A disputa pela coroa

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-Não, eu não posso fazer isso.- Lian falava com sua esposa que não poderia simplesmente fugir e abadonar todo o seu poder.

-Como se fosse adiantar de algo ficar aqui pelo seu poder e no final morrer e não levá-lo, não é?

-Eu sei que você é contra.
Se quiser pode partir sozinha, mas eu não posso deixar todo o meu poder de lado por algo tão banal.

-Ah, você só pode estar de brincadeira, Greenstail.
O álcool consumiu seu cérebro?
Você não tem herdeiros, se você morrer não tem quem continue seu amado legado.
Eu não estarei aqui, e se estiver, irei morrer junto a você.
Não acho que você vá comandar algo de onde quer que você vá em sua vida pós morte.

-E se eu escolher alguém para ficar em meu lugar?

-Assim que você apresentar este alguém, você irádesenhar na cabeça desta pobre pessoa o mesmo alvo que está cravado em nossas costas, Lian.

-E o que você me propõe? Você só faz reclamar, e nada de soluções até agora.

-Seu amigo não lhe deve um favor?

-Não mais, ele já vai pagar se nós formos para lá.

-Não há nada que ele queira que você possa lhe dar?

-Mathias...

-Que ótimo, então já temos uma troca.

-O que?!- O rei se assustou com a forma natural que a rainha falou aquilo.

-Perdão, não expliquei.
É o seguinte, nós podemos dar ao Rogers o garoto que ele quer, em troca, ele vai usar o comando policial dele para reprimir todo tipo de protesto na capital, começando pelos menores grupos, quando estiver mais calmo, parte da população já vai estar pensando em tudo o que pode acontecer se você retomar todo este poder que você tinha e eles estiverem contra você. Principalmente os policiais, esses serão facilmente corrompidos. Seu amigo pode oferecer aumentos salariais mais gordos do que você pode por enquanto. Os olhos destes homens vão se encher de vontade por dois motivos simples e que movem montanhas, número um, dinheiro. E número dois, medo da morte.
Isso é o suficiente para você?

-Acredito que sim.
Mande que Arthur chame os jornalistas, e se possível, alguém que consiga me colocar no rádio.
O plano começa hoje- Lian respirou fundo e se jogou na poltrona. Quando sua rotina tinha se tornado tão ridícula?

O tempo inteiro procurando modos para não estar rendido na mão de alguém.
O homem com mil cabeças de inimigos agora andava com medo de se juntar a sua própria coleção.

Era complicado perder todo o poder assim, de forma tão rápida. Isso tudo era culpa de Eduard.
Mas, em um dia aquele mentiroso medíocre estaria morto, o som do provável disparo passava como música pelos ouvidos de Lian.

Coisas que lhe alegravam, justiça.
E também saber que em breve teria a capital como antes, em seu total comando, sem riscos, sem desordeiros, sem badernas, apenas respeito com a maior autoridade de todo o Reino de Devalok o rei Lian Greenstail. Agora Lian Greenstail Livard.

Por falar em poder e em sobrenomes, talvez com o respeito de toda a capital ele conquistasse o respeito de sua própria mulher, e caso o contrário, ele teria poder o suficiente para fazer com que ela tivesse respeito.

-Olá!- Arthur falou recepcionando os vários homens com seus gravadores na mão.

-Procuramos pelo rei.- Disse um dos homens.

-E ele procura por vocês.
Me sigam- Arthur se virou e foi em direção a sala do rei- Meu rei, seus convidados chegaram.

-Mande que entrem!

The decline of the thousand-headed kingOnde histórias criam vida. Descubra agora