📚 Capítulo 17 📚

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Conciliar o estágio com a faculdade não está nada fácil! Mesmo que eu estude de manhã e faça o estágio a tarde, quase não tenho tempo pra nada, pois de noite preciso fazer os trabalhos que a cada dia mais se acumulam.

Acho que meu cabelo não vê uma hidratação há umas três semanas!

A única coisa que tem dado certo são meus encontros com Felipe na biblioteca, mas tem dia que mal conversamos já que tenho uma pilha de materiais pra estudar e ele também tem muito que fazer.

- Precisamos de um dia de folga – Felipe diz do nada.

- É, precisamos – respondo com desânimo.

- Topa passar um dia relaxando? Pegamos um cinema, vamos comer, conversar, andar por aí... Qualquer coisa que não envolva estudar.

- Só não posso faltar no estágio, fora isso acho uma ótima ideia!

- Vamos no sábado, que tal?

- Largar tudo pra passar o sábado me divertindo com você e depois passar o domingo estudando e colocando tudo em dia? É, parece uma boa ideia!

- Então combinado – ele sorri voltando pros livros e eu faço o mesmo, já ansiosa pelo fim de semana.


ღღღ


Sábado nunca demorou tanto pra chegar!

- Como estou? - pergunto a Luana depois de trocar de roupa pela terceira vez.

- Você está linda! Prontíssima pra dar uns beijos no panquequinha.

- Pare de chamá-lo assim – repreendo dando risada.

- Enquanto ele te enrolar, vou chamar sim.

Luana está terminando de me ajudar com a maquiagem quando o interfone toca.

- É ele! Nem estou pronta ainda!

- Não pira, Ellen. Finaliza a maquiagem que eu o recebo, ok?

- Não fale nenhuma besteira, Luana!

- Relaxa, Ellenzinha – ela pisca e sai, me deixando com receio.

Volto a rebocar a cara, faltando apenas passar o batom.

Não estou caprichando tanto assim no visual porque vamos ao cinema e não quero parecer desesperada.

Estou usando um vestido florido azul e branco com um decote discreto, uma rasteirinha nova que minha mãe mandou e deixo o cabelo solto (depois de uma bela hidratação, finalmente).

Sei que parece besteira, mas quero estar perfeita para Felipe.

- Oi, panquequinha! – ouço a voz da minha amiga ao longe e me apresso.

- Panquequinha? - Felipe pergunta sem entender nada e antes que Luana diga algo que me faça jogá-la pela varanda eu os interrompo.

- Oi!

- Oi – Felipe responde me medindo da cabeça aos pés – você está ainda mais linda! – ele sorri.

- Obrigada – digo completamente sem jeito.

- Bom, eu vou ali na cozinha fazer umas panquecas. Bom cineminha pra vocês – Luana diz ao sair da sala.

- Podemos ir? - ele pergunta.

- Claro!

Saímos do apartamento fechando a porta e para a minha surpresa, Felipe está de carro e abre a porta do passageiro pra mim.

- Estou me sentindo uma princesa – brinco.

- A intenção é essa – ele ri.

Sinto que estamos mais do que prontos um para o outro, mas tem algo nos bloqueando, e esse bloqueio não tem a ver comigo.


ღღღ


Depois de assistir um filme de comédia, Felipe e eu damos uma volta no shopping e passamos na praça de alimentação.

- Tive uma ideia! Confia em mim? - ele fala com certa empolgação.

- Confio, eu acho – respondo fazendo graça sem entender nada.

Como já está quase anoitecendo, pedimos um fast food pra viagem e seguimos para o carro.

Felipe dirige não sei pra onde, mas ele pega a estrada, se afastando da cidade.

- Vou comer minhas batatas antes que esfriem – aviso já abrindo meu pacote.

- Já estamos chegando.

- No nada?!

- Você vai ver – ele sorri sem tirar a atenção do volante.

Por um segundo rezo pra que ele não esteja me levando pro motel bates ou algo do tipo, mas quando me dou por conta, Felipe estaciona na frente de um lindo lago que reflete a luz da lua que está mais linda do que nunca iluminando as árvores em volta.

- Uau! – é tudo que digo quando desço do carro.

- É o lugar mais bonito da cidade, pena que quase ninguém conhece.

- É realmente lindo!

Felipe pega nossos sacos com os lanches e coloca no capô do carro e senta-se sobre ele, estendendo a mão para que eu o acompanhe.

Devoramos tudo em poucos minutos e deitamos para a admirar o céu.

- Você sempre vem pra cá? - pergunto curiosa.

- Não tanto quanto gostaria.

- Traz muita gente com você?

- Não. Na verdade, você é a primeira pessoa que vem comigo. E acho que a única.

- Sério?! E por que me trouxe? Parece ser tão pessoal pra você...

- Você é especial pra mim, Ellen.

Me pegando completamente de surpresa, Felipe segura minha mão e entrelaça nossos dedos.

Posso jurar que sinto meu coração na garganta!

Não quero estragar o momento falando alguma besteira, então fico em silêncio olhando para a lua com um sorriso no rosto que não faço a menor questão de esconder. 

Queria um beijo na boca? Queria, seria a melhor cena clichê possível, mas só de estar próxima assim dele já fico feliz. 

Encontros na bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora