Parte 7

152 16 10
                                        


Alberto acorda naquela manhã sentindo como se um caminhão tivesse passado por cima dele. Luca ainda dormindo, ele se levanta da cama, com a luz do sol já entrando pela janela e um cheiro bom de comida vindo da cozinha.

Alberto se prepara para sair do quarto. Ele vai à cozinha e conversa um pouco com Massimo, conversam sobre pescaria, e o jantar do dia anterior. Quando um barulho de porta batendo é escutado, é o pai de Suzi, entrando na casa e indo direto para a cozinha.

- Onde está esse peixe nojento?! - Diz ele enfurecido entrando na cozinha. Quando vê Alberto ele o pega pela camisa e o encosta na parede, e continua: - O que você fez com minha filha, seu covarde! - Diz ele, quase gritando.

Massimo intervém, pede que António, pai de Suzi, explique melhor o que está acontecendo. António, ainda enfurecido, diz que Suzi estava chorando sem parar. Massimo fica confuso e pergunta se Alberto sabe algo sobre.

- Me solta. - Diz Alberto, tirando as mãos de António de sua camisa. - Nós só tivemos uma conversa ruim ontem, e precisamos conversar. - Explica ele.

- Eu sabia que você não seria bom pra ela. Covarde! Mas nem covarde você é, porque só homens podem ser, e nem homem você é. Peixe imundo. - Diz António, e deixa Alberto com raiva, fechando os punhos, mas Massimo o segura.

- Não fale assim do meu filho. - Diz Massimo, com uma cara fechada para António.

- Filho? Ele é uma aberração, todos ficamos calados todos esses anos sobre a... existência! Desses monstros, em respeito a você, Massimo, mas isso já foi longe demais, ele não pode andar por aí achando que é um de nós. Você não é. - Diz António, e contínua: - Eu não sei que monstruosidade você fez com a minha filha, mas isso não vai ficar assim.

- Eu não fiz nada, nós so conversamos. - Diz Alberto, impaciente.

- Eu vi você ontem, com suas garras, suas escamas de peixe, seu monstro abominável. Vai saber o que mais você fez a Suzi! - Diz Antônio, que vê um copo de água sobre a mesa, então ele o pega e joga a água no rosto de Alberto, mostrando as escamas em sua pele. Com raiva, ele contínua: - Asqueroso! Você não vai se casar com a minha filha. Você é esse monstro aí, com escamas, uma aberração da natureza.

Alberto fica com muita raiva, fecha seu punho novamente e vai para cima de António, que apesar de estar com raiva, também mostra está com muito medo de Alberto e sua forma híbrida. Porém quando Alberto vai para cima de António. Massimo o segura, e com a cabeça faz um sinal de "não" para Alberto, então Massimo se vira para António, fecha seus punhos e ele mesmo dá um grande soco em António, que o derruba no chão.

- Isso não vai ficar assim. Aberração. - Diz António, se levantando do chão e correndo para fora da casa como um rato com medo.

Alberto fica bem abalado, com raiva, ele dá um soco na mesa. Massimo, também com raiva, pergunta a Alberto o que aconteceu entre ele e Suzi, mas Alberto prefere nao conversar, ele diz "depois" e sai pela porta dos fundos, em direção à praia.

Quando Luca acorda, Alberto já não está mais lá, a primeira coisa que ele faz é procura-lo. Olhando pela janela, ele o vê de longe, na areia do mar, tirando algumas peças de roupa, se preparando para ir nadar. Quando ele entra no mar, Luca resolve ir atrás dele. Desce as escadas da casa com rapidez. Quando passa pela cozinha, Massimo tenta falar com ele, com um bom dia, mas Luca passa tão rápido que nem nota. Vai em direção ao mar. Pela visão das ondas, ele já não sabe para onde Alberto foi, tira algumas peças de roupa e entra no mar.

Dentro da escuridão do oceano, Luca busca Alberto em todo lado. Atrás de rochas, entre algas, e até mesmo na casa de seus pais, mas não o encontra. Ele não desiste, continua buscando, e quando sobe para a superfície do oceano, ele vê Alberto de longe subindo a ilha do farol, então ele vai para lá.

Luca, Alberto e GiuliaOnde histórias criam vida. Descubra agora