Parte 9

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Suzi acorda mais tarde naquele dia. Com a cama mais bagunçada do que seu cabelo. Ela havia passado a noite inteira chorando, após seu desentendimento com Alberto na noite passada.

Com os olhos ainda inchados e vermelhos, ela desce as escadas com aquele sol de meio dia forte entrando pelas janelas. Seu pai, António, tomava cerveja e assistia TV na sala. Ela vai direto para a cozinha, que é dividida da sala apenas por uma bancada. Pega seu prato, coloca seu cereal e leite e começa a comer. Nota que seu pai está assistindo ao canal de notícias e acha estranho.

- Vendo o jornal? Você nunca vê o jornal. - Diz ela.

- Eu to esperando boas notícias minha filha. Boas notícias! - Diz ele, tomando mais um gole de sua cerveja.

Suzi acha tudo estanho, mas nao se importa o bastante para perguntar mais e resolve voltar para o seu quarto. Quando vai subindo as escadas, seu pai fala novamente.

- Não quer ver? Seu namorado peixe deve aparecer a qualquer momento depois do que eu gravei ontem.

Suzi para no meio da escada, e se vira para ele.

- O que você fez? - Diz ela, seria.

- Eu gravei quando aquele nojento ficou... azul! Na sua frente. Nojo! Nojento! - Diz ele, se enfurecendo. Ele se levanta e começa a andar até ela. Contínua. - Eu não podia deixar esse mostro perto de você mais nenhum minuto. Eles enganam a gente, andam por aí fingindo que são como nós. A gente até esquece. Dá bom dia, boa noite, sorri para eles nas ruas, mas quando chove, eles viram monstros! Como sempre foram. - Diz ele.

- O que você fez?! - Diz Suzi, brava, descendo as escadas.

- Eu gravei ele ontem e mandei pras TVs... até fiz um perfil nessa tal de internet, coloquei o video lá, todo mundo vai saber o monstro que ele é. Eu tinha que saber meu bebê. - Diz ele, chegando mais próximo dela, tentando tocar em seu rosto. Continua: - Mas eu sabia que isso não ia livrar nossas vidas desse monstro... sabe filha, quando eu servi no exército, conheci um homem que hoje em dia trabalha em um lugar... um lugar de pesquisa militar. Eu sabia que se esse pessoal da internet, ou a TV, não fizesse nada, ele ia fazer. Então eu falei com ele também. - Diz ele, tão empolgado com o que diz, que beira a loucura, o que so piora com sua embriaguez.

- Não, isso não é verdade, eu não acredito. - Diz Suzi.

- Eu tinha que fazer alguma coisa filha, você é meu bebê. - Diz ele, tentando abraçar ela, mas ela o empurra, o fazendo derrubar a garrafa de cerveja em sua mão.

- Você tá louca?! Filhos são ingratos! Ingrata! - Diz ele, se enfurecendo.

Suzi fica tão enfurecida, frente a essa loucura, ela não sabe nem o que dizer, as palavras de indignação e raiva se embaralham em sua garganta, em um ato de por sua fúria para fora, ela grita com seu pai "AAHH!!" E isso faz seu pai ficar confuso. Suzi pega seu sobretudo perto da porta, o veste, e sai de casa, pega sua bicicleta e vai direto para a casa de Massimo.

Chegando na casa de Massimo, ela está nervosa, mas não quer ser indelicada, ou parecer rude, então cumprimenta Massimo, que está na cozinha terminando de fazer o almoço. Massimo, claro, fica preocupado com Suzi, desde a visita de António a sua casa pela manhã, ele quer saber como ela está, mas Suzi está nervosa e quer saber onde está Alberto, e Massimo diz que ele havia saído para nadar, mas já fazia tempo, talvez ele já esteja em seu quarto. Suzi, nervosa, sobe as escadas e vai até o quarto de Alberto, e não o encontra, nem ele e nem Luca. Ela volta para a cozinha, diz que ele não está lá. Massimo nota o nervosismo dela, e pergunta o que está havendo, mas ela não responde, resolve ir à praia tentar encontrar Alberto.

Luca, Alberto e GiuliaOnde histórias criam vida. Descubra agora