The decline of the thousand-headed king

A capital vizinha

-Rogers!- Lian foi até o rei da capital que fazia fronteira com a sua, o homem estava na porta do castelo ao lado de Mathias.

-Eu já iria levar seu convidado até sua sala, mas já que o senhor já está aqui.- Mathias fez reverência para os dois homens e virou-se de costas.

-Obrigado, garoto, e eu tenho algo a falar com você depois.

-Tudo bem.- Mathias saiu e se bateu com Arthur que subia a escada.

-Desculpe, não estava olhando por onde ando, minha cabeça está em outro lugar.- Arthur ajudou o garoto a levantar- Pegue.- Entregou a moleta a Mathias.

-Veja, o rei quer conversar comigo, e agora nós somos amigos.- Mathias sorriu.

-Não faça nada de errado, você sabe como acaba quem vai contra a confiança dele.
Mas que bom para você, não é isso que você quer? Se tornar melhor amigo do rei? Um ótimo trabalho como capacho real.- Arthur sorriu forçadamente por dois segundos- Agora licença, preciso pegar algumas moedas, vou comprar coisas para o castelo.

-Não quer que eu vá? Ou então lhe leve?
É muito perigoso, você é um funcionário real, e um dos mais leais.

-Você liga para perigos desde quando, Lardean?- Arthur se esquivou do garoto- Licença.

-Você vai fazer isso por quanto tempo, Arthur?

- Não é errado pensar em mim e me proteger, acho que por ser minha vida, errado seria se eu não pensasse em mim. E eu não estou fazendo nada.
Eu sei andar sozinho, você está machucado, quer me levar por ruas perigosas sabendo que seria mais perigoso para você do que para mim.
Afinal, foi você quem levou um tiro para os membros da família real não morrerem, não foi?

-Então você ainda se preocupa?- Mathias falou com um fio de esperança na voz.

-Não. Eu só uso a cabeça para não fazer idiotices arriscadas- Arthur entrou no castelo e deixou Mathias ao lado de fora sozinho- Meu rei, senhor Rogers- Arthur reverenciou os dois homems que estavam em frente a salinha.

-Eles parecem ser bons serviçais.- Rogers falou entrando na sala.

-São sim. Este em específico está comigo faz mais de dez anos.
Durante uma...missão eu matei os pais do garoto.
Naquela missão eu deixei os irmãos das crianças vivos para cuidarem das crianças. Mas ele não tinha irmãos, eu só descobri depois, trouxe ele para cá, cuidaram dele nos fundos do castelo até meu pai morrer.
A partir desse dia ele começou a aprender a trabalhar. É um ótimo garoto.

-Posse me sentar?- Rogers olhou para a poltrona.

-É claro.- Lian também se sentou.

-E então, a que devo o seu convite?

-Problemas.

-Deveria imaginar. Só me chama nessas horas.

-Não se esqueça que você me deve o seu reino, meu amigo.
Você estava falído, eu nem sei quanto eu desviei de minhas despesas para financiar a retomada de seu poder.
Aquela capital foi mais sustentada por mim do que por você.

-Eu sei bem disso. Você esfrega esse tempo em minha cara toda santa vez que conversamos.

-Sua chance de que o favor que fiz seja pago. E daí, nunca mais falarei sobre isso.

-Diga o que você quer de uma só vez.

-Quer beber?

-Quero que deixe de enrolar.

-Então está bem- Lian deixou a garrafa de lado- Eu preciso de um refúgio.

-E em que eu me encaixo?