Capítulo 20

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Ene

Eu estou sem entender até agora o que aconteceu com Martin para ele voltar a Londres tão de repente, tentei ligar para ele mas seu telefone só dava desligado e minhas mensagens eram enviadas mas não visualizadas.

Então esperei que ele me ligasse, mas isso não aconteceu eu não esperava uma atitude dessas vinda dele, ainda mais depois de todas as coisas que falamos um ao outro, fui conversar com Clark para saber se ela sabia de alguma coisa, mas ela estava ainda mais perdida do que eu.

Duas semanas haviam se passado e a única satisfação que Martin me deu foi que estava ocupado e que assim que pudesse ele conversaria comigo. Ele estava tão frio e distância que mal o reconhecia, seria melhor se ele não tivesse me dito nada.

Estava sem cabeça e sem tempo para esse tipo de coisa, essa semana Megan me deixou responsável por um grande projeto isso me deixou muito feliz, ela realmente estava mudada e fico feliz com isso, ninguém mais aguentava na empresa.

Estava em meu horário de almoço a caminho de um dos meus restaurantes favoritos quando ouço meu celular tocar dentro da bolsa, não reconheço o número que está me ligando então resolvo não atender e volto a caminhar.

Mas a pessoa que está me ligando é bem insistente então resolvo atender a ligação.

- Alô quem fala? - Pergunto assim que atendi a ligação.

- Ene querida e o papai. - Minhas mãos tremem quando ouço essas palavras, eu não tinha contato com alguém da minha família a muitos anos.

- O que você quer Roger? - Pergunto saindo do meu estado de choque.

- Ene sei que você deve está magoada com tudo o que aconteceu a anos atrás, mas agora as coisas são diferentes, eu preciso muito conversar com você.

- Eu não tenho nada para conversar com você, o momento de conversarmos foi a mais de 5 anos atrás.

- Ene por favor me escute, você precisa voltar pra casa, a sua mãe não está nada bem.

- O que minha mãe tem, Roger? - Pergunto preocupada, o que ele havia acabado de me dizer.

- Ela está doente e quer muito ver você. - Ele fala e posso notar o quanto isso o afeta apenas pelo timbre de sua voz, mesmo Roger tendo todos os seus defeitos sei que ele ama muito minha mãe.

- Onde vocês estão ? - Pergunto na intenção de ir me encontrar com eles, mas preciso esfriar minha cabeça um pouco.

- Estamos em Nova York, vimos na intenção de fazer o tratamento da sua mãe.

- Tudo bem, vou me encontrar com vocês, me passa o endereço por mensagem que assim que eu sair do trabalho passo para me encontrar com vocês.

- Tudo bem, vamos está te aguardando. - Ele fala e encerra a ligação, me enviando uma mensagem logo em seguida.

Encerro a ligação e fico sem acreditar no que acabou de acontecer, tantos anos se passaram e agora eles vem me ligar querendo conversar, depois dessa conversa até perdi a fome voltei para a empresa para adiantar meu trabalho.

Chego em minha sala e ligo meu notebook, fico pensando em como as coisas mudam de uma hora para outra viraram essa confusão toda. Martin entra em minha vida, eu me apaixono por ele termino com sua mãe que era minha namorada e agora é minha amiga, ele viaja sem me dar nenhuma explicação e não me dá notícias e agora meus país.

As pessoas que viraram as costas pra mim em um dos momentos que mais precisei, não sei como vai ser esse encontro, espero que as coisas sejam tranquilas. Eu não estou com paciência para lidar com mais um drama familiar nesse momento, já basta o que estou passando agora.

Mesmo tendo passado todos esses anos afastada de minha mãe, torço para que ela esteja bem e que meu pai só esteja exagerando no que ele disse.

Continuo meu trabalho de onde passei, mas minha mente não está me ajudando a me concentrar, respiro fundo tentando ao máximo não me perder em minhas tarefas, gosto muito do meu trabalho e levo ele muito a sério.

Não quero dar motivos para minha chefe chamar minha atenção, por esse motivo prefiro pedir a ela que me liberte mais cedo e depois pago as horas que ficarei devendo. Saio de minha cadeira e caminhei até sua sala, bato em sua porca e ela pede para que eu entre.

- Megan, com licença posso falar um momento com você? - Pergunto com a cabeça para dentro da sua sala.

- Claro, Ene pode falar. - Ela diz sem desviar sua atenção dos documentos em suas mãos.

- Eu estou com alguns problemas pessoas e gostaria de saber se posso sair mais cedo, pago minhas horas de trabalho depois.

- É algo sério precisa de alguma ajuda? - Ela pergunta me olhando com atenção.

- O meu pai me ligou, dizendo que minha mãe está doente e quer me ver, queria saber se você pode me liberar um pouco mais cedo para que eu possa me encontrar com eles.

- Pode ir Ene, dou conta do trabalho, se precisar de qualquer coisa não hesite em ligar. - Ela fala assim que me levanto para sair.

- Obrigada Megan.

Saio de sua sala e pego minha bolsa encima da mesa, desligo o computador salvando as poucas coisas que havia feito. Desço até o estacionamento da empresa, pegando meu carro e indo em direção até o endereço que meu pai havia me mandado por mensagem.

Não demorou muito para que eu chegasse no hotel em que meus pais estavam hospedados, me identifiquei na recepção e a moça que ali estava me informou que minha entrada estava liberada e o quanto dos meus pais e no vigésimo sétimo andar número dois mil e um.

Minhas mãos estavam suando a cada andar que o elevador ia subindo meu coração acelerava ainda mais, estava tentando controlar minha respiração mas esta tarefa estava quase impossível.

Quando bati na porta não demorou muito para que meu pai viesse abri-la para mim, Roger estava a mesma coisa que da última vez em que nós vimos, a única coisa que havia mudado e seu cabelo que agora estava mais grisalho do que antes.

- Minha filha, que bom ver você. - Ele se aproxima e me abraça me pegando totalmente de surpresa.

- Oiê Roger. - O comprimento me afastando do seu abraço.

- Entre, sua mãe está ansiosa para te ver. - Ele dá espaço para que eu entre no quarto.

- Espero que não tenha problema em ter vindo mais cedo. - Digo caminhando pela entrada do quarto.

- Não tem problema querida, venha sua mãe está por aqui. - Sigo ele até um pequeno quarto e vejo minha mãe deitada em meio a alguns lençóis, me aproximo de onde ela está deitada e me assusto um pouco com o que vejo, a mulher deitada na cama em nada se parece com a mulher forte, de anos atrás Dona Amélia está magra e sua aparência está tão abatida, que mal consigo encontrar nela as feições de anos atrás.

Me sento ao seu lado e ela desperta com o movimento do colchão, ela parece não acreditar no que está vendo, estende seus braços finos em minha direção acariciando meu rosto.

- Minha filha é tão bom ver você, eu sinto tanto por tudo que aconteceu meu amor, me perdoa, nós devíamos ter cuidado de você estado ao seu lado mas nós afastamos quando você mais precisou da gente. - Não consigo conter minhas lágrimas, por anos esperei ouvir isso dos meus pais mas nada aconteceu, havia perdido as esperanças deles se desculparem mas agora eles estão aqui, e isso é tudo o que importa pra mim.

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