📚 BÔNUS - Felipe 📚

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Depois da morte da Lia, não tive mais contato com Lucas. Eles eram melhores amigos e ele me culpou. As poucas vezes que nos encontramos, sempre foi a base de agressões verbais, nunca conversamos de fato sobre tudo.

Bato na porta com receio, e ele pede pra que eu entre.

- Vai querer me bater ou posso encostar a porta? - digo com sarcasmo.

- Fica tranquilo, cara. Acho que precisamos conversar.

- Acha?

- A Ellen me fez pensar muito a respeito de tudo.

- O que ela te disse? Quando se falaram?

- Ela me ligou esses dias, e conversamos bastante sobre tudo. E eu percebi que fui injusto. Você era o namorado, mas eu era o melhor amigo e não percebi nada. Que moral eu tenho pra te culpar?

- Eu não sei o que dizer...

- Me desculpa por colocar em você a culpa por algo que não estava ao nosso alcance.

- Você precisava culpar alguém e quem melhor que eu? Também me culpei. Precisei de muita terapia pra entender que não tinha a ver comigo, assim como não tem a ver com você.

- Como ela estava tão mal embaixo do nosso nariz e não percebemos nada?!

- Ela escondeu muito bem, eu nem sabia que ela tinha depressão e tomava remédios controlados.

- Eu também não. A mãe dela disse que ela tinha vergonha, se sentia fraca por precisar daquelas coisas pra ficar bem.

- Agora não adianta mais ficarmos procurando um jeito de impedir - suspiro fundo.

- Mas será que não poderíamos ter impedido?

- Eu acho que não. Talvez conseguíssemos impedir por alguns dias ou meses, mas ela já não aguentava mais. Em algum momento ia acontecer.

- Tem razão... Sinto muito.

- Eu também.

- Vi que está namorando com a Ellen, você merece ser feliz!

- Valeu - sorrio e estendo a mão - amigos de novo?

- Amigos - Lucas ri e nos abraçamos.

Saímos do quarto e percebo pelos olhares de Ellen e Luana que ficam felizes ao ver que estamos bem.

- Acho que agora podemos ir - Ellen fala.

- Claro, Luana vem com a gente? Cabe você e o Natan no carro.

- Vamos só a noite, obrigada.

Despedimo-nos e seguimos viagem.

- Ei, valeu - digo ao dar um beijo rápido em Ellen.

- Não tem nada que agradecer, você precisava disso - ela sorri.

Agora sim posso dizer com tranquilidade que está tudo bem.

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