte de mim.

Quando toquei seu rosto macio, meu corpo se acalmou instantâneamente, as horas extras que passei trabalhando pareciam ter sumido.

Quando toquei seus lábios com os meus, cara... eu acendi.

Nós tínhamos tanta sincronia, era como se tivéssemos feito isso a vida toda juntos. Manti minhas mãos em seu rosto, só queria me concentrar nela, que manteu os bracinhos abaixados e levou apenas uma mão até meu cotovelo.

Quando meu ar acabou, me afastei minimamente e estalei a língua no céu da boca, eu preciso mesmo respirar?

- Eu quero jantar com você, sim. - Murmurei, lhe dando um beijinho de esquimó*.

- Então... então vamos. - Ela piscou algumas vezes, olhando para o chão e se virando para trás.

A cena me fez rir, e ela ouviu. Hyu se virou novamente e me olhou confusa.

- O que foi? - Ela me questiona.

- Você. - E ergue uma sobrancelha.

- O que eu fiz? - Ela arregala os olhos e isso me foi estranhamente familiar.

- Tem certeza que não nos conhecemos?

- Tenho! Bom. Não exatamente. - Ela parece pensar por alguns segundos. - Não iríamos jantar?

- Sim, vamos. - Dou outra risadinha e seguro sua mão.

**************

*beijo de esquimó - esfregar seu nariz contra o de outra pessoa.

oi, gente 🥺

tem um tempinho que eu não escrevo, né? que saudades de vocês.

bom, um capítulo de natal bem boiola, gostaram? feliz natal! 💕

- Blue Wood | kthOnde histórias criam vida. Descubra agora