Parte 8

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Em Londres se localiza a Base Militar Z, um local que todos conhecem como um centro militar de pesquisas, mas que é muito mais do que isso. Por trás das cercas metálicas, por baixo dos prédios de janelas espelhadas, no subsolo, fica uma área secreta de pesquisas altamente confidenciais.

O pesquisador, Rubens chega na base para mais um dia cansativo de trabalho. Ele já chega atarefado, carregando consigo uma caixa com documentos de seu trabalho, ainda inacabado. Um pouco atrapalhado, ele perde algumas folhas dos documentos quando um vento forte o atinge, e é assim que ele lembra que havia esquecido de tampar a caixa, então ele pega os documentos no chão e segue seu caminho. Entrando na base, ele fala com Valquíria, a recepcionista, que o avisa que há um senhor que não para de ligar buscando por ele. Rubens, muito ocupado, não dá muita atenção, pede que Valquíria passe a ligação para sua secretária. Ele entra no elevador e vai até o seu andar de trabalho. Chegando lá, a secretária de Rubens o avisa das ligações feitas por um senhor que diz ser um velho amigo. O telefone começa a tocar novamente, e é o mesmo homem. Rubens, não dá muita importância, muito atarefado, diz para Jessica, a secretária, se livrar do homem, pois ele não tem amigos.

Rubens entra em sua sala e começa a organizar seus documentos. Pela parede transparente, Rubens vê sua secretaria desligar o telefone, e logo em seguida ele toca novamente, o mesmo homem.

Alguns cientistas entram na sala de Rubens, parceiros de trabalho, falando sobre a pesquisa que estão fazendo juntos, relacionada aos documentos que Rubens carrega. Eles não param de falar, enquanto Rubens tenta organizar seus documentos.

Do lado de fora, o telefone não para de tocar. Rubens nota que é o mesmo homem, ligando uma vez atrás da outra. Jessica já está impaciente com as ligações, então Rubens fala para ela: "Jessica, me passe logo esse telefonema". A secretaria faz isso, transfere a ligação para Rubens, que atende o telefonema em sua sala, ainda com seus colegas de pesquisa debatendo entre si seus assuntos.

Quando Rubens atende o telefonema, ele logo pede para quem quer que esteja ligando, parar de ligar, pois aquele era um local de trabalho. Na outra linha, o homem não para de falar:

- Rubens! Rubens! Sou eu, António, não lembra de mim? Servimos juntos ao exército anos atrás, eu preciso te mostrar algo que só você vai poder me ajudar. - Diz António, pai de Suzi, do outro lado da linha.

- António? - Rubens começa a se lembrar. - Sim! Eu lembro de você... você pode deixar qualquer recado com minha secretária ok? Estou muito atarefado agora. - Diz Rubens, que já serviu junto com António, mas nunca teve de fato uma amizade com ele.

Rubens tenta desligar, mas antes de fazer isso, António segue falando, e ele fala algo que prende sua atenção. Quando Rubens escuta mais, ele fica pasmo. A secretaria entra na sala e mostra a Rubens o vídeo que António enviou.

Rubens desliga o telefone, larga seus colegas, pega o celular e vai para o elevador, ansioso. No elevador ele digita um código, então o elevador começa a descer, vai até o primeiro andar, e não para, ele continua descendo, passa pelo estacionamento subterrâneo, e continua descendo, para o subsolo.

Quando a porta do elevador se abre, há um corredor iluminado. Rubens passa pelo corredor, passa por algumas salas onde há cientistas, algumas salas onde acontecem experimentos. Rubens chega a uma sala onde há um secretário. Rubens diz ao secretário que precisa falar com "ela". O secretário diz que vai perguntar se "ela" pode atender. Rubens reforça que o assunto é muito importante. O secretário informa que "ela" vai recebe-lo. Então Rubens segue e abre a porta.

É um enorme salão, iluminado, móveis lindos, e no centro uma mesa, uma cadeira, e uma mulher sentada.

- Senhora, me desculpe o incomodo, mas é muito importante. - Diz Rubens.

