Golpe Trocado.

Capítulo 25

Martin

Acordo assustado com o meu celular tocando, e logo o pior vem à minha mente.

- Alô? - Atendo a ligação sem ao menos olhar o identificador de chamadas.

- Filho, sou eu, me passa o endereço de onde você está.

- Oi mãe, bom dia, não tinha visto que era a senhora.

- Está tudo bem, não tem problema.

- Onde a senhora está vou me trocar e te busco.

- Estou no carro já apenas esperando você me mandar sua localização.

- Está bem, vou te enviar no Whatsapp . - Encerro a ligação e envio o endereço da casa pra minha mãe, visto uma roupa qualquer e desço para a parte de baixo da casa que está uma bagunça, dou uma organizada nas coisas e ligo para uma padaria próxima pedindo um café da manhã completo, se eu fosse preparar ia demorar muito mais.

Meia hora depois estou com a casa arrumada e o café da manhã servido na mesa, aproveito que já tinha terminado e ligo para o hospital para saber como está o meu filho, estou no meio da ligação quando a campainha toca.

Com o telefone ainda no ouvido, abro a porta para minha mãe e para a pessoa que está do outro lado dela, um homem que não sei dizer quem é. Faço sinal para que eles entrem enquanto falo com a médica.

- Daqui duas horas estarei indo para ficar com ele, preciso organizar algumas coisas antes.

- Sem problemas, senhor Martin leve o tempo que precisar, seu filho está sendo muito bem cuidado.

- Muito obrigada, por tudo que tem feito por mim.

- Não precisa agradecer, esse é meu trabalho e eu o faço com muito gosto.

Desligado o celular, e passo a mão em meus cabelos, caminho de volta a sala e minha mãe está sentada no sofá mais o homem misterioso.

- Filho, o que está acontecendo? - Antes que eu possa dizer qualquer coisa, corro em sua direção e a abraço, minha mãe acaricia meus cabelos e todo esse carinho me traz o conforto que eu tanto precisava.

- Aí mãe aconteceu tanta coisa que nem sei por onde começar.

- Eu imagino querido, mas quero te apresentar uma pessoa primeiro, esse e o Christian meu namorado. - Ela fala puxando o homem para mais perto de nós.

- É um prazer te conhecer Christian, seja bem vindo.

- Obrigada, o prazer é meu, sua mãe fala muito de você.

- Vamos nos sentar, pedi um café da manhã pra gente, vamos conversar enquanto comemos. - Falo e vamos até a cozinha, a mesa estava toda organizada com as coisas que a padaria havia entregado.

- Filho, o que está acontecendo, já não me aguento mais de curiosidade.

- Eu tinha uma namorada antes de voltar para Nova York, não era um relacionamento muito convencional, nós curtimos os momentos que tínhamos juntos e algo mais, só que terminamos antes que eu voltasse, só que a alguns meses atrás eu recebi a ligação de um amigo meu me dizendo que Hailey estava grávida e o filho era meu, assim que soube tratei de vim logo para Londres.

Quando a procurei para conversarmos ela me tratou muito mal, ela estava alterada e o cheiro de álcool que vinha dela era muito forte, no meio de toda a discussão ela passou mal e a levei ao hospital, a médica que a atendeu disse que o estado dela era delicado, Hailey está com anemia, depressão e alguns outros problemas de saúde, naquele mesmo dia pedi que fizessem o exame de DNA, o exame confirmou que a criança é realmente minha.

- Isso quer dizer que você tem um filho e me escondeu isso durante todo esse tempo? - Minha mãe fala e posso ver o quanto ela está surpresa com tudo o que eu havia dito, não é pra menos de uma hora pra outra receber uma notícia dessa não é fácil, foi difícil pra mim a um tempo atrás.

- Sim mãe, quando eu vim para Londres ainda tinha esperanças de que essa criança não fosse minha. E quando tive a confirmação a minha maior preocupação foi cuidar do meu filho de sua mãe, que estavam com a saúde prejudicada por causa da irresponsabilidade de Hailey, os meses foram passando e eu deixei as coisas seguirem como estavam passei a cuidar de Hailey bem de perto por isso vim morar na casa dela, para impedir que ela cometesse qualquer loucura contra sua vida e a da criança.

- E onde eles estão agora? - Ela pergunta levando a xícara de café aos lábios.

- No hospital. - Falei tentando controlar a vontade imensa que estou de chorar.

- Ontem à noite, ele fez uso de uma grande quantidade de drogas e acabou tendo uma overdose, eu há encontrei hoje pela manhã quando fui levar seu café, Hailey estava desacordada e com a pulsação muito fraca chamei a ambulância imediatamente mas era tarde demais para ela.

Meu filho está na UTI neonatal, recebendo todos os cuidados necessários para que ele se fortaleça. A médica me disse que é estável o seu quadro de saúde mas requer mais atenção devido a causa da morte de sua mãe.

Eu não estava mais aguentando lidar com tudo isso sozinho, sem ter você do meu lado Max está me ajudando mas não é a mesma coisa eu preciso muito de você aqui mãe, eu não estou sabendo lidar com toda essa dor com a angústia que eu estou sentindo.

Eu não posso perder o meu filho eu já o amo tanto e tudo que eu passei nos últimos meses para que ele viesse ao mundo bem com saúde eu não sei se um dia eu vou conseguir perdoar a Hailey por ter feito isso comigo.

Desde o começo ela nunca quis essa criança eu até pensei pegar a guarda para mim deixar ela livre para fazer o que quiser da sua vida, eu achei que com o tempo ela iria aceitar melhor a situação aceitar melhor nosso filho mas eu estava completamente enganado e por um descuido meu ela quase tirou o meu filho de mim.

- Filho, por favor não fale isso, tenho certeza que você fez tudo que estava ao seu alcance para cuidar dela, mas tem certas coisas em nossas vidas que são inevitáveis. Não se preocupe, eu vou estar ao seu lado para o que você precisar e te ajudarei a cuidar do meu neto, eu tenho fé que ele irá sair dessa.

- E tudo o que eu mais quero, mãe. - Falo enquanto ela se levanta para me abraçar.

Ficamos conversando por um tempo até minha mãe decidir que quer conhecer o neto, queria que ela descanse um pouco mas Dona Clarke é teimosa que só ela e não teria como convencê-la ao contrário.

Arrumei a mesa do café enquanto minha mãe e seu namorado tomavam um banho, para relaxar o corpo enquanto eu pegava as coisas para o meu filho. Coloco as malas no carro e fico esperando que eles fiquem prontos para que possamos sair, não demora muito para que eles saiam de dentro da casa para irmos em direção ao hospital.