Depois da morte da Lia, não tive mais contato com Lucas. Eles eram melhores amigos e ele me culpou. As poucas vezes que nos encontramos, sempre foi a base de agressões verbais, nunca conversamos de fato sobre tudo.
Bato na porta com receio, e ele pede pra que eu entre.
- Vai querer me bater ou posso encostar a porta? - digo com sarcasmo.
- Fica tranquilo, cara. Acho que precisamos conversar.
- Acha?
- A Ellen me fez pensar muito a respeito de tudo.
- O que ela te disse? Quando se falaram?
- Ela me ligou esses dias, e conversamos bastante sobre tudo. E eu percebi que fui injusto. Você era o namorado, mas eu era o melhor amigo e não percebi nada. Que moral eu tenho pra te culpar?
- Eu não sei o que dizer...
- Me desculpa por colocar em você a culpa por algo que não estava ao nosso alcance.
- Você precisava culpar alguém e quem melhor que eu? Também me culpei. Precisei de muita terapia pra entender que não tinha a ver comigo, assim como não tem a ver com você.
- Como ela estava tão mal embaixo do nosso nariz e não percebemos nada?!
- Ela escondeu muito bem, eu nem sabia que ela tinha depressão e tomava remédios controlados.
- Eu também não. A mãe dela disse que ela tinha vergonha, se sentia fraca por precisar daquelas coisas pra ficar bem.
- Agora não adianta mais ficarmos procurando um jeito de impedir - suspiro fundo.
- Mas será que não poderíamos ter impedido?
- Eu acho que não. Talvez conseguíssemos impedir por alguns dias ou meses, mas ela já não aguentava mais. Em algum momento ia acontecer.
- Tem razão... Sinto muito.
- Eu também.
- Vi que está namorando com a Ellen, você merece ser feliz!
- Valeu - sorrio e estendo a mão - amigos de novo?
- Amigos - Lucas ri e nos abraçamos.
Saímos do quarto e percebo pelos olhares de Ellen e Luana que ficam felizes ao ver que estamos bem.
- Acho que agora podemos ir - Ellen fala.
- Claro, Luana vem com a gente? Cabe você e o Natan no carro.
- Vamos só a noite, obrigada.
Despedimo-nos e seguimos viagem.
- Ei, valeu - digo ao dar um beijo rápido em Ellen.
- Não tem nada que agradecer, você precisava disso - ela sorri.
Agora sim posso dizer com tranquilidade que está tudo bem.
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Encontros na biblioteca
RomantikInspirado em pessoas reais, essa história vai te fazer suspirar com Ellen, uma estudante de pedagogia tímida, introvertida, mas muito cativante; e Felipe, estudante de direito, simpático, cheio de amigos e um tanto reservado. Os dois se conhecem po...