- Então desembucha. - Diz ela, sem olhar para ele, lendo documentos em sua mesa.

- Achávamos que todos tinham sido capturados, mas não é verdade, existem mais. - Diz Rubens, mostrando o vídeo no celular.

- Onde é isso? - Diz ela, olhando o vídeo, com um olhar furioso, fatal.

- Fica pela Riviera italiana. - Responde ele.

- Traga-o para mim. - Diz ela.

- Existe relato de outros lá. - Diz ele.

- Traga todos, para mim. - Diz ela, olhando fixamente para Rubens, com um olhar fatal, que até mesmo o faz temer.

Na ilha do farol, no topo da torre, dois garotos experimentavam o poder de um beijo de amor. Aquele beijo que faz o chão tremer, a terra parar, e o céu brilhar. Aquele beijo que faz tudo perder a importância, a não ser o beijo. O beijo intenso de um amor sufocado através dos anos, silenciado por palavras não ditas e medos profundos. Como cair sem paraquedas, e voar antes de tocar o chão.

A mão de Luca acariciava a nuca de Alberto, e a outra mão o segurava firme pela cintura. Já Alberto, abraçava Luca com os dois braços ao redor de sua cintura. Tão intenso, apertava sua camisa, acariciava sua nuca, segurava sua cintura, sentiam seus corpos. A eletricidade vinda de dentro para fora, e cada parte do corpo um do outro pedia por mais. À 150 por hora, continuando a acelerar..., mas Alberto pisa no freio.

- Calma. - Diz ele, sorrindo, parando o beijo, com uma leve risada de felicidade, através da respiração pesada tentando recuperar o folego. Ele pega os ombros de Luca e o afasta um pouco, com um sorriso de "isso foi a melhor coisa da minha vida, eu to louco?"

- Eu não vou a lugar nenhum. - Diz Luca, com um sorriso de felicidade e empolgação.

Alberto da novamente uma leve risada, ainda tentando recuperar seu folego. Passa seus dedos em seus lábios, sentindo o toque do beijo de Luca ainda neles. Sem acreditar no que acabou de acontecer.

- Eu não quero fazer nada de errado, eu preciso falar com a... resolver minha situação. - Diz Alberto, tentando evitar falar o nome de Suzi nesse momento tão íntimo dos dois.

- Sim, claro, eu entendo. - Diz Luca, ainda sorrindo.

Alberto, ainda dando leves risadas, sorri e diz:

- Silenzio Bruno? - Fala para Luca, rindo e lembrando sobre como o beijo começou.

- É. - Luca ri um pouco, envergonhado, mas feliz. Contínua: - Eu não quero ir a lugar nenhum. Lugar nenhum, sem você.

- Que bom. - Diz Alberto, com um sorriso de "finalmente. Como é bom escutar isso".

Como em um piscar de olhos, a expressão no rosto de Luca muda. Ainda com ecos do sorriso em seu rosto, uma seriedade curiosa começa a transparecer. Ele toca em sua nuca e sente uma agulha. Alberto sente também uma agulha o acertando, também no pescoço, na parte lateral, e essa Luca consegue ver bem, mas sua visão começa a ficar escura, ele começa a ficar fraco, já não conseguindo mais ficar em pé, vai se abaixando ao chão. Alberto tira a agulha de seu pescoço, olhando para ela, ele diz: "Que droga é essa?" Sua visão começa a escurecer também, e assim como Luca, ele vai caindo no chão. Os dois escutam um som forte vindo de longe, cada vez mais perto. Luca apaga, Alberto começa a apagar também, mas antes consegue ver a origem do som: um helicóptero se aproximando. Então ele apaga também.

O helicóptero chega bem perto do topo da torre e dele sai dois militares, e Rubens, que se aproxima de Alberto e Luca, então pega uma garrafinha de água, a abre e joga um pouco da água sobre os dois, e presencia suas peles se tornando escamas.

- É verdade. - Diz ele, com um brilho no olhar. Então diz para os militares: - Coloquem eles no helicóptero. Vamos. 

Luca, Alberto e GiuliaOnde histórias criam vida. Descubra agora