📚 Capítulo 22 📚

54 7 36
                                    


Tirei o fim de semana para ficar com Luana já que na próxima semana viajo pra minha cidade e só volto pra cá depois do ano novo. E ainda tem Felipe, que faz questão que eu conheça sua família.

- Não acha estranho ele querer te apresentar para a família sem oficializar a coisa?

- Eu estava achando que não.

- Pois acho bom ele te pedir em namoro antes que viajem.

- Não fala assim, ele tem seus motivos e eu entendo. O importante é estarmos juntos.

Entendo a frustração de Luana, mas respeito o tempo de Felipe. Sei que ele gosta de mim e isso basta, mas não nego que fico desconfortável com essa situação, pois se ela me apresentar pros pais como amiga, ficarei muito chateada.


ღ ღ ღ


Luana e eu combinamos de ir ao cinema, dar uma volta por aí, comer alguma coisa... Nada de muito especial já que não temos grana. O que vale é passarmos mais tempo juntas.

- Vai passar as férias toda aqui? - pergunto enquanto andamos pelo shopping.

- Queria, mas se eu não for pra casa no natal minha mãe surta! E você? Vai ficar entediada na sua cidade? Deveria passar mais tempo com Felipe, se ele te pedir em namoro, é claro.

- Não estou contando com isso – sorrio fraco – e você devia levar o Natan.

- Ficou maluca, Ellen? O dia que eu levar um cara pra casa vão querer que eu me case com ele.

- Acho que o Natan daria um ótimo marido.

- Não! E vamos mudar de assunto.

Por mais que relute, Luana está gostando dele e eu torço muito pra que ela pare de ser tão teimosa e dê uma chance pra esse relacionamento logo.


ღ ღ ღ


Depois de um sábado no shopping, Luana e eu passamos o domingo fazendo um "dia de beleza". Esfoliamos a pele, fizemos as unhas, hidratamos os cabelos, etc. depois de um semestre conturbado acho que merecemos.

Ao fim do dia, combinamos de chamar Natan e Felipe para virem ao apartamento e minha amiga me fez prometer que isso não é um encontro duplo, mas é.

Quando os rapazes chegam com pizzas nossos olhos chegam a brilhar! Nos empolgamos tanto nos cuidando que esquecemos de comer.

Sentamos no chão da sala e conversamos enquanto detonamos as pizzas.

- Você está ainda mais linda, sabia? - Felipe sussurra no meu ouvido e lhe dou um leve beijo.

- Você que é lindo – sorrio toda boba e ele me aperta em seus braços.

- Vocês são melosamente fofos! – Luana comenta sentada no colo de Natan, que brinca com o seu cabelo.

- Vocês também são – Felipe responde e lhe belisco – que é? Eles são mesmo.

Luana me fuzila com o olhar e Natan fica sem graça. Eu acho engraçado, mas Felipe logo sugere uma brincadeira a fim de dispersar a gafe que cometeu.

Jogamos mímica. Luana e Natan ficaram tão empolgados ganhando de nós que não perceberam todos os beijos, abraços, carinhos e sorrisos que trocam entre si.

Terminamos a brincadeira e deixamos os dois a sós na sala e fomos para a cozinha lavar a louça e limpar a bagunça.

- Por que eles não se assumem? - Felipe pergunta enquanto lava os pratos.

- Luana não gosta de relacionamentos.

- E aí ficam nessa enrolação toda sendo que se gostam?

- Sério? Quer falar sobre enrolação? - brinco.

- É, não tenho moral alguma pra falar a respeito – ele ri.

Ao terminarmos de limpar tudo, vamos para o meu quarto e eu coloco um filme pra gente.

Deitamos na cama e eu logo me encaixo no corpo de Felipe, que é mais confortável que qualquer cobertor.

Confesso que cochilo durante o filme, e ouso dizer que ele faz o mesmo, pois os dois acordam num pulo quando ouvimos a porta bater.

- Se enrolem nas cobertas, estou entrando! – Luana diz do lado de fora.

- Não estamos pelados, boba – dou risada.

- Ah, tá – ela parece desapontada – o Natan já foi, mandou tchau pra vocês.

- Que horas são? - Felipe pergunta procurando o celular no bolso da calça.

- Quase uma da manhã – minha amiga responde.

- Está muito tarde, tenho que ir.

- Está tarde para ficar andando por aí – digo com preocupação.

- Estou de carro, não se preocupe – ele sorri.

Levantamos da cama e Felipe se despede de mim com beijo e acena para Luana antes de sair.

O vejo ir embora, como sempre faço e quando dá partida no carro, fecho a janela. Quando viro, noto que Luana me encara.

- Que foi?

- Vocês não se agarraram nem um pouquinho naquela sua cama enorme?

- Nós dormimos.

- Mas nem uma pegaçãozinha?

- Não.

- Felipe é mais panqueca do que eu pensava!

- Ele me respeita, só isso. O que tiver que acontecer, vai acontecer no tempo certo.

- É, você está certa – ela ri debochando – vou dormir, Ellenzinha. Estou cansada.

- Boa noite, sonhe com o Natan – pisco com um sorrisinho malicioso.

- Vá se ferrar! – ela sai fechando a porta do quarto com força e eu dou risada.

Desligo as luzes e vou descansar também, pois amanhã será um longo dia.   

Encontros na bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora