Introduction - Hello.

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Grã-Bretanha, dezembro de 1814.

— Hyu? — Ouço uma voz grave chamar, era Taehyung.

Estávamos na grama perto de casa, juntos, aproveitando o tempo que ele tinha live.

— Sim? — Ao me virar, obtive a melhor visão de toda minha vida.

Taehyung estava deitado, seus cabelos maravilhosamente bagunçados, um sorriso discreto e seus olhos quase fechando. Seu braço estendido no chão, me chamava para voltar a me deitar com ele.

 Seu braço estendido no chão, me chamava para voltar a me deitar com ele

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— Venha. — Sua voz agora confirmava o convite.

Me aninhei nos braços dele, ele muda então sua posição. O braço que antes me convidava, agora abraça minha nuca e sua destra acaricia minhas costas, e sua outra mão repousa sobre meu rosto, fazendo um carinho tão leve e suave, que o tornava quase imperceptível.

— O que observava? — Ele questiona minha inquietação anterior e repentina.

— Ali, aquela madeira azul. Não é estranho? — Ele franze a testa.

— A cor da madeira te parece estranha? — Sua expressão se suaviza. — Mas ela está aqui. — Ele me cutuca, tocando meu vestido que também era azul. — E aqui. — Outra vez. — Aqui também. — E repete isso por várias vezes.

Seus toques me fazem sentir cócegas, ele sabe disso e ao ver um sorriso estampado em meu rosto se desenvolver para uma risada, ele continua com seus toques.

— T-ae...p-are! — Graças à risada que ressoava pelo campo vazio, Taehyung continuou me fazendo cócegas até parar em cima de mim.

Ele parou com os movimentos, e tirou uma flor em um dos longos ramos de uma árvore ao seu lado e a colocou em meu cabelo. Sua mão tocava meu rosto novamente, acariciando minha bochecha.

O acastanhado se inclina, deixando um selar em minha testa, outro na ponta do meu nariz e finalmente, um em meus lábios. Ele desenvolve o pequeno selar em um beijo calmo e repleto de carinho.

Ao nos separar, podemos ouvir o som de alguns fazendeiros se aproximando e então ele voltou ao chão para não causar nenhum alarde.

— Hyu? O que está fazendo aí? – Logo atrás de mim, reconheço a voz de minha irmã mais nova. Ela nos olha em choque, ninguém sabia da minha relação com Taehyung e se tudo corresse bem, ninguém saberia.

— Taehyung estava me mostrando como o céu fica bonito aqui, debaixo dessas árvores.

Ela acenou não tão convencida e então se deitou ao nosso lado.

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Algumas horas se passaram desde que saímos do campo e minha irmã foi de certa forma, convencida a não contar nada. Claro, depois de deixá-la nadar em um lago perto de nossa casa.

O mundo é um lugar complicado. Eu e Taehyung somos de duas famílias prósperas da vila, e mesmo que o correto é que duas pessoas de alta classe fiquem juntas, nossos pais não se davam tão bem.

Era inadmissível que uma jovem fosse vista sozinha na companhia de um rapaz, ainda mais se ele fosse mais velho, como Taehyung.

Ele é dois anos mais velho que eu, e mesmo que não pareça muito, por aqui é o que chamamos de incomum.

Estava em meu quarto, já de noite, e enquanto lia alguns livros após conseguir que minha dama de companhia não estivesse ao meu lado, ouvi algumas pedrinhas baterem em minha janela.

Me levantei, quando vi Taehyung incrivelmente arrumado e bonito, meu coração se acendeu.

O sorriso que ele me direcionou, fez minhas pernas bambearem e então, em uma pedido silencioso, ele disse para eu me abaixar.

Quando fiz isso, uma bola de tecido com um bilhete preso entrou pela janela.

Taehyung pedia que eu fosse até um lago afastado, mas não muito para me encontrar com ele.

Acenei positivamente e ele saiu, pude ver seu cavalo atrás da cerca viva para não fazer tanto barulho. Ele montou e foi embora.

Como tinha acabado de tomar um banho, apenas coloquei outro vestido e arrumei meu cabelo, o deixando com um penteado solto.

Estava tarde e todos dormindo, tranquei a porta do quarto como de costume e saí, andando ao lago e aproveitando a noite.

• • •

Taehyung estava ali, lindo. Brincando com a água gélida e molhando seu casaco que estava em uma pedra, atrás dele.

— Taehy? – Ele se levanta instantaneamente e me estende a mão, me conduzindo a sentar ao lado de onde ele estava, logo retomando seu lugar.

— Eu não queria ter que falar assim. – Ele diz e balanço a cabeça, visivelmente confusa.

— Como...?

— Você já sabe o que aconteceu, mas provavelmente não o que quero fazer. – O lancei outro olhar de dúvida, até que ele continuou. — Hyu, estamos em guerra. Eles precisam de homens e eu não posso...

— Não ouse terminar essa frase, Taehyung. – Respondi, fria.

— Hyu...

— O que quer ir fazer? Lutar nas trincheiras?! Você tem ouvido as notícias?! Estão todos morrendo, e não só nas mãos dos soldados mas de doenças, Taehyung!

— Eu não posso ficar aqui! Estão morrendo por mim, como acha que me sinto?! – Meus olhos se fecham com toda a tensão e ele suspira. — Eu quero ir, Hyu.

— Eu não quero que vá. Eu te conheço, sei que isso não é o suficiente para ficar, mas mesmo assim...

— Vou ficar bem, eu prometo. Não vou perder você. – A frase acende meu coração.

— No caso, eu que te perderia. – O clima se torna mais leve.

— Não vamos perder um ao outro, então.

Minutos se passam e ficamos em silêncio, respirando o ar frio enquanto estou nos braços dele.

Respiro fundo, fechando meus olhos.

— Promete que nunca vamos nos perder? - O pergunto, tentando absorver tudo.

Ele me olha confuso e finalmente responde.

— Prometo. Nada nunca vai me afastar de você. – Ele tira do bolso a pequena placa de madeira azul, que abrigava nossas iniciais.

— Você guardou isso? — Pergunto surpresa e logo após sinto seus lábios nos meus.

Somos interrompidos por um estouro alto, e em seguida fumaça.

— Mas o que é...

— Shhh. — Ele repousa o indicador em meus lábios me calando e se levanta.

Antes que eu pudesse impedi-lo de ir olhar e ficar comigo, outro estouro é ouvido e tudo fica escuro.

- Blue Wood | kthOnde histórias criam vida. Descubra agora