Horários e momentos

23 4 35
                                    

Gael conferiu o relógio de bolso.
Eram oito e meia.-Se eu sair daqui agora tenho tempo de comprar os chocolates em cinco minutos, cinco minutos para qualquer intervenção de pessoas conversando comigo na rua, então podem ter até dez intervenções se eu der exatos trinta segundos.
"Bem, dez minutos para meu café, e mais dez durante a caminhada até o castelo do rei.
Se ninguém me parar até o meio do caminho dá para caminhar devagar, refrescar as informações que me foram fornecidas noite passada, e talvez ainda chegue mais cedo.
Eu acho que eu penso demais."

Gael saiu de casa.
Encontrou dois amigos na rua, falou um pouco, despediu-se e seguiu seu caminho até o lugar onde ele costumava tomar café.
Pediu apenas um expresso, bebeu enquanto olhava o movimento da rua.
As crianças saltitantes e os pais congelando de frio.

Ele ria com algumas crianças que acabavam tropeçando na neve com toda aquela animação para chegar sabe-se lá onde.

O detetive "prodígio" pagou ao balconista, devolveu a xícara e ainda limpou a mesa, checou seu relógio outra vez, terminou seu café com dois minutos te antecedência, isto pois não havia quase ninguém no café a está hora, então o atendimento tendia a ser de certa forma bem rápido nessas circunstâncias.

O garoto também somava os quatro minutos que lhe restaram de intervenções pessoais na rua.
Seis minutos a mais.

Gael parou em um lugar que vendia doces e pediu uma caixa dos melhores chocolates já que não podia levar sapatos.
Mais um vez o garoto saiu rápido do lugar, em cerca de dois minutos minutos. O estabelecimento estava vazio.
Agora o garoto tinha oito minutos a mais então e ele resolveu passar em uma padaria e comprar alguns lanches.

-Tenha um bom dia senhor- Gael falou ao sair da padaria.
Checou o relógio mais uma vez.
Tinha demorado quatro minutos lá.
Precisava entregar os lanches em quatro também.
Bom, era caminho para o castelo, então, tudo certo.
O garoto seguiu, usando o tempo de caminhada até o castelo, e não o que tinha lhe sobrado.

-Senhores, com licença.
Perdão por acordar-lhes á essa hora.- Gael falava com a voz baixa para não acordar as crianças que dormiam na rua junto com os homens mais velhos.- Mas eu trouxe aqui uma cesta de mistos.
Dividam entres vocês, e tenham um bom dia.

Bom e foi aí que os quatro minutos de Gael foram gastos.
O que fez ele ter que acelerar um pouco sua caminhada.
Chegou a porta do palácio sete e cinquenta e oito, esperou os dois minutos olhando para o relógio, e só então bateu na porta.

-Você é pontual, meu jovem- O rei abriu a porta.-Entre.
Minha vez com cortesias.
Aceita beber algo?

-Não costumo beber em serviço.

-De certo que não.
Me perdoe. Mas, está servido? Já comeu algo?

-Sim, claro meu rei.

-Dê isto para algum serviçal, homem.
Quem em sã conciencia anda com uma caixa de doces em sua mão?

-Verdade, isso atrapalharia muita coisa.
A senhorita poderia segurar?- Perguntou a uma mulher por volta dos quarenta anos, que parecia meio abatida.

-É claro, senhor Spencer.

-Oh, você sabe meu sobrenome!
Que indelicadeza a minha não perguntar ao menos seu nome.
Então, você é a senhorita...?

-Lisa Flings.

-Ah, senhorita Lisa, eu agradeço.-Gael estralou os dedos- Que horas podemos começar os interrogatórios?

-Quando você quiser.-Lian respondeu

-Bom.
Antes eu só tenho uma pergunta, tem um bloqueio em volta do castelo desde que sua filha morreu, certo?

The decline of the thousand-headed kingOnde histórias criam vida. Descubra agora