A agulha no palheiro

13 2 13
                                    

-Lian, eu preciso falar com você.- Disse Liz indo atrás do homem pelo castelo.

-Você já não está falando?
Eu tenho coisas para fazer e, cartas para responder.
Se você não tem nada- Lian parou no corredor- Vá bordar. Não sei, faça qualquer coisa.

-É sobre a sua cabeça estar em perigo, oh meu rei- Liz falou a última parte em tom irônico.

-Espere, minha cabeça?

-Como se fosse uma grande novidade que sua cabeça é a mais premiada de toda a capital.
Mas, se isso lhe espanta, você bem que poderia me escutar, não é?

-Diga logo!- O rei se virou para Liz

-No corredor, com todos ouvindo?- Liz riu- Isso é piada?- A garota pegou a mão de Lian e entrou rapidamente na salinha onde ele costumava beber, conversar, ou qualquer outra coisa que ele achasse importante e sentou na poltrona bonita e grande.

-Estamos seguros dentro do castelo.
E você está sentada em minha poltrona, saía.

-Ah, sim. Eu vou sair , daí também deixo nós dois morrermos.
O que prefere?- Liz assistiu o homem se sentar na poltrona em sua frente.- Ótima escolha, meu rei.

-Mas você ainda não explicou, o que há de perigoso aqui se estamos dentro do castelo.

-Você não pensa?- Lian fez uma expressão de confusão.-É, não deve pensar.
Onde diabos a sua filha morreu, Lian?
Não foi dentro do castelo, em seu próprio quarto?

-Mas-

-Mas não, Lian! Esqueceu que você ainda não achou o assassino?
Deixe-me refrescar suas memórias, Gael ou Eduard, não sei, não estava aqui dentro quando ocorreu.
Depois que Joshua foi preso mais pessoas continuaram morrendo, e com o mesmo veneno.
Quando eu estive fora mais pessoas continuaram morrendo.
Tem alguém ou talvez mais que só alguém, aqui desde antes da chegada do detetive Spencer, e só pode ser um dos que ficaram vivos e não se demitiram.
Então, você está tão em perigo aqui quanto está nas ruas da capital.

-Você tem razão- O rei colocou a mão no rosto tentando pensar em um possível suspeito- Quem será?

-Lian, você acha que vai conseguir encontrar um culpado? Agora?
Seria como procurar uma agulha explosiva em um palheiro de fósforos.
Fale sério, assim que você começar novas investigações irá morrer.
Eles pararam de atacar agora pois você já está enfraquecido. Se você der sinal de que percebeu e desconfia de algo com toda certeza você irá ser morto em dois dias ou menos.

-Então o que eu posso fazer, garota?
Me encontro de mãos atadas.

-No máximo o que você está é preguiçoso.
O único modo é sair daqui.
Tanto do castelo quanto da capital.

-De jeito nenhum eu posso fazer isso.

-Então morra- Liz iria se levantar da poutrona para sair mas o rei lhe impediu.

-Espere!- A garota sentou de novo- O que você tem em mente, senhorita Livard?

-Precisamos sair sem chamar atenção.

-Que grande novidade.

-Se você me ouvisse facilitaria a explicação.
O melhor lugar para tal feito são as rotas por onde você me enviou para aquele inferno de lugar, é raro que alguém passe por lá, afinal, é perto demais da fronteira com a outra capital, e você sabe muito bem quantos tiros são dados nos que tentam fugir.
Só quem passa por lá são estoquistas, e eles estão em greve junto com os políciais que controlam o movimento de tudo.

-Mas o que me garante que não irá ter ninguém por lá?

-O que mais o povo da capital quer?

-Me matar?

The decline of the thousand-headed kingOnde histórias criam vida. Descubra agora