16. Exatamente como as estrelas.

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As estrelas se destacavam no céu azul escuro.

Sophie sempre adorou observa-las, mesmo que não entendesse nada sobre qualquer coisa relacionado a astronomia. Era um dos assuntos os quais ela adorava ouvir sobre, e mesmo que tentasse, nunca conseguia aprender a diferenciar as constelações. Podia parecer até ignorante, mas para ela, as estrelas estavam apenas misturadas e os desenhos que todos diziam ver, eram apenas um cubo mágico complexo demais para resolver.

Estava deitada na espreguiçadeira, após conseguir uma pausa das edições de fotos durante a noite, com um moletom que parecia caber mais alguma outra pessoa ali dentro, mas fazia com que ela se sentisse extremamente confortável.

Após a conversa de ontem a noite, alguns minutos depois, o cacheado se retirou do quarto da mulher e foi em direção ao seu, mesmo que o coração dos dois pedisse para que apenas se abraçassem e dormissem juntos.

Harry queria. Sophie também.

Mas ambos achavam uma intimidade e um passo muito grande, então mantiveram os pensamentos para si mesmos. Uma intimidade maior até do que ver o outro sem roupa e partilhar experiências sexuais.

A francesa ainda se permitiu aninhar no travesseiro que anteriormente estava sendo usado por Harry, respirando um pouco do perfume dele.

Agora, entretanto, quase vinte e quatro horas depois, o clima havia pesado drasticamente para a mulher, que se encontrava em um estado de espirito mais tristonho; algo totalmente diferente de Sophie em seus outros dias. Dessa vez não se dava pelo fato de que não havia visto o cantor nenhuma vez desde a noite anterior, ou até mesmo sobre o estupido termino de quase dois meses atrás.

Era tão notório que Harry sentiu a mudança de humor ao se aproximar da espreguiçadeira, onde a mulher estava aninhada em uma pequena redoma que ela havia feito com o seu próprio corpo.

— Procurei você durante um tempo até me lembrar que esse é um dos lugares que eu mais te encontro. — O rapaz saudou, se aproximando e tomando o assento ao lado da francesa.

— Não sou uma boa companhia agora, H. — ela avisou, evitando olhar para o moreno.

Pelo canto do olho ela pôde vê-lo assentir e mesmo tendo escutado o que ela disse, se aconchegou ao seu lado.

Os dois ficaram em silêncio durante alguns minutos, apenas estando ali, existindo. Era notório que algo havia acontecido, e mesmo que sua curiosidade gritasse, Harry não entraria no assunto; ela falaria quando se sentisse bem para isso, quando se sentisse a vontade. Ele só não queria que ela se isolasse ou ficasse triste, fato que já era denunciado pelos olhos vermelhos de um choro ainda recente.

— O nome da minha mãe é Anne. O do meu pai é Desmond, e eles se separaram quando eu tinha sete anos. Foi o meu primeiro contato com o divorcio e só alguns anos mais tarde eu entendi que mesmo que haja amor, ele não dura para sempre em alguns casos. — Sophie desviou o olhar das estrelas para finalmente encarar Harry, franzindo o cenho mas refreando a fala ao vê-lo com o olhar focado na agua da piscina. — Em 2013, minha mãe casou com o nosso vizinho, Robin. Eu fui um dos padrinhos, e Rob é uma das melhores pessoas que poderia ter casado com ela. Ele é gentil, amoroso e olha para ela como se estivesse olhando o sol.

Harry respirou fundo, piscando algumas vezes para afastar a ardência em seus olhos.

— Recentemente nós descobrimos que meu pai está com câncer. — o cacheado fez uma pausa, mexendo nos anéis em seus dedos. — É uma das primeiras vezes que eu quero tanto uma coisa e que nem todo o dinheiro do mundo pode comprar, a saúde e o bem estar dele. Sinto que ele está fazendo o melhor que pode, só não sei se vai ser suficiente. Acho que você conhece o sentimento.

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