📚 Capítulo 13 📚

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Ontem fiz as pazes com Felipe, e até íamos para a biblioteca a tarde, mas antes de aparecermos juntos preciso falar com Léo e Felipe entendeu isso.

- Ellen, que surpresa agradável! – Léo sorri ao me ver.

- Precisamos conversar, se você puder.

- O que houve? - seu semblante muda para preocupação.

- Teoricamente não é nada demais.

- Melhor você falar logo, sou ansioso.

- Ontem Felipe me procurou e voltamos a ser amigos, tudo não passou de um mal entendido.

- Que bom, mas o que isso tem a ver comigo?

- No outro dia te falei que nos afastamos, seria estranho voltarmos a frequentar a biblioteca novamente sem te contar. Soaria falso.

- Está tudo bem, obrigado pela sinceridade.

- Então tá, agora já vou indo. Preciso separar alguns materiais.

- Posso te perguntar uma coisa? Mas quero que seja honesta.

- Claro.

- Eu tenho alguma chance de ficar com você?

- Tem grandes chances de ser meu amigo – respondo sem jeito.

- Gosto disso – ele sorri cabisbaixo – você me encanta, mas reconheço que você e o Felipe têm uma química inegável.

- Somos apenas amigos – explico.

- Por enquanto. Torço por vocês.

Sem responder nada eu sorrio e vou embora aliviada por ter deixado tudo as claras.

ღღღ

- Estou chocada com toda essa reviravolta! – Luana comenta enquanto faz as unhas dos pés.

- Pois é, pelo menos está tudo explicado.

- Gostava do Léo – ela suspira – o Felipe é lento demais.

- Luana! – a repreendo – ele não é lento, somos amigos e só.

- Amigos que adorariam se ver pelados!

- Você é muito tarada!

- Realista.

Se eu disser que nunca me imaginei assim com Felipe é mentira, mas até o momento pensava que estava disfarçando bem.

Pego meu material e deixo Luana terminando as unhas.

Ao sair do prédio, vejo Felipe do outro lado da rua.

- Vou ganhar carona hoje?

- É, mas caminhando – ele ri – fiz questão de vir te buscar, acho que temos um mês de papo pra por em dia.

- É verdade!

Andamos sem pressa até a biblioteca, conversando sobre nossas férias.

Ele conta que passou seus dias trabalhando no mercadinho do bairro e soube de todas as fofocas possíveis da sua cidade.

Já eu não tive muito o que contar. Podia dizer que passei trinta dias agoniada esperando ele falar comigo e não consegui fazer muita coisa, mas lhe poupo desses detalhes e digo apenas que passeei e coloquei minhas séries em dia. O que não deixa de ser verdade.

Chegamos na biblioteca e estranho que Léo não está na recepção.

Cumprimento a garota que lhe substitui e Felipe faz o mesmo. Eu até ia passar reto, mas não aguentei.

- Onde está o Léo?

- Ele precisou sair mais cedo, aproveitou que tinha horas extras. Mas ele só volta na próxima semana, pegou as folgas acumuladas e tirou alguns dias. Posso te ajudar em algo? - ela sorri.

- Não, mas obrigada – respondo devolvendo o sorriso e vou com Felipe para o nosso lugar.

Sento-me na cadeira, mas fico um tanto inquieta.

- Ellen, está tudo bem?

- Sim, só achei estranho o Léo não estar aqui, sinto que tenho culpa.

- Por quê? Por voltarmos a nos falar?

- Não exatamente... É que eu meio que dei o fora nele.

- Levar um fora não é razão para largar o trabalho.

- Nisso você tem razão, até porque saímos só uma vez.

Tento dispersar essa culpa que sinto, não faz muito sentido... Me distraio com os estudos por um bom tempo, até que Felipe me chama:

- Ellen?

- Que foi?

- Estava com saudades disso.

- Eu também.

Sorrimos um para o outro e voltamos nossa atenção aos livros, voltando a nossa rotina. 

Encontros na bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora