Minta Lian

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-Está pronta, minha rainha?- Lian perguntava a Liz que estava na sala sentada e com a postura totalmente ereta. Tanta mentira. Tantos personagens...

-Sim, meu rei. Vamos.- Liz sorriu e deu a mão para Lian.

-Meu rei.- Mathias fez uma reverência meio desajeitado- Minha rainha.
Entrem, eu consegui uma maior.
Se importam de levar Arthur junto a vocês aí dentro?

Lian iria reclamar mas Liz tomou a frente- Não. Não há incômodo, ele é meu melhor amigo.

-É. Acho que não há incômodo- Lian resmungou, claramente estava incomodado.

Mathias ajudou o rei e a rainha a entrar.

-Esperem. Eu fui pegar o cardeninho do rei.- Arthur veio correndo de dentro do castelo.

-Eu não iria sem você- Mathias riu- Entre, sente-se ao lado da rainha.

-Você tem certeza?

-Confie em mim. Eles disseram que tudo bem.

...

Estavam na praça da cidade.
Um festival bonito. Com várias comidas e bebidas. O povo parecia entretido, parecia que por alguns minutos esqueceram de que o rei é o pior comandante de toda a história de Devalok. Ou seja, o plano seguia certo.

-Meu rei- Mathias se aproximou de Lian- Ela está bem hoje, não é?- Se referiu a Liz que recepcionava a todos muito bem, com um sorriso gentil no rosto, e sempre lançava olhares apaixonados ao seu marido, talvez não verdadeiros. Mas aquilo tudo era uma grande enganação pública, mais uma não faz diferença. O que poderia ser de verdade alí?
Homens corrompidos pelo dinheiro e luxúria, mentiras para todo lado, casamentos que estavam mais afundados do que nunca, pessoas que se odiavam. Todos fingindo a maior paz, ela também poderia fingir.

-Aparentemente seu humor está melhor- Lian sorriu- Eu sabia que não errei. Jamais me casaria com alguém tão desobediente.
E se me casei, posso torná-la a mais prendada das mulheres.

-Está falando de uso de violência?

-Um pouco de pressão e essa garota afrontosa vai por água abaixo.

-Não acho que está seja a forma correta de concertar um relacionamento em apuros.

-E quem é você para falar algo? Um serviçal burro que comanda cavalos?

-Sim, senhor. Um serviçal burro que comanda cavalos- Mathias se afastou.

-Você de fato tem ótimo gosto para festas- Os reis se aproximaram do homem.

-É, um dinheiro alí, servos aqui e tudo fica o mais lindo que já se viu em dois dias.

-Tudo está tão bonito. Foi ela quem lhe ajudou na decoração?- O rei Stan dono da capital de Idglau apontou com a cabeça para Liz.

-Ela deu algumas idéias.
A idéia da festa foi dela, sabe como são garotas, ainda mais nessa idade.
Sempre querem festas bonitas, chiques. Se fosse possível ela chamaria todo o planeta para essa simples confraternização.

Stan sorriu- Elas são assim mesmo.
Mas, está na hora de seu discurso, não é?

-Sim, sim- Lian respirou fundo enquanto levava tapinhas nas costas dos reis.

-Minta Greenstail, já que você não conhece a verdade- Uma voz falou em meio a multidão de homens.
Lian procurou o dono da tal voz mas não achou, então seguiu a dica, de qualquer forma, ele realmente não falaria a verdade.

-Bem. Eu sei que a capital está dividida. E por coisas que eu fiz.
Como o rei, não deveria ter que esconder coisas de meus aliados, e entendo que fiquem com raivas e surpresos com tudo aquilo que foi para a mídia.
Mas eu fiz isso tudo pelo bem de Devalok, aquela vila, ela sugava nossa economia, e era um dos principais geradores de protestantes de toda a capital.
Meu pai, não tinha pulso firme. E ele estava definhando lentamente, além de que estava louco, e isso se reflete no ato de que ele queria se casar com qualquer mulher que considerasse ser uma boa pessoa.
Como se isso bastasse- Lian riu- Precisa ter estratégia, planos, alianças, inteligência, saber mecher com toda a economia sem arriscar matar toda a sociedade. E se for necessário ter um parceito, tenha alguém ao seu lado que seja tão inteligente e respeitado quanto você- Lian estendeu a mão para Liz que foi para a frente do palco ao seu lado sorrindo.- Eu espero que possamos recomeçar. Talvez dar um novo início a nossa relação, de uma maneira melhor agora.
Eu devo me retrar com os agentes da paz nesta capital.
Os policiais, eu peço perdão. E vejo como eu os desvalorizei.
Peço que voltem ao meu lado, e lhes proponho um aumento de cerca de mil moedas.- Os polícias gritaram felizes- Mas vocês precisam voltar ao meu lado, posso mostrar que é muito melhor comigo.-
Liam respirou bem fundo- Tragam o garoto.

The decline of the thousand-headed kingOnde histórias criam vida. Descubra agora